quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Megaoperação das Forças Armadas leva médicos aos rincões do país

O objetivo é distribuir os 2.182 médicos estrangeiros que aderiram à segunda etapa do programa Mais Médicos em 783 municípios das 27 unidades da federação.

Marcio Vieira/ATN
Brasília - Está em curso uma das maiores operações logísticas já realizada pelas Forças Armadas brasileira. O objetivo não é deslocar tropas ou transportar armas, mas distribuir os 2.182 médicos estrangeiros que aderiram à segunda etapa do programa Mais Médicos em 783 municípios das 27 unidades da federação.

A previsão do Ministério da Saúde (MS) é que, a partir de 4/11, quando eles estiverem em atuação junto aos 1,9 mil profissionais que aderiram à primeira fase do programa, 13 milhões de brasileiros estarão cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), grande parte deles moradores dos 700 municípios brasileiros que, até então, não contavam com nenhum médico.

Nesta etapa, foram contemplados 432 municípios do nordeste, 141 do norte, 100 do sudeste, 74 do sul e 36 do centro-oeste. Segundo o MS, a distribuição seguiu critérios técnicos, que deram igual prioridade às cidades em que é maior a parcela da população que depende completamente do atendimento ofertado pelo SUS e àquelas com alto percentual da população em situação de pobreza, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Operação
Onze aeronaves da Aeronáutica participam da operação, que teve inicio às 5:30 h de sábado, com a saída dos médicos de Brasília (DF), Recife (PE) e Vitória (ES) para Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Aracaju (SE), Teresina (PI), Petrolina (PE), Natal (RN), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Rio (RJ), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Maceió (AL) e Boa Vista (RR).

Nos estados, os médicos passam por novo processo de ambientação, com duração de uma semana. Durante as aulas, irão aprender mais sobre as variações da língua portuguesa falada em cada região, sobre os problemas de saúde mais comuns no local e conhecerão a rede de atendimento pública, antes de seguirem para seus destinos finais, em operações que serão coordenadas pelos governos e prefeituras.

A distribuição dos 500 profissionais que atuarão na Amazônia Legal, que exige mais estrutura, caberá às Forças Naval e Terrestre. Conforme planejamento do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), a Marinha dará suporte aos profissionais que chegarem a Manaus (AM), Belém (PA) e São Luís (MA) e o Exército cuidará dos direcionados à Macapá (AP), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Palmas (TO) e Rio Branco (AC).

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Megaoperacao-das-Forcas-Armadas-leva-medicos-aos-rincoes-do-pais/4/29360

Darcy Ribeiro: brasileiro e desenvolvimentista

Darcy Ribeiro fez parte de uma geração de brasileir@s que deixaram como marca uma engajada militância em torno de um projeto diferente de país.


Arquivo

Se ainda estivesse vivo em 26 de outubro passado, Darcy Ribeiro teria completado 91 anos de idade. Lamentavelmente, porém, ele nos deixou em fevereiro de 1997, ainda com 74 anos. Uma grande perda, de alguém que deixou um expressivo legado para as futuras gerações, contribuições elaboradas ao longo de um vida de muita luta e de muita criação. Entre livros acadêmicos, romances e os resultados de sua ação na esfera política e governamental, o mestre plantou sementes essenciais para a conformação da brasilidade.

Considerado como um dos mais importantes antropólogos brasileiros – sua vocação inicial, embora ele atuasse em áreas variadas -, Darcy fez parte de uma geração de brasileir@s que deixaram como marca de sua passagem por esse mundo uma engajada militância em torno de um projeto diferente de País. As décadas de 1950 e 60 foram um período em que se abriu uma tênue possibilidade de mudança do padrão histórico de se fazer política no Brasil.

O período coincidiu com a afirmação do terceiro mundo e a descolonização da África e da Ásia, no impulso desenvolvimentista do pós Segunda Guerra. O amadurecimento intelectual e ideológico a respeito de uma via brasileira, rumo a uma sociedade mais justa e menos desigual combinou-se a um aprofundamento da luta política e social. Em especial, o segundo governo Vargas e o mandato de João Goulart abriram a possibilidade de que algumas dessas propostas viessem a ser implementadas por meio de políticas públicas no plano federal. Pode-se dizer, sem exagero que ao período de substituição de importações na esfera industrial correspondeu uma espécie de “substituição de pensamento” na esfera das ciências sociais em boa parte da periferia do mundo.

Desde as idéias de Celso Furtado na economia, passando pelas experiências inovadoras na área da cultura (com o Centro Popular de Cultura, o Teatro de Arena, o Cinema Novo) esbarrando no encaminhamento da Reforma Agrária, tangenciando as importantes evoluções no setor da saúde, até as mudanças na área educacional. Como pano de fundo para todo esse processo de transformação, um embate duro em torno do desenho de um projeto nacional e desenvolvimentista. E isso implicava o abandono da forma antiga com que as elites sempre haviam tratado o Estado brasileiro, impedindo que ele se colocasse a favor de uma direção que levasse em conta os interesses e as necessidades da maioria de seu povo.

Esse período de acelerada efervescência política e intelectual conheceu vários processos em que uma parcela expressiva da população buscava conhecer melhor a essência mesma daquilo que seria uma alma brasileira, a forma brasileira de ser e os caminhos da transformação mais profunda da sociedade brasileira. O reconhecimento da natureza dependente de nosso modelo econômico frente ao modelo imperialista e à divisão internacional do trabalho sugeria a necessidade de adoção de um caminho que incorporasse graus mais elevados de autonomia e soberania. A identificação da profundidade dos desníveis sociais e econômicos verificados entre os diferentes setores e classes apontava para a urgência de reformas de base, que removesse obstáculos à uma modernização democrática

O caminho da mudança era árduo e as tarefas exigiam muita força política para se viabilizarem. Darcy percebeu que não poderia se negar a travar as batalhas também no interior do Estado. Aceitou o convite do Presidente recém-eleito Jânio Quadros para criar um projeto educacional inovador, que se materializaria na Universidade de Brasília em 1961. Não apenas o poder se interiorizaria, mas o saber buscaria nova legitimidade, fora do sul-sudeste litorâneo.

Em razão de seu envolvimento com a matéria, acabou por ser nomeado o primeiro reitor da UnB. Na seqüência foi indicado para chefiar o Ministério da Educação em 1962, ainda no breve período do parlamentarismo, que se seguiu à renúncia de Jânio. E quando João Goulart vence o plebiscito restaurador do regime presidencialista, Darcy passa a ocupar o estratégico cargo de Ministro Chefe da Casa Civil. Foi um período de intensa luta política, em razão da tentativa de implementação das reformas de base. As forças da reação não aceitavam tal marca progressista do governo de Jango. Essa trajetória será interrompida em 1 de abril de 1964, com o golpe militar, a cassação e o exílio.

A interrupção violenta do projeto transformador, por meio da repressão e da ditadura, não arrefeceu o ânimo de Darcy nem da maioria dos integrantes dessa geração de nacionalistas e democratas. Havia a percepção nítida da necessidade de articular a resistência e de continuar a luta por outras vias. Assim, o antropólogo brasileiro – e a essa altura educador, político e agitador cultural -  foi prestar assessoria para governos de outros países latino-americanos, cujos governos estavam buscando um caminho que os militares haviam impedido de continuar por aqui. Darcy cooperou com as experiências, também nacionalistas e desenvolvimentistas, de Allende no Chile e de Velasco Alvarado no Peru. Não por acaso, ambos foram alijados do poder por golpes militares de orientação direitista e conservadora, com forte apoio dos Estados Unidos.

Com os primeiros sinais da tendência de redemocratização no País, Darcy retorna e continua seu percurso – a eterna busca de conciliar a produção intelectual com a materialização de projetos pela via da política. Nas eleições de 1982, é eleito vice-governador do Rio de Janeiro, na chapa com Leonel Brizola, com quem estreitou afinidades no exílio. Ao longo dessa experiência vai concretizar um pouco de seu sonho mudancista na educação. Data dessa época o modelo do CIEPs (Centro Integrado de Ensino e Pesquisa), no qual se pretendia oferecer escola pública de qualidade, com horário integral e potencial de se prestarem serviços também à comunidade.

Em 1990, Darcy completa sua última etapa no ciclo político, ao se eleger Senador pelo Rio de Janeiro, sempre pelo PDT. Exerceu seu mandato até o final da vida, tendo conseguido aprovar, entre muitos outros, um importante projeto. Foi de sua autoria como Relator a versão definitiva da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, promulgada em 20 de dezembro de 1996, 3 meses antes de sua morte.

Darcy é autor de algumas dezenas de livros. Mas muitos analistas consideram “O povo brasileiro”, publicado em 1995, como sua obra síntese. Ali ele busca as raízes da formação popular da nacionalidade e, na tradição do pensamento crítico, os vetores básicos para a construção de um projeto desenvolvimentista inclusivo e soberano. Algo que ele chamava, com graça e vigor, de “socialismo moreno”.

