terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dilma Rousseff: bancos públicos financiarão compras de bicicletas

A candidata à reeleição, presidenta Dilma Rousseff (PT), disse hoje (27), durante evento de campanha em uma estação de Bus Rapid Transit (BRT) recém-construída em Brasília, que o governo usará os bancos públicos para abrir linhas de financiamento para a compra de bicicletas para pessoas de todas as classes sociais. Além disso, ela garantiu que financiará também ciclovias “em todas cidades que pedirem” a ajuda do governo federal.
A candidata destacou que as bicicletas são importantes meios de transporte para curtas e médias distâncias tanto nas cidades quanto em zonas rurais brasileiras. Dilma ressaltou que esse meio de transporte também é eficiente para integrar os modais de transporte, além de contribuir para a redução de emissões de gás carbônico. “Estamos dando prioridade para ciclovias e bicicletários por meio de incentivos e estímulos”, disse, após lembrar que a maior parte das bicicletas do país é produzida na Zona Franca de Manaus e, portanto, “não paga tributos federais".
A presidenta aproveitou a oportunidade para fazer um balanço das ações do governo na área de mobilidade urbana. Foram R$ 143 bilhões do Orçamento, dos quais boa parte foi destinada a financiamentos com juros subsidiados em prazos de até 30 anos, com quatro anos de carência. “Isso mostra que sem bancos públicos não se investiria em transporte urbano, ao contrário do que dizem outros candidatos”, disse.
“Não houve em nenhuma época, no Brasil, esse nível de investimento sistemático na área de transporte urbano de massa, patrocinado pelo governo federal. Outros governos apenas premiavam alguns lugares com algum investimento. Mas a meu ver, essa é uma necessidade no Brasil porque, como o transporte de massa é a busca do tempo, ele representa o direito para a pessoa desfrutar a vida”.
Perguntada por jornalistas sobre matéria publicada pela revista Veja, segundo a qual um integrante de sua campanha em 2010 teria pedido doação de “pelo menos R$ 2 milhões” ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Dilma disse que “trata-se de mais um dos factoídes". "Factoide que ela costuma colocar em suas páginas durante o período pré-eleitoral”, disse, ao lembrar que todas as suas contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-09/dilma-rousseff-bancos-publicos-financiarao-compras-de-bicicletas

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Campanha nas redes sociais incentiva doações de sangue

A vontade de doar sangue levou no último sábado(27), o bombeiro carioca, Kleber Aleixo ao Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira de Cavalcanti (Hemorio). Ele costuma incentivar os amigos a fazerem doações. “A doação de sangue é algo bem explícito. Você doa, não sabe para quem vai, mas sabe que está fazendo o bem. Também sou doador de medula e de órgãos. Está na minha carteira de identidade. Fazer o bem é bom porque é nosso dever de ser humano”, disse.
Mas não foi só o fato de ser doador que fez Kleber ir, neste sábado, junto com dois colegas de profissão ao Hemorio. O bombeiro, que também é estudante de engenharia industrial de controle e automação, viu no Facebook a campanha de doação de sangue “Casamento Vermelho”, que ocorre hoje no Rio e em Curitiba. A ação é resultado da união virtual entre as duas cidades.
A partir de uma mensagem da prefeitura de Curitiba na rede social dizendo que aceitava pedidos de casamento, a hashtag #AceitaCuritiba, passou a ter milhares de compartilhamentos. O pedido de casamento foi oficializado no dia 18 e outras prefeituras também participaram e de forma descontraída, cederam igrejas para celebrar a união, se ofereceram para padrinhos e até para uma lua de mel.
As duas cidades procuraram aproveitar tanta repercussão para incentivar as doações de sangue. Para a diretora-geral do Hemorio, Simone Silveira, as redes sociais têm sido um canal importante para a veiculação da doação regular de sangue de uma forma espontânea. “Em janeiro deste ano, vimos o fenômeno dos rolezinhos do bem acontecendo em vários hemocentros e aumentando os estoques, que estavam muito baixos. Experiências criativas e inovadoras como esta só tendem a ampliar a percepção da população para a importância da doação de sangue”, analisou.
O biomédico Wallyd Kalluf Koury, do Hemobanco de Curitiba, disse que o movimento de doadores aumentou por causa da campanha. “Hoje vieram várias pessoas que não doavam. Então esta campanha está trazendo os novos doadores, o que é nosso verdadeiro intuito. A gente precisa que esses voluntários se fidelizem. A gente já está pelo menos 30% a mais do que o normal de sábado”, disse.
Koury achou interessante as manifestações na rede social após as doações. Ele revelou que muitos comentavam que tinham acabado de doar e ainda incentivaram os amigos. “Com certeza agora a gente vai ter um aumento significativo de estoque e vamos poder atender a todos os pacientes”, revelou.
Por ser carioca e morar em Curitiba há 20 anos ele achou importante o casamento entre as duas capitais. “Vai trazer um benefício paras as duas cidades”, completou.
Para ser doador de sangue é preciso estar bem de saúde, ter entre 16 e 69 anos. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar com autorização dos pais e/ou responsáveis. O doador tem que pesar mais de 50 quilos e levar um documento de identidade com foto (original). Não é necessário estar em jejum. Basta não ter consumido bebida alcoolica nas últimas 12 horas e ter se alimentado com comidas gordurosas nas quatro horas que antecedem a doação. Todo material é descartável, portanto, não existe o risco de contrair doenças doando sangue.
*Colaborou Raquel Junia, repórter do radiojornalismo