(*) Doutor em economia pela Universidade de Paris 10 (Nanterre) e integrante da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, do governo federal.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Educacao/Darcy-Ribeiro-brasileiro-e-desenvolvimentista/13/29372

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Governo comemora dez anos do Bolsa Família

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e vários ministros participam hoje (30) de cerimônia em comemoração aos dez anos do Bolsa Família. Será às 11h no Museu da República.
Vários ministros participam da solenidade, entre eles Guido Mantega, da Fazenda, Alexandre Padilha, da Saúde, e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Também estarão presentes parlamentares e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, 13,8 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, o que representa  50 milhões de pessoas.  Com o programa, 36 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza extrema.
Como parte das comemorações, será lançado às 16h, também no Museu da República, o livro Programa Bolsa Família - Uma Década de Inclusão e Cidadania. A iniciativa é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Ministério do Desenvolvimento Social. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos e presidente do Ipea, Marcelo Neri, e a ministra Tereza Campello apresentam a obra. Os artigos reunidos na publicação traçam um panorama da evolução do programa, resgatam as principais contribuições do Bolsa Família para as políticas de assistência social e apresentam dados sobre seu impacto nos indicadores de saúde, educação e proteção social e na redução da pobreza.
Edição: Graça Adjuto

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-30/governo-comemora-dez-anos-do-bolsa-familia

Mantega estima que dívida de estados e municípios crescerá R$ 15 bilhões a menos com novo indexador


Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A dívida dos estados e dos municípios com a União crescerá R$ 15 bilhões a menos em 2013 com a mudança do indexador, disse hoje (24) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em sessão temática do Senado para discutir o pacto federativo, ele apresentou um balanço das estimativas de quanto as prefeituras e os governos estaduais ganharão com os novos índices de correção.
Aprovada ontem (24) pela Câmara dos Deputados, a mudança dos indexadores ainda precisa ser votada pelo Senado. Segundo o projeto de lei complementar sobre o tema, o índice, atualmente equivalente ao Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mais 6%, 7,5% ou 9% ao ano, passará a ser corrigido pela taxa Selic (juros básicos da economia) ou pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano, prevalecendo o menor indicador.
De acordo com o ministro, a alteração do indexador não entra em conflito com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) porque não representa uma nova reestruturação da dívida dos estados e dos municípios que tinham refinanciado os débitos com a União. Segundo ele, a utilização da Selic estava prevista nos contratos de renegociação assinados no fim da década de 1990.
“Não estamos fazendo uma reestruturação de dívida. A Selic está nos contratos de renegociação, mas como elemento punitivo. Se os entes públicos [estados e municípios] atrasarem o pagamento das parcelas, podiam pagar Selic como punição porque, na época, a taxa era muito alta. Claro que ninguém atrasava as parcelas para não sofrerem outras sanções, mas a possibilidade de usar a Selic estava prevista”, explicou.
Além da troca dos indexadores futuros, que será retroativa a janeiro deste ano, o governo concordou em incluir, no projeto de lei complementar, a mudança retroativa dos índices. Pela proposta, o estoque da dívida até janeiro deste ano seria revisado. Os débitos acumulados seriam corrigidos pelo IGP-DI ou pela Selic, prevalecendo o menor indexador.
Segundo Mantega, a mudança retroativa do indexador beneficiará 180 municípios, equivalente a 98% das cidades que assinaram acordo com o governo. Em relação aos estados, no entanto, somente Alagoas e Rio Grande do Sul, que renegociaram a dívida depois de 1998, teriam vantagem. “Para os demais estados, que assinaram os contratos até 1997, a mudança retroativa não vai interferir porque, na época do fechamento do acordo, a Selic ainda era maior que o IGP-DI”, explicou.
O ministro rebateu críticas de que a troca retroativa do indexador beneficiará, principalmente, o município de São Paulo, administrado pelo prefeito Fernando Haddad (PT). “Se fizermos as contas, a cidade de São Paulo terá um dos menores descontos em termos percentuais. Outras capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Cuiabá, serão mais beneficiadas”, declarou.
Edição: Davi Oliveira

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-24/mantega-estima-que-divida-de-estados-e-municipios-crescera-r-15-bilhoes-menos-com-novo-indexador

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mais duas universidades federais vão aderir ao Sisu em 2014

Brasília – Mais duas universidades federais decidiram adotar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) a partir do ano que vem: a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O sistema seleciona  os candidatos para as vagas ofertadas pelas instituições públicas de ensino superior que usam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além das duas instituições, mais dez universidades federais e duas estaduais também vão aderir ao Sisu, conforme levantamento recente do Ministério da Educação (MEC), em 2014.
A UFCG e a UFRA divulgaram a decisão neste mês. A UFRA vai adotar integralmente o Sisu nos processos seletivos do próximo ano, destinando todas as vagas. A UFCG também confirmou a destinação de 100% das vagas, a partir do segundo semestre de 2014. A nota do Enem já é usada pela instituição, na classificação dos candidatos.
O número de vagas que será oferecido pelas duas instituições vai constar em editais, que ainda serão publicados. A UFRA adianta que, até agora, estão previstas 1.120 vagas, distribuídas pelos campi de Belém e do interior do estado.
Segundo o MEC, o edital para a adesão formal ao Sisu para o primeiro semestre de 2014 será lançado em novembro ou dezembro deste ano. Até lá, outras instituições podem optar em ingressar no sistema.
No processo seletivo para o segundo semestre deste ano, participaram 54 instituições, entre universidades federais e estaduais e institutos federais.
O Enem será aplicado no próximo fim de semana, nos dias 26 e 27 de outubro. Mais de 7,1 milhões de candidatos farão a prova em 1.161 municípios.
Edição: Carolina Pimentel 

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-24/mais-duas-universidades-federais-vao-aderir-ao-sisu-em-2014

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Prefeitura de São Roque faz vistoria e não encontra irregularidade no Instituto Royal

São Roque (SP) – A vistoria feita hoje (24) por uma comissão da prefeitura de São Roque no Instituto Royal, invadido por ativistas na madrugada de sexta-feira (18), não constatou irregularidades. Segundo o prefeito Daniel de Oliveira Costa, que participou da visita, não há razões para que o alvará da empresa seja cassado.
A comissão levou fiscais da Vigilância Sanitária do município, servidores do Departamento de Planejamento e Meio Ambiente, além de advogados da administração municipal. A imprensa e ativistas não puderam entrar. De acordo com o prefeito, a entrada foi autorizada pela própria diretoria do instituto.
O prefeito informou que as condições estruturais do prédio eram muito satisfatórias. “A estrutura era invejável, com azulejo até o teto, tudo bem limpo. Os animais muito bem cuidados. O que nós vimos lá nos surpreendeu para melhor”, declarou.
No local, segundo o prefeito, sobraram dezenas de ratos, que são usados como cobaias em testes laboratoriais. Havia de 30 a 40 gaiolas, cuidadas por dois funcionários se revezam durante 24 horas. “Estavam aparentemente bem cuidados, bem alimentados”, disse. Além dos ratos, o laboratório fazia testes em cães da raça beagle e coelhos, que foram levados durante a invasão por ativistas.
O prefeito comentou também sobre um porão onde ativistas suspeitam que fosse usado para maus-tratos e sacrifícios dos animais. “Isso não existe. Não vi nenhuma atividade, nenhum indício de maus-tratos”, disse o prefeito. Durante a invasão, os ativistas retiraram do instituto 178 cães da raça beagle.
Edição: Davi Oliveira

Fonte:  http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-24/prefeitura-de-sao-roque-faz-vistoria-e-nao-encontra-irregularidade-no-instituto-royal

domingo, 27 de outubro de 2013

Quase 20% dos moradores de regiões metropolitanas gastam mais de uma hora para chegar ao trabalho