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-09/campanha-nas-redes-sociais-incentiva-doacoes-de-sangue

domingo, 28 de setembro de 2014

Mais de 142 milhões de eleitores já podem consultar locais de votação

Os eleitores que não sabem onde vão votar no dia 5 de outubro já podem fazer uma consulta rápida no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pesquisa pode ser feita a partir do nome completo do eleitor ou com o número do título eleitoral.
O site também informa onde pessoas que votarão no exterior ou solicitaram voto em trânsito deverão comparecer. Nesses casos a votação será só para o cargo de presidente da República. Para receber os votos em trânsito 216 seções foram criadas. Quem preferir também poderá fazer a consulta por meio de aplicativos que podem ser baixados gratuitamente em smartphones que utilizam sistema iOS ou Android.
Segundo a Justiça Eleitoral, as seções no exterior funcionarão nas sedes das embaixadas, em repartições consulares ou em locais onde existam serviços do governo brasileiro. As missões diplomáticas ou repartições consulares comunicarão aos eleitores votantes no exterior o horário e o local da votação. Apenas os eleitores que estiverem com nome no caderno de votação da seção eleitoral poderão votar.
O eleitor deve apresentar documento oficial com foto e o título de eleitor. No caso de não comparecimento, deve justificar a ausência. Para isso é preciso preencher o Requerimento de Justificativa Eleitoral (RJE), que pode ser obtido gratuitamente nos cartórios eleitorais, nos postos de atendimento ao eleitor, nas páginas da internet do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de cada estado e, no dia do pleito, nos locais de votação ou de justificativa. O formulário preenchido deve ser entregue nos locais destinados pelo eleitor, que precisará apresentar um documento oficial de identificação com foto.

 Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-09/mais-de-142-milhoes-de-eleitores-ja-podem-consultar-locais-de-votacao

sábado, 27 de setembro de 2014

A sombra sinistra do passado

Há quem ache um exagero, para assustar eleitores, os discursos de campanha de Dilma Rousseff. Ela fala e se mostra convencida de que, em caso de vitória, a oposição representada pelas candidaturas de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) cumpriria uma “lista de maldades”. Uma citação que traz à memória a “Caixa de Pandora”, onde, diz a lenda, estão guardados todos os males.
Esse programa oposicionista centrado nessa “lista de maldades”, batizada assim pelo economista Arminio Fraga, é capaz de arruinar muitas das conquistas sociais criadas nos 12 anos de governos petistas. E não é novidade esse propósito.
Os economistas tucanos, e os tucanos travestidos de marineiros, pensam da mesma forma e cultivam o mesmo sonho. Propõem resolver problemas econômicos saindo pela velha e costumeira porta sempre aberta para sacrifício da população mais pobre: salário menor, desemprego maior, menos consumo etc.
Um sonho para eles. Um pesadelo para a multidão de cidadãos pobres abrigados sob programas sociais. Milhões deles arrancados da miséria recentemente e tirados da marginalidade social.
Mais que isso. Há planos para eliminar direitos trabalhistas conquistados na “Era Vargas”, que soma o período ditatorial (1937-1945) e o período Constitucional (1951-1954).
À eliminação de direitos trabalhistas Dilma disse “não”. E introduziu no debate antigo ditado popular: “Nem que a vaca tussa”.
As artimanhas dos adversários da presidenta, denunciadas por ela, poderia ser rebatida pelos opositores como fruto de invenção eleitoreira. Essa resposta poderia criar dúvidas até a semana passada. Mais precisamente, antes da palestra do economista Arminio Fraga, feita em São Paulo, para cerca de 600 empresários.
Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo FHC, seria o czar da economia com a vitória de Aécio. Com a vitória de Marina talvez não tivesse o cargo. Teria poder, sem dúvida.
Perguntado acerca de medidas que tomaria para reduzir gastos do governo, ele desviou-se. Mas deixou as mangas de fora ao afirmar que seria “tolo” se falasse sobre uma “lista de maldades” em um ambiente eleitoral.

No mesmo dia, quase simultaneamente, o secretário de Política Econômica do governo, Márcio Holland, debatia na Fundação Getulio Vargas, no Rio, com Samuel Pessoa, da equipe de Aécio, e com Marco Bonomo, do time de Marina. O confronto, de dois contra um, transcorreu em forma de guerra verbal.

Holland reagiu de forma dura às críticas feitas ao governo. Sugeriu que Bonomo e Pessoa se atualizassem com teorias econômicas mais recentes.
Em certo ponto sugeriu a Pessoa: “Acho que você devia atualizar a leitura pós-crise, ler bons livros”. Citou de passagem Joseph Stiglitz, Nobel de Economia em 2001, e Janet Yellen, presidente do FED, o banco central dos EUA.
Pessoa contra-atacou o argumento considerado por ele como “difícil de aceitar”. O Brasil parou de crescer, ele afirmou, em razão da desaceleração da economia mundial. Após isso fez o diagnóstico que, certamente, Arminio Fraga assinaria: “O ritmo mais fraco da economia brasileira está ligado aos custos dos programas sociais”. Esse é somente mais um dos itens da “lista de maldades” guardada no bolso de Arminio Fraga.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/revista/819/a-sombra-sinistra-do-passado-4947.html

Concurso Nacional de Marchinhas recebe inscrições

Imagem: www.viamaxi.com.br

Os artistas, poetas, compositores, ou simplesmente amantes do carnaval, tem até outubro para enviarem produções para a décima edição do Concurso Nacional de Marchinhas, promovido pela Fundição Progresso, no Rio.