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aproximadamente 20% dos trabalhadores das regiões metropolitanas brasileiras gastam mais de uma hora por dia no deslocamento de casa para o local de trabalho. A constatação está no comunicado divulgado hoje (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo indica que a situação vem piorando, uma vez que 20 anos antes os trabalhadores das regiões metropolitanas que enfrentavam esse tipo de situação correspondiam a 14,6%. Considerando o conjunto de trabalhadores brasileiros, 10% levam mais de uma hora nesse trajeto e 65,9% gastam menos de meia hora.
Em razão do tamanho e da complexidade dos sistemas de mobilidade urbana, o Rio de Janeiro (24,7%) e São Paulo (23,5%) apresentam os maiores percentuais de trabalhadores que perdem mais tempo no percurso. Na região metropolitana do Rio, gasta-se em média 47 minutos e na de São Paulo, 45,6 minutos. Segundo o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Carlos Henrique Carvalho, essa é uma situação que tem impacto negativo na produtividade dessa parcela da população. "Não se pode esperar que a produtividade [desses trabalhadores] seja igual à de um que leva menos de 30 minutos, por exemplo, para chegar ao trabalho. Isso traz fortes impactos do ponto de vista social e também econômico, já que a produtividade é comprometida em razão do desgaste que esse trabalhador tem ao levar muito tempo e em condições muitas vezes desfavoráveis de transporte", disse.
O advogado carioca Rodrigo Oliveira, de 36 anos, leva em média uma hora e 30 minutos de carro, diariamente, para chegar ao trabalho, no centro do Rio de Janeiro. Antes, ele precisava pegar ônibus e metrô para fazer o trajeto. Depois de seis meses, contabilizou a leitura de 14 livros nas viagens de ida e de volta. Por causa dessa maratona, ele acabou desistindo do transporte público. Morador da Barra da Tijuca, zona oeste carioca, ele conta que o trajeto, feito de carro, só não é pior porque a paisagem ajuda a aliviar o estresse. "Já morei em São Paulo e era muito pior. Chegava em casa, na volta do trabalho, muito mais desgastado. Aqui no Rio pelo menos tem o visual da orla que é muito bonito e ajuda a não ficar estressado", disse.
De acordo com o levantamento do Ipea, na outra ponta do ranking aparece Porto Alegre, que é a cidade onde os trabalhadores gastam, em média, menos tempo no trajeto entre a casa e o trabalho: 30 minutos. Carvalho acredita que isso pode estar relacionado ao fato de a capital gaúcha ter uma extensa rede de corredores de transporte público, além de uma melhor distribuição das atividades econômicas pelo espaço geográfico. Ele também citou o caso de Belém, que, juntamente com Salvador, é local que registrou maior aumento do tempo gasto no percurso entre 1992 e 2012. Em Belém, o tempo médio passou de 24,6 para 32,8 (elevação de 35,4%); e em Salvador, de 31,2 para 39,7 minutos (crescimento de 27,1%). No conjunto das regiões metropolitanas, os trabalhadores passaram a gastar 40,8 minutos em 2012. Vinte anos antes, despendiam 36,4 minutos. De acordo com o estudo, esse aumento de aproximadamente 12% no período foi três vezes maior que o observado nas regiões não metropolitanas, onde o tempo gasto passou de 22,7 minutos para 23,6 minutos (elevação de 4,2%). O documento também traz dados relativos à área rural, onde, diante do trânsito menos intenso e das menores distâncias percorridas, a maioria dos trabalhadores também gasta até 30 minutos (76,2%) para chegar ao local de trabalho.
Para inverter a tendência de piora da mobilidade urbana, e garantir um sistema mais confiável, confortável e com menos perda de tempo, Carlos Henrique Carvalho defende que os governos devem criar incentivos para distribuir melhor pelo território as atividades econômicas e, consequentemente os empregos, além de priorizar os investimentos em transporte público.
"Não é o que temos visto no país, onde houve congelamento do preço da gasolina e, diante de crises, redução dos tributos para aquisição de veículos novos. Não se pode criar barreiras para aquisição de veículo individual, mas devemos seguir o padrão europeu, em que todos têm [esse bem], mas as políticas incentivam o seu uso racional, seja por meio de cobrança de estacionamento ou de pedágio urbano, além de investimentos na expansão das redes de transporte público e dos corredores de ônibus exclusivos.
Ele também destacou que, pela primeira vez, o número de famílias brasileiras com pelo menos um automóvel ou uma motocicleta ultrapassou a marca de 50%. Em 2012, a proporção chegou a 54%, 9 pontos percentuais a mais do que em 2008, quando 45% dos lares tinham um veículo particular. A tendência, segundo o comunicado, é que o número aumente ainda mais nos próximos anos.
Edição: Juliana Andrade
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Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-24/quase-20-dos-moradores-de-regioes-metropolitanas-gastam-mais-de-uma-hora-para-chegar-ao-trabalho

sábado, 26 de outubro de 2013

Subestação de energia explode em prédio da Esplanada dos Ministérios

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil 
Brasília - A explosão em uma subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB), no subsolo do prédio onde funcionam os ministérios das Comunicações e dos Transportes, deixou os servidores em pânico. A explosão, seguida de muita fumaça, fez com que dezenas de pessoas passassem mal. Elas estão sendo atendidas por uma equipe do Corpo de Bombeiros com apoio de ambulâncias.
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida (SP), o cardeal Raymundo Damasceno Assis, de 77 anos, visitava o ministro dos Transportes, César Borges, quando ocorreu a explosão. Ele teve de descer seis andares de escada. "Foi um susto, a fumaça cada vez mais entrando, mas está tudo bem", disse.
Esta é a segunda vez que ocorre um problema parecido, em fevereiro deste ano, uma explosão na subestação da CEB causou danos ao prédio. Segundo o subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério das Comunicações, Ulysses Melo, a explosão de hoje ocorreu em outra subestação.
Na avaliação ele, desta vez mais pessoas passaram mal em função do novo caminho de escape, feito para evitar passar perto da subestação, como ocorria anteriormente. Mas, mesmo assim, não foi possível evitar a fumaça que se espalhou pelo local. “Demorou mais tempo para sair. Então, em prol da segurança do servidor, para ele não andar onde poderia haver chama, ele teve que andar mais tempo dentro do prédio”.
Ulysses também informou que no momento da explosão um funcionário da CEB trabalhava no local, mas não ficou ferido. E que tudo indica o problema inicialmente foi causado por um curto-circuito. Porém, a causa será determinada após perícia no local.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-24/subestacao-de-energia-explode-em-predio-da-esplanada-dos-ministerios

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

TERRÍVEIS TRABALHOS ROMANOS [ORNADOR] .

O trabalho de um cabeleireiro (ornador) é muitas vezes desprezado nos dias de hoje. E, antigamente, não era muito diferente. Mas, honestamente, um cabelereiro hoje deve apreciar seu trabalho, pois é muito melhor do que era há muitos séculos atrás. Imagine a cena: sua rainha imperial é loira, mas a moda é cabelos escuros e brilhantes. Se fosse hoje, a melhor solução seria colocar uma peruca decorativa.

No entanto, não existia esta opção para o antigo ornador. Para dar ao cabelo da rainha o tom negro-abrilhantado, o ornador deveria usar uma mistura de bílis, sanguessugas podres e tintas de lula. Mas fica pior. Se a tal rainha fosse morena e quisesse uma tonalidade dourada para os cabelos, a mistura passava a ser cocô de pombo, cinzas e até xixi.

OUTROS TRABALHOS ROMANOS >> http://tinyurl.com/ltgzkfd

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Grandes empresas terão a partir de 2015 sistema que facilitará declaração do Imposto de Renda


Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As grandes empresas ficarão dispensadas de apresentar a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIPJ) a partir de 2015, com a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), informou hoje (16) o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto.
Segundo o secretário, tais empresas poderão fazer a autorregularização fiscal e corrigir eventuais erros na declaração, deixando a malha fina da mesma forma que os contribuintes pessoas físicas e os inscritos no Simples, sistema simplificado e integrado de recolhimento de impostos para micro e pequenas empresas.
De acordo com Barreto, a ECF diminuirá os custos para as empresas e para a Receita Federal, pois permitirá a consolidação de várias informações em um sistema informatizado. Atualmente, encontra-se na Casa Civil uma minuta da medida provisória que institui a ECF para os devidos ajustes técnicos antes de o texto ser enviado ao Congresso Nacional.
O ECF é uma espécie de livro digital que substituirá a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica, o Fcont (Contabilidade Fiscal) e também o Livro de Apuração do Lucro Real.
O objetivo da  ECF é imprimir certa “neutralidade” à legislação de cobrança de impostos para as grandes empresas, que foi adotada após ajustes na contabilidade e mudanças na padronização internacional, feitos desde 2007, , informou o secretário.
“Tivemos que fazer uma convergência entre legislação tributária, o que representará um ganho enorme em termos de simplificação e redução de custos de conformidade para o contribuinte. Aqueles que declaram pelo lucro real – em torno de 200 mil pessoas jurídicas – terão ganho significativo de segurança jurídica e redução de custo”, disse Barreto.
Edição: Nádia Franco

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/grandes-empresas-terao-partir-de-2015-sistema-que-facilitara-declaracao-do-imposto-de-renda

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

MinC lança editais de incentivo à acessibilidade em bibliotecas públicas

Brasília – O Ministério da Cultura lançou hoje (16) editais de incentivo à acessibilidade em bibliotecas públicas e à produção e distribuição de livros voltados a pessoas com deficiência visual. Os recursos totalizam R$ 4,2 milhões. Os editais, que estarão no site do ministério, preveem a seleção de entidades que apresentarem propostas nessas áreas até o dia 14 de novembro.
“Mais que destinação de recursos, esses editais são simbólicos para que as pessoas cegas do nosso país possam usufruir do grande prazer que é a leitura”, disse a ministra da Cultura, Marta Suplicy.
O primeiro edital, para a produção, difusão e distribuição de livros acessíveis, vai destinar R$ 1,5 milhão a nove instituições que forem selecionadas com propostas que proporcionem descrição ou narração em formatos como braile, livro falado ou outro formato que seja acessível a quem tem deficiência visual.
São três as categorias desse edital: infraestrutura de produção de livros, distribuição de livros e capacitação e difusão em livros em formato acessível. Podem concorrer entidades privadas sem fins lucrativos, entidades públicas que já desenvolvam projetos para pessoas com deficiência visual ou na produção de livros, como associação, bibliotecas e organizações.
O presidente da Organização Nacional de Cegos do Brasil, Moisés Bauer, disse que o mercado literário para quem tem dificuldades visuais é muito restrito. “Hoje temos no Brasil um acervo inferior a 10 mil títulos e isso é muito pouco diante dos cerca dos 20 mil novos títulos lançados anualmente. Com esses editais, vamos ter a possibilidade de tornar acessíveis novos títulos e também títulos clássicos da literatura. Temos uma grande barreira de acesso à informação que é passada no formato escrito”, disse.
O diretor de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura, Marcos Souza, destacou que, além do facilitar e ampliar o acesso aos livros e incentivar a criação de polos regionais de produção, a expectativa é que a iniciativa permita a difusão a outros países dos livros brasileiros acessíveis.
“Com esse edital, começamos a dar cumprimento ao Tratado de Marrakesh, que prevê o trânsito transfronteiriço de obras acessíveis. Esperamos que com a ampliação dessas obras também comecemos a ter a transferência dos livros em formato acessível para países de língua portuguesa e da América Latina”, disse, citando o tratado assinado pelo Brasil em junho.
O segundo edital prevê a ampliação e a qualificação da acessibilidade em bibliotecas e irá selecionar dez unidades públicas. O valor destinado é R$ 2,7 milhões. “O Censo Nacional de Bibliotecas Públicas 2010 verificou que 94% delas não têm qualquer acessibilidade. Esse edital tenta também responder a esse ponto crítico”, disse o diretor de Livros, Leitura e Bibliotecas da Biblioteca Nacional, Fabiano dos Santos.
Edição: Graça Adjuto