A edição de 2014, comemora os dez anos do concurso, que desde o primeiro ano já recebeu mais de oito mil músicas de todo o país. Wanessa Damasco, uma das organizadoras do prêmio, conta que a ideia nasceu junto com o novo fôlego tomado pelo carnaval de rua do Rio, mas ultrapassou a capital fluminense.

A cada edição, o concurso homenageia uma personalidade da festa do momo, como cantores e compositores, para que a história do carnaval de rua não se perca. Neste ano, a homenagem será à cidade do Rio, que completa 450 anos.

O aniversário de 80 anos da primeira gravação original da marchinha cidade maravilhosa também vai ser lembrado.

As inscrições vão até o dia 9 de outubro, no site concursodemarchinhas.com.br.

Os jurados vão definir dez finalistas, entre elas, pelo menos uma marchinha de cada região do país.

A grande vencedora será escolhida por votação do público no dia 1º de fevereiro.
 
Fonte: http://radioagencianacional.ebc.com.br/cultura/audio/2014-09/concurso-nacional-de-marchinhas-recebe-inscricoes

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Diferentemente do restante do país, Roraima começa colheita de soja este mês

Enquanto no restante do Brasil terminou a colheita de soja e foi iniciado o plantio para a próxima safra, Roraima tem realidade diferente. Situado no Hemisfério Norte e com regime de chuvas diferente das demais regiões, o estado  começa a colher o grão agora. Trata-se, no momento, do único local com oferta de soja no país. A quantidade plantada na área ainda é pouco representativa no cenário nacional. Mas a produção, destinada principalmente à exportação, tem potencial para crescer.

Segundo dados da Expedição Safra, projeto que monitora a produção de grãos no Brasil e no mundo, com 18 mil hectares cultivados, o estado colherá 50 mil toneladas este ano.  O volume é pequeno no universo de 86,12 milhões de toneladas de soja previstas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de 2014. Mas Giovani Ferreira, coordenador do projeto, ressalta a perspectiva de crescimento e a importância local da atividade.

Ele ressalta que a colheita prevista para este ano representa 100% de crescimento em relação à da safra anterior. Giovani cita ainda projeções da Expedição Safra, segundo as quais em 2019 a área plantada de soja será 120 mil hectares, o que, calcula, pode resultar em uma colheita de 360 mil toneladas do grão. “É um impacto grande na economia local, porque a soja tem grande valor agregado. Tem impacto médio na economia regional e, quando a gente fala de participação na produção nacional, tem que esperar [o crescimento nos próximos anos] para avaliar”, comenta.

O coordenador acredita que a elevação na produção de soja em Roraima pode superar as projeções. “Pode ser mais do que isso [estimativa], a depender do processo de regularização de terras”. Há alguns anos, a União iniciou processo de transferência de terras para o estado de Roraima. Muitos ocupantes estão às voltas com regularização da titularidade e licenciamento ambiental. No início de setembro, o Supremo Tribunal Federal determinou a suspensão das transferências da União até a regulamentação da Lei 10.304/2001, que trata do assunto. 

Segundo Giovani Ferrreira, a melhora na infraestrutura também pode ajudar na expansão da soja na região. “[O produtor] precisa de empréstimos para armazéns. Hoje, o número é muito pequeno. Você colhe e já tem que escoar”, acrescenta. O escoamento tem sido feito por Manaus ou Itacoatiara.

No caso da capital amazonense, a 700 quilômetros de Boa Vista, como o porto não tem estrutura para embarcar grãos em navios, o embarque de 23 mil toneladas exportadas à Rússia na safra passada ocorreu em sacolas, o que gerou custo adicional aos produtores. Em Itacoatiara há estrutura para o embarque, mas é preciso rodar 270 quilômetros adicionais para chegar à cidade e o porto é particular. “A logística [atualmente] é básica, mas pode melhorar”, diz Ferreira.

Segundo o produtor rural Geison Nicaretta, presidente da Comissão Organizadora da Colheita de Soja do Estado de Roraima, o escoamento ideal seria por Georgetown, capital da Guiana Inglesa, a 650 quilômetros de Boa Vista e onde há um porto adequado. Mas, por enquanto, não há asfalto que permita chegar lá. “Estão sinalizando que vai ter duas hidrelétricas e, quando sair, o asfalto é um dos requisitos”, informou, referindo-se a projeto debatido entre o governo brasileiro e a Guiana para a construção das hidrelétricas em território guianense e uma rota por terra até Roraima.

Geison explica que, em Roraima, o período de chuvas começa em maio e vai até o fim de setembro. “A janela de plantio é a mesma dos Estados Unidos. A gente planta em maio e setembro é a colheita”, explica. No restante do Brasil, a soja é plantada entre setembro e outubro e colhida em janeiro. “Quando eles [outros produtores] terminam, nós estamos nos preparando [para começar].  É vantajoso porque, quando a gente vai comercializar o nosso grão, no resto do Brasil não está tendo mais soja. Então a gente pega preços mais elevados. E a nossa soja é convencional não é transgênica”, diz.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-09/na-contramao-do-pais-roraima-comeca-colheita-de-soja-este-mes

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Nova espécie de pássaro descoberta no Brasil já corre risco de extinção

Imagem: jconline.ne10.uol.com.br

Vinte anos após o início das investigações pelo pesquisador Luis Antonio Pedreira Gonzaga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é descoberta em uma faixa estreita de Mata Atlântica, no litoral da Bahia, uma nova espécie de pássaro (Scytalopus gonzagai) que, entretanto, já corre risco de extinção.
O biólogo especializado em ornitologia (estudo dos pássaros) Giovanni Nachtigall Maurício, professor do curso de gestão ambiental da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e primeiro autor do artigo de descrição da espécie, disse à Agência Brasil  que os cálculos feitos durante a pesquisa de campo estimaram em quase 3 mil o número desses pássaros na região. O  pássaro recebeu o nome de macuquinho-preto-baiano. A estimativa foi baseada no cálculo da área disponível e da densidade. A partir desses dados, os pesquisadores ampliaram as informações para toda a área possível.
“A gente fez um cálculo e, depois, uma ampliação, que indicou em torno de 2.888 pássaros na espécie. O cálculo foi o estopim para essa conclusão (de risco de extinção)”, relatou o biólogo.  Depois desses cálculos, a equipe de pesquisadores usou os critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, a sigla em inglês), “que são critérios universais para o estudo de espécies ameaçadas. O conjunto de critérios vai mostrar o grau de ameaça àquela espécie. Ela se enquadrou na categoria em perigo. Essa é uma categoria de ameaça oficial”.
A regra geral estabelece que até 2.500 indivíduos, a espécie seria considerada criticamente em perigo; de 2.500 até 10 mil indivíduos, é considerada em perigo; e de 10 mil até 20 mil, é vulnerável.
Giovanni Maurício confirmou que o embrião da descoberta foi a pesquisa independente do professor da UFRJ Luiz Antonio Pedreira Gonzaga e amigos. Gonzaga acabou sendo homenageado ao batizar com seu nome a nova espécie brasileira. Naquela época, por volta de 1993,  os pesquisadores acreditaram que se tratava de um macuquinho-preto comum, encontrado no Sul e no Sudeste do país. “Por isso, ela não foi descrita naqueles primórdios”, explicou Maurício.
Segundo o especialista, a desconfiança de que era uma nova espécie começou em 2002. Constatou-se, então, que as  medidas eram diferentes. “A cauda era menor e a asa, maior”, disse Maurício. A cor foi outro fator de distinção.  O 'Scytalopus gonzagai' apresenta ainda ritmo de canto mais forte e diferentes vocalizações.
Duas expedições feitas em 2004 e 2006, com o apoio da organização não governamental (ONG) Save Brasil , vinculada à Birdlife Internacional, da Inglaterra,  e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, respectivamente, puderam  investigar mais profundamente o pássaro, nas montanhas do sudeste da Bahia. As expedições confirmaram que era uma espécie nova e permitiram chegar à descoberta este ano.
Giovanni Maurício se baseia na Política Nacional da Biodiversidade para transmitir aos alunos a importância do tema para a vida no planeta. O professor decidiu retomar a descrição da espécie, que estava parada, “até para mostrar aos alunos como a biodiversidade brasileira vai aumentando”. Ele pretende continuar fazendo a revisão desse gênero de aves porque está convicto de que há mais espécies novas a serem descritas. Maurício acredita que daqui a um ou dois anos serão descobertas mais espécies não ameaçadas de extinção, porque têm uma distribuição maior. “A gente continua nesse trabalho”.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2014-09/nova-especie-de-passaro-descoberta-no-brasil-ja-corre-risco-de

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Festival de cinema de Brasília tem programação especial para crianças

Crianças de escolas públicas do DF vão a sessão de cinema em mostra com temática infantil paralela ao Festival de Cinema de Brasília, que acontece no Cine BrasíliaMarcelo Camargo/Agência Brasil
As crianças têm espaço garantido no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Conhecido como Festivalzinho, a mostra paralela exibe dez curtas-metragens nacionais de animação e ficção com temática infantil até 23 de setembro.
Segundo a coordenadora do evento, Ilane Nogueira, a proposta da mostra é ampliar o olhar crítico da criança e desenvolver um público que, desde a infância, conheça a produção nacional. São esperadas entre 15 mil e 20 mil crianças até o final de evento. “São curtas premiados produzidos em 2012 e 2013 em diferente regiões do Brasil”.
Para o Cine Brasília, tradicional cinema da capital federal, a organização do evento priorizou o atendimento de escolas das regiões mais distantes do Distrito Federal. “São crianças que, na maioria das vezes, não têm acesso ao cinema,” disse Ilane.
Crianças de escolas públicas do DF vão a sessão de cinema em mostra com temática infantil paralela ao Festival de Cinema de Brasília, que acontece no Cine Brasília( Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Crianças de escolas públicas do DF vão a sessão de cinema em mostra com temática infantil paralela ao Festival de Cinema de Brasília, que acontece no Cine BrasíliaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Na sessão de ontem (19), o filme A história dos meninos que andavam à noite, de Flavio Barone, foi o preferido dos garotos, por ser um filme “de terror”. Foi a primeira vez que Daniel Neto Bispo dos Santos, de 8 anos, assistia a um filme no cinema. Aluno do 3º ano do Centro de Ensino Fundamental Vendinha, que fica na zona rural de Brazlândia, a 50 quilômetros do centro de Brasília, Daniel ficou encantado com a grandiosidade da sala de cinema. “É bom demais. Gostei dos filmes. Só fiquei um pouco assustado no início.”
Matheus Cordeiro Lopes, de 10 anos, do 5º ano do ensino fundamental da Escola Classe 108 de Samambaia, a 30 quilômetros do centro de Brasília, também preferiu o filme “de terror”. “Eu vou ao cinema só de vez em quando. Jogo mais videogame.” Sua colega de classe Débora Melgaço Oliveira, de 10 anos, conta que gostou do filme Souvenirs de verão, de Luiza Carneiro e Marina Erlanger. “O que mais gostei foi do filme de romance. Vejo mais televisão, mas é ótimo vir ao cinema com os amigos.”
Crianças de escolas públicas do DF vão a sessão de cinema em mostra com temática infantil paralela ao Festival de Cinema de Brasília, que acontece no Cine Brasília( Marcelo Camargo/Agência Brasil)Crianças de escolas públicas do DF vão a sessão de cinema em mostra com temática infantil paralela ao Festival de Cinema de Brasília, que acontece no Cine BrasíliaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo Clézia Santiago, professora do Centro de Ensino Fundamental Vendinha, é a primeira vez que a escola participa do evento. “É muito importante porque a gente trabalha com crianças carentes que não têm, muitas vezes, acesso a esse tipo de cultura. É uma oportunidade para a nossa escola frequentar o festival, conhecer os filmes. Para os meninos é uma oportunidade muito boa porque os pais não conseguiriam trazê-los. A maioria deles está vindo ao cinema pela primeira vez.”
A coordenadora da Escola Classe 108 de Samambaia, Dayse Tavares, conta que é a primeira vez que o colégio participa do Festivalzinho e que pretende voltar com mais estudantes nos próximos anos. “A gente sente a necessidade de inserir esses alunos neste outro mundo, que não faz parte do mundo deles. Eles vivem numa outra cultura e a gente realmente tem essa necessidade de mostrar uma outra visão de mundo. Vamos aproveitar o evento e trabalhar alguns temas na sala de aula. Também vamos tentar incentivá-los a continuar participando de eventos como esse e repassar a ideia para os pais.”
Dividida em duas programações formadas por diferentes filmes, a exibição, feita em parceria com a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, não está restrita à região central de Brasília. Os curtas serão apresentados também em espaços comunitários, escolas e teatros de Águas Claras, Brazlândia, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo 1 e 2, Samambaia, Sobradinho, São Sebastião, Santa Maria, Taguatinga, além do Lago Sul e do Park Way.
Embora sejam abertas ao público, as sessões gratuitas são destinadas preferencialmente a escolas agendadas.

Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2014-09/festival-de-cinema-de-brasilia-tem-programacao-especial-para-criancas

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Grupo teatral transforma espetáculo em protesto contra despejo

A atriz Luaa Gabanini durante o espetáculo Baderna. O teatro, ocupado pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos há oito anos, será demolido para dar  lugar a condomínio de apartamentosDaniel Mello/Agência Brasil
Para preparar o cenário do espetáculo Baderna, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos convidou 39 artistas e apoiadores para destruírem o teatro que é sede da companhia. As marretadas não foram, no entanto, um capricho artístico. Trata-se de uma intervenção para chamar a atenção sobre o prédio que será demolido em breve para dar lugar a um condomínio de apartamentos. Os imóveis vizinhos não existem mais e o letreiro do centro cultural ficou abaixo da placa que anuncia o empreendimento residencial, na região da Pompeia, zona oeste paulistana.
O caso não é o único. Segundo a Cooperativa Paulista de Teatro, 20 espaços culturais estão ameaçados na cidade devido a processos semelhantes. “Não é o único, nem o mais violento de todos. Mas é um processo emblemático porque demonstra como, se a gente deixar a cidade ser mediada pelo interesse da especulação e concentração imobiliária, a cidade vai se tornar impraticável”, reclama um dos fundadores da companhia teatral, Eugênio Lima. A informação do despejo iminente chegou ao grupo no final de 2013.
Para evitar que a cultura continue perdendo espaço na cidade, a cooperativa e coletivos artísticos estão colhendo assinaturas para uma petição eletrônica que pede a implementação das Zonas Especiais de Preservação Cultural (Zepec). Para isso, dois artigos do plano diretor da cidade precisam ser regulamentados pelo prefeito Fernando Haddad. “Porções do território destinadas à preservação, valorização e salvaguarda dos bens de valor histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico e paisagístico, doravante definidos como patrimônio cultural”, define o texto da proposta sobre os bens que poderão ser tombados.
A peça que entrou em cartaz no Bartolomeu na noite de ontem (19) é também uma forma de resistência. “Não é só resistir. É ir, continuar em ação para frente”, enfatizou Luaa Gabanini, a atriz que interpreta o solo Baderna enquanto se preparava no camarim. “Vai ser ótimo eu contar [sobre a peça] me trocando. Tem super a ver com o que a atriz tem que fazer”, comentou em alusão à natureza subversiva do personagem.
O espetáculo é baseado na vida de Marietta Baderna, bailarina italiana que veio para o Brasil em 1849 e deu origem ao termo usado como sinônimo de desordem. “Desde que eu encontrei essa personagem, em 2008, eu fiquei encantada e fiquei procurando uma maneira de performar essa figura”, relata Luaa. De acordo com a atriz, um dos motivos da conotação negativa dada ao nome da artista se deve ao fato de ela ter “se misturado” aos negros e incorporado a seus espetáculos passos de origem africana em um país ainda escravocrata.
“A minha imagem primeira era um corpo no escombro. Uma imagem disso: um teatro abandonado com uma bailarina perdida”, explica Luaa sobre a construção do último personagem que habitará o espaço que o Bartolomeu ocupou por oito de seus 14 anos de existência. “Quando eu vi, era o corpo de uma velha. Quando eu vi, era o corpo encarquilhado de uma bailarina. Quando eu vi, era uma bailarina enferrujada. Quando eu vi, nesse espaço, virou uma sobrevivente. Vem da ideia de alguma coisa que não desenvolveu tudo que poderia desenvolver”, acrescenta a atriz, já comparando a história da bailarina à do teatro.
Na última semana, o grupo recebeu uma notificação não oficial da incorporadora responsável pelo projeto para que deixasse o local em um mês. “Você está destruindo onde eu pousei todos os meus sonhos. Você está destruindo onde o processo artístico acontece”, protesta Lima que pede mais diálogo sobre essas questões. “Tem que começar a discutir o impacto dos carros nas ruas, do consumo de energia e sobre a água. E também tem que discutir o impacto sobre a vida pública”, acrescenta o artista.
Lima defende que não se trata de uma disputa entre dois atores privados, o grupo teatral contra a incorporadora, mas um processo que envolve toda a sociedade. “Nós não somos públicos no sentido de sermos uma organização estatal. Somos um espaço de interesse público. Um espaço comum, de interesse comum, de livre troca. Trocas políticas, de afetos e de construções artísticas”, argumenta.
Nos escombros do que foi o teatro, Luaa faz Marietta ressurgir em um processo lento e doloroso, movimentando os músculos que parecem ter ficado inertes por muito tempo. É assim, entre gemidos, que começa Baderna. Apesar da aparência de sacrifício, a atriz promete repetir o gesto todas as sextas-feiras e sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h. “Até a gente ser expulso”, destaca.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2014-09/grupo-teatral-transforma-espetaculo-em-protesto-contra-despejo-em-sao-paulo