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/minc-lanca-editais-de-incentivo-acessibilidade-em-bibliotecas-publicas

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Dilma comemora resultado do leilão de Libra e diz que não é privatização

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff disse há pouco que o leilão da exploração do pré-sal no Campo de Libra, na Bacia de Santos, foi um sucesso e que não pode ser confundido com privatização. Em pronunciamento na rede nacional de rádio e TV, a presidenta declarou que há “equilíbrio justo” entre os interesses do Estado e das empresas que vão explorar e produzir o petróleo.
“Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no Campo de Libra vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. Isso é bem diferente de privatização. As empresas privadas parceiras também serão beneficiadas, pois ao produzir essa riqueza vão obter lucros significativos, compatíveis com o risco assumido e com os investimentos que estarão realizando no país”, disse
Segundo Dilma Rousseff, o leilão representa um marco na história do Brasil. “Seu sucesso vai se repetir, com certeza, nas futuras licitações do pré-sal. Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um tesouro indestrutível que é a educação de alta qualidade”, declarou a presidenta, em referência à aprovação dos 75% dos royalties da exploração do petróleo para a educação. "Em uma década Libra  pode representar sozinho 67% de toda a produção atual de petróleo do Brasil", acrescentou.
Após a oferta do leilão, um consórcio formado por cinco empresas – a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, as chinesas CNPC e CNOOC e a Petrobras – venceu a disputa. Dos 70% arrematados pelo consórcio, 20% são da Shell e 20% da Total. A CNPC e a Cnooc têm, cada uma, 10%, assim como a Petrobras, que já tinha garantidos 30%
Segundo Dilma, “o sucesso do leilão” vai permitir que sejam repassados à União R$ 270 bilhões em royalties, R$ 736 bilhões a título de excedente de óleo sob o regime de partilha e R$ 15 bilhões como bônus da assinatura do contrato. “Isso alcança um fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão”, ressaltou. 
A presidenta da República defendeu também a aplicação correta dos recursos para que seja garantida uma “pequena revolução, benéfica e transformadora”, no Brasil. Segundo ela, a exploração do Campo de Libra possibilitará a geração de milhões de empregos e o desenvolvimento industrial e tecnológico do parque naval e da indústria de fornecedores e prestadores brasileira. 
Os benefícios trazidos pela exploração também estão no campo da balança comercial brasileira, que, de acordo com Dilma, aumentará em decorrência da elevação das exportações por meio do acréscimo do volume de óleo produzido.
Edição: Aécio Amado

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-21/dilma-comemora-resultado-do-leilao-de-libra-e-diz-que-nao-e-privatizacao

Governo vai avaliar reivindicações de agricultores

Brasília – Terminou há pouco a reunião dos ministros da Agricultura, Antônio Andrade, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com representantes de trabalhadores no campo. Eles ocupam o prédio do Ministério da Agricultura desde as 4h. Depois da reunião, os manifestantes se reuniram e decidiram deixar o prédio. 
Em nota, o ministério informou que os ministros só concordaram em receber representes do movimento depois eles permitiram a entrada dos funcionários no prédio para que os serviços fossem restabelecidos.
A coordenadora da Via Campesina, Rosângela Cordeiro, disse que os ministros assumiram o compromisso de analisar a pauta de reivindicações. Ela quer a retomada da desapropriação de terras para reforma agrária e do assentamento dos trabalhadores, que, segundo ela, estão paralisados há mais de três anos.
O Ministério da Agricultura ficou de divulgar uma nota dando detalhes da reunião de hoje (16). Amanhã, os ministros Gilberto Carvalho e Pepe Vargas, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, deverão se encontrar com representantes dos agricultores.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/governo-vai-avaliar-reivindicacoes-de-agricultores

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Exumação dos restos mortais de Jango será no próximo dia 13

Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os restos mortais do ex-presidente João Goulart serão exumados no dia 13 de novembro deste ano, informou hoje (16) a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário. Deposto pelo regime militar (1964-1985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado.
Por imposição do regime militar brasileiro, Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia. Desde então, existe a suspeita de que a morte de Jango pode ter sido articulada pelas ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Após os exames, que serão feitos em Brasília e em laboratórios internacionais, os despojos voltarão para São Borja no 6 de dezembro, data de morte do ex-presidente.
“Essa é a busca da memória do nosso país, daquilo que nos constitui. A exumação de João Goulart é a exumação da ditadura do nosso país”, disse a ministra Maria do Rosário em entrevista coletiva.
A exumação será coordenada pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e ocorrerá em duas etapas. A primeira é a análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o envenenamento do ex-presidente. Nesse momento, serão reunidos dados médicos e pessoais do ex-presidente. Além disso, será feita a análise do DNA. A segunda etapa constará do exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para confirmar se houve envenenamento.
“Hoje podemos dizer com segurança que o ex-presidente foi perseguido por agentes da ditadura militar todos os dias de sua vida. Antes e depois do exílio. Independentemente do trabalho de pesquisas e do resultado, já temos convicção que a ditadura o perseguia. Sabemos que ele tentava voltar ao país pouco antes de sua morte”, disse a ministra. “Ainda que do ponto de vista técnico não seja encontrado qualquer tipo de veneno, não temos dúvidas que o ex-presidente foi vítima da ditadura”, completou.
João Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976 em Mercedes, cidade do Norte da Argentina. A exumação faz parte de uma investigação para esclarecer se a causa da morte João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar.
Parentes e amigos próximos do ex-presidente sustentam a tese de que a morte pode ter sido causada pela substituição de medicamentos rotineiros de Goulart, feita por agentes da repressão uruguaia. Investigações conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade indicam que o ex-presidente foi uma das vítimas da Operação Condor, montada pelas ditaduras militares do Brasil, da Argentina e do Uruguai para perseguir opositores.
De acordo com Amaury de Souza Jr, perito da Polícia Federal, a exumação toxicológica dos restos mortais do ex-presidente João Goulart será feita por um conjunto de laboratórios internacionais de identificação. O procedimento tem o objetivo de garantir a isenção das informações e desvincular o resultado do Estado brasileiro. A operação terá supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e de peritos internacionais da Argentina e do Uruguai. Técnicos cubanos também poderão se integrar ao grupo.
Edição: Nádia Franco

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/exumacao-dos-restos-mortais-de-jango-sera-no-proximo-dia-13

domingo, 20 de outubro de 2013

Geração de empregos em setembro tem melhor resultado desde abril

Brasília – A geração de empregos em setembro teve o melhor resultado desde abril deste ano, com a criação de mais de 211 mil postos de trabalho formal.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (16) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o saldo do mês passado foi também o melhor para o período dos últimos três anos. A mão de obra adicional no mês passado foi o resultado de aproximadamente 1,8 milhão de admissões e 1,6 milhão de demissões.
Setembro foi o segundo mês consecutivo de crescimento. Em julho havia sido registrado o pior resultado para o mês desde 2003, com 61,6 mil novas vagas. Desde maio, o Caged vinha constatando ritmo mais lento da geração de postos no mercado de trabalho.
De acordo com o Ministério do Trabalho, o resultado do mês passado deve-se à expansão do setor de serviços, que, individualmente, criou mais de 70,5 mil postos – 33,4% de todas as vagas formais no mês. Para o ministério, o bom desempenho foi impulsionado pela expansão generalizada dos ramos que integram o setor, com destaque para os serviços em alojamento e alimentação (mais de 22 mil vagas), de comércio e administração de imóveis (20 mil) e ensino (9,8 mil).
Outros setores que tiveram desempenho positivo em setembro foram a indústria de transformação, com a criação de mais de 63,2 mil postos, e o comércio, com 53,8 mil.
Os estados com os melhores resultados foram São Paulo (45,2 mil), Pernambuco (29,9 mil) e Alagoas (16,2 mil). O único estado em que houve fechamento de vagas foi Rondônia, com menos 72 postos de trabalho. O Acre foi o segundo com o pior desempenho (268 postos), seguido pelo Piauí (379).
Conforme os dados do Caged, de janeiro a setembro deste ano, houve aumento real de 2,2% nos salários de admissão – de R$ 1.076 para R$ 1.100, aproximadamente.
Edição: Nádia Franco