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Maratonistas correm 13 horas seguidas para conseguir doações para o Inca

Imagem: www.boatos.org

Para arrecadar doações para o Instituto Nacional do Câncer (Inca), três ultramaratonistas vão correr durante 13 horas seguidas hoje (20), na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio de Janeiro. Os atletas Nilton Amaral, Sérgio Cordeiro e Marcio Villar participam da corrida solidária que busca arrecadar latas e pacotes de leite em pó integral para a Área de Ações Voluntárias Inca (Inca Voluntário). Ao todo serão 100 quilômetros (km) percorridos. A iniciativa partiu de Márcio Villar há quatro anos, depois que a mãe se curou de um câncer de mama.

“Essa foi a maneira que encontrei de retribuir o que eles [Inca] fizeram pela minha mãe. Primeiro corri 200 quilômetros, do Rio a Búzios [Região dos Lagos]. Depois fui até São Lourenço [Minas Gerais], 300 km, depois Rio-Paraty, um trecho de 280 quilômetros. No ano passado, corri ao redor da Lagoa durante 24 horas”, contou.

O maratonista explica que este ano diminuiu o número de horas, pois de madrugada a Lagoa não é tão segura e ninguém participa ou colabora com o evento. “Ano passado as pessoas correram com a gente e as doações aumentaram muito, por isso escolhemos a Lagoa, das 7h às 20h”, diz. “Não temos patrocínio de ninguém, então, quem for correr com a gente, não vai ganhar camisa, água, nada, vai apenas doar.”

Durante o evento, as doações poderão ser entregues, a qualquer hora, na tenda da Equipe Filhos do Vento, que está localizada próxima ao Parque dos Patins. Depois da corrida, as pessoas interessadas em fazer doações devem entrar em contato com o Inca Voluntário. A preferência é pelo produto em embalagens maleáveis (pacotes), o que facilita o transporte pelos pacientes e seus familiares.

De acordo com Villar, mais de 1,5 mil latas já foram doadas. A expectativa dele é chegar a 4 mil até o fim da corrida.

Ao 47 anos, Villar participa de provas acima de 200 quilômetros e em ambientes extremos. Em dezembro, ele fará o desafio de correr 320 quilômetros, de Belém a Paragominas (PA), para o projeto Juquinha, que ajuda na reabilitação de crianças com paralisia cerebral.

“Uno o útil ao agradável, faço o que amo e ajudo quem precisa”, destaca o atleta.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-09/maratonistas-correm-13-horas-seguidas-para-conseguir-doacoes-para-o-inca