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/geracao-de-empregos-em-setembro-tem-melhor-resultado-desde-abril

sábado, 19 de outubro de 2013

Horário de verão evitará gasto de R$ 4,6 bilhões em investimentos em energia

Brasília – A adoção do horário de verão no período 2013-2014 representará uma economia de R$ 4,6 bilhões em investimentos que deixarão de ser feitos em geração e transmissão de energia, e de R$ 400 milhões sem o acionamento de usinas térmicas. A estimativa do governo federal foi anunciada hoje (16) pelo secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner.
No horário de pico, entre as 18h e as 21h, a redução na demanda será 2.065 megawatts (MW) no sistema das regiões Sudeste/Centro-Oeste. Na Região Sul, a redução será 630 MW. Nos dois sistemas, que abrangem as três regiões, a redução da demanda nos horários de pico ficará entre 4,5% e 5%, enquanto a redução de consumo geral do sistema será em média 0,5%.
O horário de verão – que terá início à zero hora do próximo domingo (20) e terminará à zero hora do dia 16 de fevereiro – será adotado no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, em Minas Gerais, em Goiás, em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Segundo Grüdtner, a medida possibilita melhor aproveitamento da luz solar. ”Com isso, evita-se investimento em geração e transmissão, [custo] que iria para a tarifa, e o acionamento de usinas térmicas para suprir o consumo de energia”, disse o secretário. "Não é o governo que economiza [com o horário de verão]. É a sociedade. Em termos de geração evitada, serão cerca de R$ 400 milhões [a serem economizados]; e em termos de investimentos, R$ 4,6 bilhões.”
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932 pelo então presidente Getúlio Vargas. A medida é adotada sempre nesta época do ano, quando os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao Sol. No fim do ano, há também um aumento na demanda por energia, resultante do calor e do crescimento da produção industrial devido ao Natal.
Na última temporada (2012/2013), o horário de verão gerou economia de 4,5% no período de pico nos estados em que foi adotado.
Edição: Nádia Franco

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/horario-de-verao-evitara-gasto-de-r-46-bilhoes-em-investimentos-em-energia

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Moradores em cidades com melhor qualidade de vida são maioria dos associados aos planos de saúde

Rio de Janeiro – Cerca de 94% dos associados aos planos de saúde no Brasil vivem nos 1.900 municípios com Índice de Desenvolvimento Humano por Municípios (IDHM) alto ou muito alto, que concentram 70% da população nacional. Cerca de 6% estão distribuídos nas 3.600 cidades com IDHM médio ou baixo, e representam 30% da população. Os números são de uma pesquisa feita pela Federação Nacional de Saúde Suplementar.
O índice de 2010, divulgado em julho deste ano pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, avalia a qualidade de vida da população por meio de características de renda, educação e longevidade.
A pesquisa constatou que nos 44 municípios com IDHM muito alto a cobertura de planos de saúde chega a 51% da população, enquanto a média nacional é 23,7%. Nos municípios com índice alto, a cobertura é 27,6%. Nas localidades com IDHM baixo e muito baixo, a cobertura é próxima a 1%.
De acordo com o levantamento da federação, que representa as operadoras de planos de saúde, nove dos dez estados com maior taxa de cobertura de planos de saúde registraram a melhor esperança de vida. Nestes estados, a população vive, em média, 75,6 anos, enquanto no grupo restante, a média de vida da população gira em torno de 72,5 anos.
De acordo com o diretor executivo da entidade, José Cechin, a amplitude da cobertura dos planos de saúde tem relação direta com a renda e a educação, que são indicadores usados no cálculo do IDHM. “Quem tem plano de saúde? São pessoas que tem renda [mais alta]. E geralmente a renda está associada à escolaridade [quanto mais escolaridade mais renda]. Onde há alta renda há alta cobertura de planos de saúde”, disse Cechin.

Edição: Beto Coura

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/moradores-em-cidades-com-melhor-qualidade-de-vida-sao-maioria-dos-associados-aos-planos-de-saude

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Prorrogação para submissão de Trabalhos para os Gt's do Fórum

Está prorrogada a data de submissão de trabalhos para os Gt's do II Fórum Internacional 20 de Novembro, ficando aberta até o dia 20 de outubro de 2013.
Da Submissão e Apresentação de Trabalhos [após divulgação dos GT’s aprovados]:
As propostas de trabalho devem ser compostas por um resumo, de 15 a 20 linhas (fonte Times New Roman, 12, em espaço simples), e devem incluir o nome do autor, e-mail, titulação, instituição e título da comunicação, que devem ser encaminhados para o gtsforum2013@gmail.com . Os participantes que tiverem seus trabalhos aceitos terão 15 minutos para a apresentação da comunicação. A aceitação ou não das propostas de comunicação será de responsabilidade dos coordenadores de cada GT.

Fonte: http://ufrb.edu.br/forum/arquivo-de-noticias/64-prorrogacao-para-submissao-de-trabalhos-para-os-gt-s-do-forum

Realiza-se no próximo 21 de Outubro o workshop

Realiza-se no próximo 21 de Outubro o workshop «Culturas, poderes e atores sociais na Bahia (séculos XVII-XIX)». Uma organização do Projecto «Salvador da Bahia: American, European, and African forging of a colonial capital city (BAHIA 16-19)»
(PIRSES-GA-2012-318988).

Sala de Extensão - Pavilhão Raul Seixas, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia | 9h00-10h00.

No Rio, 84 pessoas são presas após confrontos em protesto

Rio de Janeiro – A Polícia Civil divulgou hoje (16) balanço informando que 84 pessoas foram presas ou apreendidas após confronto e atos de vandalismo ontem (15) no centro da cidade, depois da manifestação de professores e demais profissionais em defesa da educação. Alguns dos presos foram enquadrados em crimes da lei que tipifica o crime organizado, como formação de quadrilha, dano ao patrimônio público, e roubo, além de lesão corporal. Eles estão sendo levados para unidades prisionais, depois de terem feito exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal.
Conforme o balanço, do total, 20 menores de idade foram apreendidos. A Polícia Militar levou mais de 190 pessoas para as delegacias durante o protesto. A maioria foi ouvida e liberada.
“Nós olhamos esse grupo [de presos] como um bando, no conceito do Código Penal. Para a gente, minimamente há uma organização. A Polícia Civil não analisa a pessoa. Analisa o fato que é apresentado. O delegado tem autonomia, tem independência para olhar o fato. Se o delegado entendeu pela tipificação de quadrilha ou bando, ou corrupção de menores, ou pela lei de organização criminosa, ele teve convicção e elementos para isso. Claro que esse fato será submetido ao Ministério Público e ao Poder Judiciário”, disse a chefe da Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, que divulgou o balanço.
Segundo a polícia, foram apreendidos com os manifestantes objetos, como facas, máscaras contra gás, luvas, latas de spray de tinta, pedras portuguesas e azulejos, além de bexigas de borracha com fezes e urina. Os tais objetos foram colocados em uma mesa durante a divulgação do balanço.
Martha Rocha não precisou a origem das facas – se estavam com várias pessoas ou se foram encontradas em algum lugar –  mas sustentou que os indiciamentos foram fundamentados e ressaltou que caberá ao Ministério Público e à Justiça a palavra final.
De acordo com a chefe da Polícia Civil, imagens, gravadas em diferentes momentos, de homens que aparecem disparando tiros em direção aos manifestantes e policiais militares fazendo uso de armas de fogo estão sendo analisadas e que os casos serão investigados. Um jovem foi baleado e precisou de atendimento hospitalar.
“Eu quero lembrar que a Polícia Civil tem agido e, em determinados casos, instaurado procedimentos por abuso de autoridade. Essas imagens, a exemplo de todos os fatos, serão examinadas pela Polícia Civil, que vai buscar a identidade dessas pessoas. Hoje mesmo deslocamos um delegado para ouvir uma pessoa que foi ferida [a bala]. Não haverá, por parte da Polícia Civil, qualquer tipo de ação que não seja buscar a identificação desse autores”, declarou a delegada.
Em nota, o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, informou que telefonou para a delegada Martha Rocha e pediu prioridade na identificação dos autores dos disparos. "Além de fazer disparo para o alto ser crime, temos que apurar se esta ação tem alguma relação com o jovem que foi atingido", disse Zaqueu, na nota.
 
Edição: Carolina Pimentel

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/no-rio-84-pessoas-sao-presas-apos-confrontos-em-protesto

STF decide manter prazo de dez anos para pedido de revisão da aposentadoria do INSS

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (16) manter prazo de dez anos para que segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) peçam a revisão da aposentadoria. A Corte entendeu que o artigo da Lei 9.528/1997, que criou o prazo de decadência, é constitucional e vale para todos os segurados.
A decisão será aplicada a 19.306 processos semelhantes que tramitam em todas as instâncias da Justiça e aguardavam decisão do STF.
Os ministros analisaram um recurso do INSS contra decisão da Justiça Federal em Sergipe, que determinou a revisão do benefício pago a uma aposentada. Ela pediu a isenção de prazo antes da lei. No recurso, a procuradoria do INSS informou que o prazo decadencial é importante para evitar o aumento no déficit do orçamento da Previdência.

A Lei 9.528/1997 criou o prazo de dez anos de decadência para que beneficiários da Previdência peçam a revisão dos pagamentos. Segundo o Artigo 103, “é de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”.
Por unanimidade, a maioria dos ministros seguiu voto do ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo. Ele entendeu que a Constituição Federal garante ao cidadão o acesso inicial aos benefícios da Previdência Social, porém, o governo pode limitar o período em que a revisão do benefício pode ser feita. “A instituição de um limite temporal destina-se a resguardar a segurança jurídica. É deste equílibrio que depende a continuidade da Previdência”, disse o ministro.
O voto de Barroso foi seguido pelos ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Joaquim Barbosa.
 
Edição: Carolina Pimentel

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-16/stf-decide-manter-prazo-de-dez-anos-para-pedido-de-revisao-da-aposentadoria-do-inss

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dia do Professor

Fonte: youtube

15 DE OUTUBRO , DIA DO PROFESSOR

15 DE OUTUBRO , DIA DO PROFESSOR .
HOMENAGEM À AQUELES QUE DEDICARAM E QUE AINDA DEDICAM SUAS VIDAS A ENSINAR-NOS TUDO O QUE SABEM.
OBRIGADO AOS MESTRES POR TER NOS DADO OS SEUS CONHECIMENTOS, POR FORMAREM SEUS ALUNOS CULTOS E PRINCIPALMENTE POR HAVEREM CONTRIBUÍDO PARA A FORMAÇÃO DE NOSSOS PROFISSIONAIS.
A VOCÊS PROFESSORES, TODO O NOSSO RESPEITO E ADMIRAÇÃO.
DESEJO À TODOS SEM EXCEÇÃO, INDÍGENAS E NAO INDÍGENAS UM FELIZ DIA DO PROFESSOR E QUE ESSA DATA SEJA LEMBRADA TODOS OS DIAS POR AQUELES QUE COMO NÓS, SÓ TEM A LHES AGRADECER.

Fonte: Facebook chamado da terra

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Albinos são alvo de mutilações e assassinatos em países africanos

Foto: Esdras Ndikuman/AFP
Foto: Esdras Ndikuman/AFP
 
Por Patrícia Campos Mello, enviada especial da Folha à Tanzânia

 Quando Josephat Torner nasceu, em um vilarejo na Tanzânia, os vizinhos aconselharam sua mãe a matá-lo com veneno. “É um bebê albino, isso é uma maldição, livre-se dele”, disseram. A mulher se recusou.
Mais tarde, quando Josephat ia começar a estudar, a professora não queria aceitá-lo. Tinha medo de que ele “contaminasse” os demais com albinismo, distúrbio genético que causa falta de pigmentação na pele e não é contagioso. Na classe, as crianças sentavam longe dele.
Aos 32 anos, casado e com dois filhos, Josephat perdeu a conta de quantas vezes escapou da morte. Ele circula por Dar es Salaam, principal cidade da Tanzânia, em uma caminhonete Nissan 2008 branca com vidros pretos. Os vidros escuros o protegem da luz do sol e de tentativas de assassinatos.
Nos últimos seis anos, pelo menos 72 albinos foram assassinados na Tanzânia. Muitos tanzanianos acreditam que albinos tenham poderes mágicos e que rituais de bruxaria usando partes do corpo de pessoas com albinismo tragam sorte ou riqueza.
Alguns acreditam que os rituais são mais eficientes se a vítima grita durante a amputação, então os braços, olhos e genitais normalmente são extraídos de pessoas vivas. Muitos creem que os albinos não morrem, eles simplesmente desaparecem.
Além disso, homens com HIV raptam meninas com albinismo na crença de que estuprá-las possa curar a Aids.
Segundo relatório da ONU publicado há três semanas, “um cadáver de albino completo, incluindo braços, pernas, genitais, orelhas, língua e nariz, custa US$ 75 mil [R$ 163 mil]” na Tanzânia.
Entre os compradores estão pescadores que usam pedaços do corpo em suas redes para garantir uma boa pescaria, mineradores que moem os ossos de albinos para achar riquezas, políticos que querem um amuleto para ganhar eleições e empresários de olho na sorte grande.
A ONU diz que a Tanzânia, que tem cerca de 200 mil albinos (0,4% da população), é o país com mais ataques. Em seguida vêm Burundi, Quênia, República Democrática do Congo, Suazilândia, África do Sul e Moçambique.
IMPUNIDADE
Apenas cinco pessoas foram condenadas pelos 72 assassinatos de albinos na Tanzânia nos últimos seis anos.
“Há gente graúda por trás dos assassinatos, políticos que encomendam partes de albinos para fazer rituais e tentar se eleger”, diz Josephat, que é ativista da Sociedade de Albinos da Tanzânia.
“É preciso descobrir onde está o mercado: quem encomenda os pedaços de albinos? Enquanto não descobrirem, os crimes vão continuar.”
“Há poucas condenações, porque todos esses rituais são secretos e é muito difícil achar provas para condenar os assassinos de albinos”, diz Alshaymaa Kwegyir, primeira deputada albina da Tanzânia, nomeada pela Presidência do país africano.
Diante da impunidade, as pessoas com albinismo na Tanzânia vivem com medo.
“Eu nunca ando sozinha à noite, só caminho por ruas movimentadas e não falo com quem não conheço”, diz Zakia Matimbwa, 37, que é albina e tem dois filhos com albinismo. “Nós simplesmente não podemos nos movimentar livremente como as outras pessoas”, afirma.
A ONU acredita que a maioria dos ataques não é registrada por causa do medo dos familiares de vítimas.
Logo após o pico de assassinatos, em 2009, o governo cassou a licença de todos os feiticeiros do país, que precisam dessa autorização para atuar. Muitos praticantes de magia negra dizem ser herbalistas, médicos tradicionais que usam remédios naturais.
Mas um ano depois, pouco antes das eleições, o governo revogou a medida, que era muito impopular. Segundo o Pew Research Institute, cerca de 60% dos tanzanianos acreditam em magia negra.
O governo criou nove abrigos para proteger albinos no país, principalmente perto do lago Vitória, onde ocorre a maioria dos ataques.
Crianças com albinismo ficam internadas nesses abrigos e muitas vezes nem voltam mais para casa.
Mas especialistas são contra os abrigos, acham que os albinos precisam ser integrados na sociedade para diminuir os preconceitos.
A albina Judica Lyamboko, 28, está aprendendo a costurar para arrumar um emprego que não seja na agricultura, debaixo do sol o dia inteiro. Ela só estudou até a escola primária, porque não conseguia enxergar direito, outro problema associado ao albinismo.
O maior sonho de Judica é se casar. Mas ela acha que vai ser difícil alguém que não tenha albinismo se apaixonar por ela. “Os pais de alguém normal nunca permitiriam o casamento com uma albina.”
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A jornalista PATRÍCIA CAMPOS MELLO é bolsista do International Reporting Project da Johns Hopkins University.

Fonte:  http://racismoambiental.net.br/2013/10/albinos-sao-alvo-de-mutilacoes-e-assassinatos-em-paises-africanos/

Mexicano obriga namorada a usar cadeado no jeans para evitar traição

Uma jovem de 25 anos foi obrigada pelo namorado a usar um cadeado na calça jeans. O homem, 15 anos mais velho que ela, pretendia evitar que fosse traído. A mulher procurou autoridades de Veracruz, no México, após sentir fortes dores por ficar horas sem ir ao banheiro. O namorado admitiu o feito e foi preso pela polícia local, mas foi logo liberado porque a jovem não quis registra a ocorrência. Mesmo solto, o homem foi obrigado a assinar uma declaração em que prometia não voltar a colocar o cadeado na namorada e a entregar as chaves aos policiais. De acordo com a rede CNN em espanhol, a mulher contou que era obrigada a usar o cadeado há 12 anos e tinha medo da reação do namorado se retirasse o objeto. 