domingo, 21 de setembro de 2014

Eleitor tem de ficar atento a promessas de candidatos, dizem especialistas

Em tempos de propaganda eleitoral, prometer é o verbo mais usado entre os candidatos ao Executivo e Legislativo. O problema, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, é que, muitas vezes, os autores das promessas, mesmo que quisessem, não teriam como pôr seus discursos em prática, porque a solução de problemas, que enchem de esperanças muitos eleitores, na verdade, não é da competência dos cargos pleiteados.
Segundo o professor de direito eleitoral e procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Marcos Ramayana, a maioria das promessas está relacionada à redução de impostos e melhorias na educação e na segurança pública, como o uso das Forças Armadas.
“ Já vi deputado estadual propor baixar a alíquota do Imposto de Renda [federal] ou alterar o IPTU [Imposto Predial Territorial Urbano], que é um imposto municipal. Além disso, ninguém pode mandar o Exército para as ruas. Isso é atribuição [exclusiva] do presidente da República”, explicou.
O professor lembra ainda que deputado estadual não pode estipular regras para as escolas federais, por exemplo. “Como deputado estadual vai alterar regras de universidade federal? Tem candidato dizendo que vai levar metrô para a Baixada Fluminense. São coisas assim, discursos sobre obras muito grandes, que não conseguirão ser feitas, mas que atraem o voto do eleitor”, destacou.
Na avaliação de Ramayana, promessas desse tipo acabam sendo uma espécie de propaganda enganosa. “Para o eleitor, que não tem a informação e não conhece de lei, [essas promessas] podem parecer normais e resultar em expressivo número de votos, por carisma do candidato, que acaba enganando. O eleitor brasileiro é muito emotivo, e pode se deixar levar por uma frase bem colocada, uma mentira bem dita, e esse tipo de coisa pode levar muitos eleitores a votar. Infelizmente, não temos punição [para isso]. É uma falha da nossa Lei Eleitoral e do Código Eleitoral, da Lei da Ficha Limpa. Ou seja: falta um artigo que permita, por exemplo, tirar do ar a propaganda enganosa, com punição ou previsão de multa para esses casos”, ressaltou.
Ramayana lembra que candidatos a deputado estadual também não podem estipular regras para as escolas federais, por exemplo. “Lamento, acho que tínhamos que encontrar um meio termo, uma propaganda mais educativa sobre as competências de cada função dos mandatários de cargo eletivo; uma aula na televisão para que as pessoas pudessem ter essa informação”, defendeu.
Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, na maioria das vezes os candidatos não agem de má-fé. “Em geral isso decorre da própria ignorância ou desconhecimento do candidato em relação às atribuições, competências e responsabilidades do cargo que disputa. Nós temos, no Brasil, uma carência de formação cívica, especialmente no que diz [respeito] às instituições, ao que elas fazem, como funcionam, quais suas atribuições. Isso faz com que mesmo pessoas que se habilitem a disputar o mandato não tenham o devido conhecimento e, portanto, fazem promessas que não estão entre as competências do cargo que pretendem ocupar”, acredita.
Ainda segundo Antônio Augusto, na disputa para cargos de senador, governador e presidente da República, os abusos são quase imperceptíveis, devido a um cuidado maior das legendas em relação a essas candidaturas. “Em geral, os partidos lançam seus melhores quadros para a disputa majoritária, especialmente do Poder Executivo. Também há menos problemas nesses casos, porque o número de candidatos é um pouco menor, e ficaria ridículo para aquele que prometer algo que não tem efetiva condição de implementar, até porque os outros cuidarão de denunciar as falsas promessas”, avalia.
Segundo ele, um candidato a deputado federal, por exemplo, só pode incluir em seu programa promessas sobre temas de responsabilidade da União. Se propuser a redução do IPTU, assunto de responsabilidade da prefeitura e da Câmara de Vereadores, ou prometer alterar o valor do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), de responsabilidade do Estado e da Assembleia Legislativa, ou está mentindo ou é desinformado.
*Colaborou Ivan Richard

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-09/eleitor-tem-de-ficar-atento-promessas-de-candidatos-dizem-especialistas

sábado, 20 de setembro de 2014

Programa Viva Maria, da Nacional, faz 33 anos e é homenageado na Argentina

Imagem: mundoafro.atarde.uol.com.br

Um programa que surgiu para “quebrar o silêncio” sobre a violência contra as mulheres. É assim que a apresentadora da Rádio Nacional da Amazônia, Mara Régia, resume o Viva Maria, programa radiofônico que completa 33 anos neste domingo (14). Desta vez, a equipe e o público têm um motivo a mais para comemorar. O programa e a apresentadora serão homenageados no Primer Congreso Latinoamericano de Defensorías de Las Audiencias, em Buenos Aires.
Organizado pela Defensoria do Público da Argentina, organismo criado pela chamada Lei de Meios, que tem o papel de fiscalizar o respeito aos direitos humanos na mídia daquele país, o encontro reúne ouvidores e representantes de empresas de comunicação de países como Canadá, México, Equador, Colômbia, Argentina e Brasil. Em Buenos Aires, eles devem assinar uma carta de compromissos para promover a equidade de gêneros e a não violência contra as mulheres.
A escolha da data do encontro e dos homenageados foi proposital, pois nos anos 1990 o aniversário do Viva Maria inspirou a criação do Dia Latino-Americano da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação, também comemorado em 14 de setembro. Hoje, a data integra o calendário oficial da ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.
No congresso, a apresentadora Mara Régia dará aula magna sobre a trajetória de luta das mulheres. Surpresa com a homenagem, ela contou que deve abordar também “como, a partir da voz das mulheres nos meios de comunicação, você muda a sociedade e constrói uma cultura de afirmação dos nossos direitos”.
A apresentadora relata que os anos de produção do Viva Maria mostraram como comunicação e direitos estão relacionados. Surgido, inicialmente, a partir da indignação de pessoas que “se revoltavam com a forma como a imprensa se portava quando a vítima era mulher”, o programa radiofônico contribuiu para tornar direitos conhecidos. E mais: buscou estimular a auto-organização das mulheres, especialmente na região coberta pela Rádio Nacional da Amazônia.
A mídia não passou ilesa das críticas da apresentadora, que milita em prol das mulheres desde 1976, quando vivia em Londres. “Nós sempre falamos da violência que a mídia patrocina, usando nosso corpo para vender cerveja e até feijoada”, conta.
Em Brasília, o trabalho de Mara extrapolava os estúdios da rádio, mesmo à época em que o programa era levado ao ar, ao vivo, de segunda-feira a sábado, por três horas diárias. “Saía da rádio para bater panela em defesa da aprovação da licença paternidade, da licença de 120 dias [para as parturientes] e da abertura de creches”, diz a apresentadora, que destaca também as dificuldades do percurso.
Um dos momentos difíceis foi em 1990, quando, no âmbito da reforma administrativa do então presidente Fernando Collor de Melo, Mara Régia foi afastada da Rádio Nacional. Então, ela encontrou apoio no movimento feminista latino-americano e passou a produzir rádio na rua, a buscar patrocínio para veiculação do programa em emissoras comerciais. Tudo para não tirar a atração e o seu conteúdo crítico do ar.
Hoje, além das rádios vinculadas à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o programa é veiculado por cerca de 1.500 emissoras que têm acesso a ele por meio da distribuição da Radioagência Nacional. A busca pelo conteúdo dele é um indício de permanência dos problemas e das lutas que reporta.
Por isso, na Argentina, a EBC deve subscrever a carta de compromissos do congresso, que sugere, dentre outras medidas, o desenvolvimento de ações conjuntas para conscientizar, sensibilizar e promover a equidade de gêneros e propiciar reflexão sobre o uso de linguagem não sexista, inclusiva e respeitosa, na comunicação.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-09/programa-viva-maria-da-ebc-completa-33-anos-e-e-homenageado-na-argentina