Fonte: http://www.aragaonoticias.com.br/

Geração de empregos formais cai pela metade de 2011 para 2012

Brasília - A geração de empregos formais caiu pela metade de 2011 para 2012. No ano passado, foram criados cerca de 1,1 milhão de postos de trabalho – tanto em regime de carteira assinada quanto no serviço público. No período anterior, foram aproximadamente 2,2 milhões. O resultado de 2012 foi ainda pior se comparado ao de 2010, quando foram criados 2,8 milhões de empregos. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2012, divulgada hoje (11) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em 2012, o emprego formal com carteira assinada teve crescimento de 3,46%, com a criação de 1,3 milhão de postos. No serviço público, sob o regime estatutário, houve declínio de 1,76% dos vínculos empregatícios, com o fechamento de mais de 152 mil postos.
“Tal comportamento mantém a trajetória de crescimento do emprego ininterrupta, apontando uma perda de dinamismo, já detectada no ano de 2011. Tanto o emprego celetista quanto o estatutário evidenciaram comportamento mais desfavorável comparativamente ao ano anterior, dando continuidade ao processo de desaceleração ocorrido naquele ano”, informou o ministério em nota.
Para a pasta, o fechamento de postos no serviço público se deve ao declínio de contratações de servidores não efetivos, ao desaquecimento do mercado de trabalho e à dinâmica eleitoral, especialmente na administração pública municipal.
O ministério destacou que, apesar da perda de dinamismo na criação de postos de trabalho formais, indicada pela Rais de 2012, houve a manutenção das baixas taxas de desemprego. No ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego atingiu 5,5% – o menor índice anual da série histórica, que começou em 2002.
Em 2012, a taxa de crescimento do emprego foi maior do que a do Produto Interno Bruto (PIB), assim como foi verificado em 2011. No ano passado, o PIB registrou crescimento de 0,9%, enquanto os postos de trabalho formais aumentaram 2,48% – o que, de acordo com o Ministério do Trabalho, é “amplamente favorável”. Em 2011, o PIB cresceu 2,7% e o emprego, 5,09%.
A Rais é um registro das declarações anuais e obrigatórias de todos os estabelecimentos existentes no país. Gerenciados pelo Ministério de Trabalho e Emprego, os dados são as principais fontes de informações sobre o mercado de trabalho formal brasileiro, sendo usados pelo governo na elaboração de políticas públicas.
Edição: Talita Cavalcante//Título alterado às 12h26 para correção. Diferentemente do que foi informado, o que caiu foi a geração de emprego e não o número de empregos formais.

Fonte:  http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-11/geracao-de-empregos-formais-cai-pela-metade-de-2011-para-2012

domingo, 13 de outubro de 2013

texto principal do relatório sobre o programa Mais Médicos foi aprovado na Câmara

Na manhã de hoje, o texto principal do relatório sobre o programa Mais Médicos foi aprovado na Câmara. Depois de intensas negociações com parlamentares e entidades do setor, o governo conseguiu preservar o principal ponto do projeto: a permissão para que o Ministério da Saúde entregue o registro especial para os profissionais formados no exterior inscritos no programa. Dessa forma, teremos mais profissionais de saúde atuando nas regiões mais necessitadas e contribuindo para a melhoria na qualidade de vida dos brasileiros.
Agora, o texto vai para o Senado Federal e deve ter a tramitação concluída até o próximo mês. Nesta semana, os médicos formados no exterior, inscritos na segunda rodada do programa, iniciaram curso de formação e, após avaliação específica, poderão atuar em postos de saúde em cidades onde hoje há carência de médicos.

Fonte: Facebook de Rui Costa

Bancada ruralista: tudo pela terra

 
Najar TubinoÉ a maior bancada do Congresso Nacional. Oficialmente conta com 162 deputados e 11 senadores, sob a sigla de Frente Parlamentar da Agropecuária. Para se registrar como frente é necessário um terço dos congressistas (198). Porém, a bancada conta com uma legião de adeptos de última hora. A pesquisadora da USP Sandra Helena G. Costa pesquisou a vida de 374 deputados e senadores para fazer a tese “Questão agrária e a bancada ruralista no Congresso Nacional”. Inclusive com o histórico familiar e a participação na política brasileira na formação das oligarquias regionais. Sem contar 23que não tem nenhum imóvel registrado ou qualquer ligação empresarial com o agronegócio, os restantes 351 declaram possuir 863.646,53 hectares. Os dados foram consultados nos arquivos do TSE e no cadastro do INCRA.
 
Já o jornalista Alceu Castilho, autor do livro “Partido da Terra”, que levantou 13 mil declarações de bens de políticos brasileiros, incluindo deputados estaduais, prefeitos, vices, suplentes, chegou a um número de 2,03 milhões de hectares. As informações registradas pela Justiça Eleitoral são declarações dos próprios candidatos. Mas o que interessa, além das prioridades da bancada ruralista, é que eles representam empresas e proprietários de terras no país, que movimentam R$440 bilhões entre a produção agrícola e pecuária. O capitalismo agrário brasileiro não é um negócio de famílias, embora elas continuem no poder em vários estados, comandando a máquina do Estado.
 
Dinheiro de todo lado 
É preciso considerar que nas últimas duas décadas, com a implantação das lavouras de soja e algodão no cerrado e, principalmente, a expansão acelerada do rebanho de bovinos, milhares de empresas do setor urbano, incluindo indústrias de todos os ramos, bancos, empreiteiras, comerciantes, ex-donos de redes de supermercados investiram no campo. Só para dar um exemplo: na década de 1980, com o Polo Centro, quando os militares liberaram incentivos fiscais para a ocupação de fazendas no cerrado, vários grupos calçadistas do Rio Grande do Sul compraram propriedades no Mato Grosso do Sul – Schmitt Irmãos, Reichert Calçados, Paquetá e, posteriormente, os irmãos Alexandre e Pedro Greendene, além da Siderúrgica Gerdau, que contava com mais de 50 mil hectares no município de Água Clara (MS), onde implantaram 30 mil hectares de pinus.
 
Assim também ocorreu com Bradesco, Votorantim e Ometto, na Fazenda Bodoquena, no Pantanal do rio Miranda, uma extensão muito maior do que 100 mil hectares. Ou banqueiros, como o já falecido Pedro Conde, do antigo BCN, comprou outros milhares de hectares no Pantanal do rio Coxim, onde hoje funciona a fazenda Novo Horizonte, administrada pelo genro, Marco Iatauro. Também no Pantanal, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, comprou a fazenda Cristo Rei, de José Carlos Bumlai, com 116 mil hectares, e que era da equipe do ex-banqueiro Olacyr de Moraes (Banco Itamarati), que era o proprietário da Fazenda Itamarati, em Ponta Porã. Bumlai era o homem em Brasília que agilizava a liberação das verbas das obras da Constran, no orçamento federal. Na época, o senador Carlos Gomes Bezerra (PMDB) era o presidente da Comissão de Orçamento. Está na lista com três fazendas improdutivas.
 
Fundos estrangeiros
Entretanto, o capital investido no campo tem muitas origens, inclusive para lavagem. Quem controla a fronteira dos estados limites com Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia, onde estão implantadas fazendas dos dois lados? Na Fazenda Itamarati, de 50 mil hectares, hoje um imenso assentamento, a divisa com o Paraguai é uma estrada. Um boi no Brasil hoje vale no frigorífico em torno de R$1.700,00, contando a arroba a R$100, e o abate médio de 17 arrobas. Um caminhão de bois normalmente carrega 20 animais. São R$34 mil. No Brasil o abate oficial é de mais de 40 milhões de cabeças, para um rebanho acima de 200 milhões. Logicamente, a bancada é apoiada financeiramente pelos pecuaristas, aliás, 20 congressistas estão na lista da pesquisadora da USP como latifundiários.
 
Para completar o raciocínio. Na área agrícola, onde a associação das multinacionais Bunge, Cargill, ADM, Louis Dreyfus, as irmãs do agronegócio, que financiam os produtores rurais em troca de parte da safra, recebeu mais um reforço. Trata-se dos fundos privados, que captam dinheiro no mercado internacional e compram ou arrendam fazendas no país. Inclusive são os responsáveis pelo avanço da soja e do algodão no chamado MAPITOBA – inclui parte do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. Fundos como Tiba Agro, coordenado pelos ex-executivos do Bank Of America, Fábio Greco e Amauri Fonseca Junior, captaram mais de US$300 milhões e pretendem investir em 320 mil hectares. Ou o Brasil Agro já conta com 164 mil hectares. A SLC, uma sociedade de empresários gaúchos que fabricavam colheitadeiras em Horizontina (RS), pretendem plantar 400 mil hectares na próxima safra, se associou ao fundo inglês Valiance Asset Mangement, na empresa para administrar terras Land & Co. Mesma estratégia da Radar, empresa dirigida pela Cosan, hoje Raízen (sociedade com a Schell), que comprou 180 fazendas nos últimos anos e opera mais de 80 mil hectares, onde a maioria dos cotistas são estrangeiros.
 
Conflitos e mortes
Enfim, esses são, resumidamente, quem a bancada ruralista representa. Por isso mesmo, as prioridades políticas desse grupo de deputados e senadores, envolve a liberação de terras, tanto dos territórios indígenas, quilombolas, como de reservas e parques ecológicos. Também querem flexibilizar leis trabalhistas do setor rural, dar uma nova definição ao “trabalho escravo”, mudar as regras para o registro de agrotóxicos e de novos produtos alimentares, alterar a legislação de terras para facilitar a compra por estrangeiros e nas regiões de fronteira, renegociar as dívidas dos ruralistas. Acho que só não advogam a volta do trabalho infantil à noite, como acontecia na Inglaterra do século XIX, porque seria demais.
 
Nesse país imenso foram registrados no ano passado mais de mil conflitos envolvendo ruralistas, empresas, fundos, investidores e os moradores de localidades dos confins, índios, quilombolas, enfim, os despossuídos. Não tem lugar para eles onde esta máquina avassaladora toma conta. Não será a bancada ruralista que vai se sensibilizar com a morte 555 guaranis no MS em uma década, nem com 317 homicídios, embora suas famílias estejam cercadas pela soja, algodão ou por bovinos Nelore na região de Dourados. A empresa paranaense Jatobá Pecuária e Indústria é a segunda colocada do Ranking da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, que classifica os melhores criadores do país. A Fazenda Jatobá em Paranhos foi invadida pelos índios guarani kaiowá recentemente. É área indígena desde 2000. A terceira colocada é a Fazenda do Sabiá, de Alberto Vale Mendes, sócio da construtora Mendes Júnior.
 
O perfil da bancada
O perfil da bancada ruralista é o seguinte: maior número de deputados é de Minas Gerais com 24, do total de 53. As bancadas regionais do MS e TO tem a maior proporção de ruralistas 87,5%. Dos oito componentes das duas bancadas sete são ruralistas. No MT dos oito são seis ruralistas. A região Centro-Oeste tem o maior número de ruralistas – dos 41, 24 fazem parte. Mas a Região Sul, possui o maior número proporcional – 62,3%. Ou seja, dos 77, 48 são ruralistas, no caso do RS, dos 31 deputados l6 são da bancada. No Paraná, de 30, 21 pertencem a dita cuja. No nordeste, dos 151 congressistas, 63 são ruralistas. No Norte, dos 65, 29 compõe a bancada. No Sudeste dos 179, 44 são ruralistas. O partido com maior número de ruralistas é o PMDB – dos 78, 46 são, além de Três senadores. O bloco PSB, PTB e PC do B dos 62, 22 pertencem e um senador. No PP, dos 39 deputados 25 são ruralistas além de três senadores. No DEM, dos 27, 26 estão catalogados. No PSDB de 51, 25 participam. No PT dos 85, 14 votam com ela.
 
São 26 médicos ruralistas
Esta contagem foi feita pelas pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina Ivete Simionatto e Carolina Rodrigues Costa, do setor de Serviço Social, em um trabalho que aborda a questão dos dominantes na questão agrária. Um trecho:
 
“Os integrantes da bancada ruralista são de diferentes partidos, agem de forma pragmática, não representando ninguém, exceto eles mesmos. Se pode observar hoje na atuação da bancada ruralista é a prevalência de um projeto que privilegia os setores mais capitalizados da sociedade e utiliza o Estado como meio de cooptação, ou seja, de transformismo e de exercício da pequena política”.
 
A pesquisadora Sandra Helena G. Costa apresentou a sua tese de mestrado na área de Geografia Humana (USP) no final do ano passado. É um trabalho de fôlego, com 325 páginas de texto, fora os anexos. Dos 374 congressistas pesquisados- ela acrescentou 74 a uma lista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar identificados com a bancada -, 118 declaram profissões ligadas a área agrícola ou pecuária – agrônomo, empresário rural, pecuarista, fazendeiro, técnico em agropecuária. Desses 59 declararam a profissão de pecuarista. Porém, alguns deles não declararam possuir rebanhos. Seis ruralistas são empresários: Dilson Sperafico (DEM-MS) e Dilceu João Sperafico (PP-PR), Sandro Antônio Scodro, ou Sandro da Mabel (PR-GO), Blairo Maggi, do Grupo Amaggi, Camilo Cola (PMDB-ES), grupo Itapemirim, Newton Cardoso (PMDB-MG), grupo que atua em mineração, siderurgia, agropecuária, silvicultura, João José Pereira de Lyra (PTB-AL), usineiro.
 
Na política como sempre
Na classificação por área, ela ainda identificou 25 políticos ligados a construtoras ou a empreendimentos imobiliários. Mais impressionante é o número de parlamentares médicos da bancada ruralista – 26. Na área de produção de grãos, plantio de eucalipto, cafeicultura, usinas de açúcar e álcool são 38. Vinte foram identificados como grandes proprietários de terras. Aprofundando ainda mais o poder dos políticos ruralistas a pesquisadora da USP identificou as famílias que dominam alguns estados ou regiões do país. Caso da família Caiado, em Goiás, que o tataravô foi vice-presidente da província e comandante da Guarda Nacional entrando na política nacional em 1985 e se mantendo até a atualidade. Também a família Cassol, em Rondônia, onde Reditário Cassol na época da ditadura assumiu o município de Colorado do Oeste e desde então dominam a política estadual. Casualmente ele é suplente do senador Ivo Cassol, seu filho, condenado recentemente por fraude em licitação pelo STF. Mais as famílias de usineiros nordestinos Calheiros, Brandão Vilela e Pereyra de Lira. Para completar a família Bezerra Coelho em Pernambuco, a família Rosado em Mossoró (RN) e a família Lupion, no Paraná, onde o avô Moisés Lupion deu o exemplo de como agir no campo ao atual deputado Abelardo Lupion, conhecido pelo projeto que pretendia enquadrar os ocupantes  de propriedades como terroristas. O avô era considerado o maior grileiro do Paraná.
 
Dos deputados citados 54 confirmaram o registro na antiga Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o partido oficial da ditadura. Comenta Sandra Helena:
 
“- No âmbito da representação as nomeações para os cargos de prefeito durante a ditadura militar legou a este grupo influência na política local. Especialmente sobre áreas de terras a serem colonizadas em municípios do Norte e do Centro-Oeste... além dos bens patrimoniais herdados de seus ascendentes no sobrenome ‘herdam’ toda uma trama de relações de poder institucionalizado, que o eleitorado vai reconhecer através do voto”.
 
Senadora Kátia Abreu
Interessante é o caso da atual senadora Kátia Abreu, do Tocantins, onde foi presidente do sindicato rural de Gurupi, depois presidente da Federação de Agricultura e Pecuária, até ser eleita para a Confederação Nacional de Agricultura (CNA):
 
“O que intriga na condição desta senadora ruralista é o fato dela mesmo discursar em prol do agronegócio, ser tratada como pecuarista, mesmo que desde o ano 1998 não tenha mais declarado nenhuma cabeça de gado. Declara ser empresária rural, mas não há registro de nenhuma ação ou cota em empresa e o valor total do seu patrimônio é de R$437.182,19, com disponibilidade financeira de mais R$120 mil... poderia não ser este o total real dos bens da senadora, ou estaria amparado no latifúndio improdutivo, ao invés do agronegócio”, comenta Sandra Helena Costa.
 
Já o médico (ortopedista), professor, ex-presidente da União Democrática Ruralista, Ronaldo Caiado declarou à Justiça Eleitoral sete fazendas, que somam 5.172,2 hectares – uma fazenda de 795 hectares é posse. O patrimônio dele evoluiu de 2006 para 2010 de R$3.671.539,53 para R$5.950.666,62. O rebanho também evoluiu de 2.478 bovinos para 3.246 cabeças, além de 2.484 asininos (cabras), equinos, mulas. Adquiriu 15 cotas da Cooperativa de Crédito Rural, e já possuía cotas do frigorífico Goiás Carne.
 
A cultura do calote
Não posso terminar este texto, sem citar mais um trabalho consultado, a tese de mestrado de Orson José Roberto de Camargo, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Unicamp, na área de Sociologia, chamada “Elite Política Brasileira e a Renegociação das Dívidas do Crédito Rural – o caso da Bancada Ruralista”. Um dos baluartes da dita bancada parlamentar é a renegociação das dívidas, que ela trata desde que elegeu míseros 20 deputados na Constituinte de 1988, onde pretendia travar a reforma agrária. Ele analisou a MP 114, de março de 2003, depois transformada em lei 10.696, de julho do mesmo ano. A origem da iniciativa era renegociar as dívidas dos agricultores familiares, mini e pequenos, então inadimplentes. Com a atuação da bancada ruralista, já com 117 deputados, acabaram incluindo todos os produtores rurais. A renegociação das dívidas dos inadimplentes no crédito rural começou em 1995, quando fizeram uma primeira securitização. Depois em 1998, o governo FHC criou o Programa Especial de Saneamento de Ativos (PESA). Em 2001 houve uma segunda securitização e em 2003, fizeram a renegociação dos inadimplentes do PESA. Como registrou Camargo:
 
“Parte significativa dos grandes produtores rurais simplesmente se habituou a não pagar os empréstimos obtidos do dinheiro público, pois sabem que possuem uma forte base parlamentar de pressão que atua toda vez que há renegociação das dívidas. É a consolidação da cultura do calote”.
 
Entre 2000 e 2005 o governo federal despendeu R$ 15,9 bilhões somente com o financiamento e a equalização de taxas de juros do crédito rural, enquanto as despesas com as renegociações da dívida montaram R$ 9 bilhões. As renegociações que empurraram as dívidas mais de 20 anos, sempre foram cíclicas, mas Camargo anotou “um salto significativo da renda agrícola a partir de 2002 e, curiosamente, é justamente nesse período de maior ganho na lavoura que a inadimplência aumentou e optaram pela renegociação”. Em 2005 calculava-se que o estoque da dívida estava em R$30 bilhões, citando a versão do Ministério da Agricultura. Nas contas do Ministério da Fazenda passava de R$ 70 bilhões.
 
Enquanto renegociam as contas, advinha o que eles fazem com o lucro? Compram mais terra e mais gado. 

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Bancada-ruralista--tudo-pela-terra/4/29182