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Exposição fotográfica mostra trabalhos técnicos de fiscalização ambiental

Imagem: www.quersaberpolitica.com.br

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) está com a mostra de fotografia O Analista Artista – Uma Visão Além da Análise Técnica aberta à visitação pública até 12 de outubro, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. O objetivo do Inea é apresentar o meio ambiente sob ponto de vista diferente, não apenas relacionado à degradação ambiental, mas também sob a ótica do trabalho diário da vistoria e fiscalização realizadas pelos técnicos na região, de modo a encurtar a distância focal entre o homem e o meio ambiente.
Para o instituto, a exposição fotográfica, com entrada gratuita, apresenta o trabalho realizado por dez técnicos que fotografaram vários ângulos da cidade e cercanias com um objetivo em particular, e as fotos foram escolhidas por critérios como enquadramento, foco, iluminação, assunto e beleza das imagens capturadas. O destaque é o Rio Piabanha, com seus 80 quilômetros de extensão.
De acordo com o superintendente da região hidrográfica do Piabanha, Marcos Lima, a mostra fotográfica é importante para aproximar mais o Inea do público, focando a educação ambiental. “Buscamos não mostrar apenas as atividades do dia a dia dos analistas ambientais sobre fiscalização e denúncias, mas também o lado verde da questão ambiental e as paisagens aqui existentes. Por isso, resolvemos reunir o acervo fotográfico, que reúne imagens feitas há três meses, e nem sempre são percebidas pela população”, ressaltou.
A bióloga Fernanda Pedroza, uma das fotógrafas participantes da exposição, considera a ação positiva. Segundo ela, a mostra não diz respeito apenas às atividades rotineiras da superintendência, como fiscalização, desmatamento e esgoto presente nos rios, mas também "apresenta outro lado, uma questão particular, durante um dia de trabalho, [ao se] verificar uma cena que chame a atenção e ter aquela vontade de registrá-la, imediatamente, e guardar para levar para casa e mostrar aos familiares e amigos para que tenham a possibilidade de conferir a beleza e perfeição da natureza”.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2014-09/fds-exposicao-fotografica-mostra-trabalhos-de-tecnicos-de-fiscalizacao

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Livro diz que 94% dos moradores das favelas do país se dizem felizes

Uma pesquisa feita em 63 favelas de 35 cidades do país mostrou que 94% dos moradores das favelas se dizem felizes e dois terços não sairiam da favela nem que sua renda dobrasse. E eles também são bastante críticos em relação à qualidade ou à falta de serviços públicos nas comunidades. A pesquisou foi transformada no livro  Um País Chamado Favela, lançado oficialmene hoje (14) no Rio de Janeiro.
Um País Chamado Favela traz a mais ampla pesquisa já feita sobre as favelas brasileiras. Um exemplar foi entregue pelos autores Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (Cufa), e pelo presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves.
A radiografia que deu origem ao livro abrangeu uma amostra de 63 favelas de 35 cidades de todo o país. Foram entrevistadas 2 mil pessoas, disse à Agência Brasil um dos autores, Renato Meirelles. O livro já foi entregue aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva  e será entregue a todos os presidenciáveis das eleições de outubro. “A gente acredita que o debate da favela não pode ser bandeira de partido A, B ou C. Tem que ser bandeira da sociedade brasileira em uma discussão de política pública, independente do governante que estiver ocupando o cargo público”, disse Meirelles.
Os dados sócio-demográficos indicam a existência, no país, de 12 milhões de pessoas morando em favelas, o que seria o quinto maior estado do Brasil. “São [espaços] eminentemente urbanos e 89% estão em regiões metropolitanas. A favela é um fenômeno das grandes cidades”. Segundo Meirelles, a pesquisa  identifica que os moradores das comunidades carentes são, em geral, mais negros e jovens.
Por outro lado, eles são bastante críticos com relação  à qualidade dos serviços públicos. “A renda na favela melhorou, mas a qualidade dos serviços públicos ainda não melhorou na mesma  velocidade que a renda, por mais que tenha havido avanços”, argumentou.
Segundo Meirelles, segurança e infraestrutura, onde entra  saneamento básico, iluminação, saúde e regularização fundiária, são pontos importantes. Mas a favela também se ressente de outras coisas, como, por exemplo, um número maior de creches. Isso se justifica pelo maior número de mães chefes de família nessas comunidades do que na média do Brasil: 43% dos lares são chefiados por mulheres e 21% por mães solteiras. Em uma  escala de zero a dez, os moradores das comunidades dão nota  5,4 para transporte público, 5,05 para hospital público, 4,28 para segurança pública e 6,17 para escola pública.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-09/livro-diz-que-94-dos-moradores-das-favelas-do-pais-se-dizem-felizes

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Cameron vai adotar medidas contra Estado Islâmico após decapitação de britânico

Imagem: www.rtp.pt

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, manifestou no ultimo domingo(14) determinação em "adotar todas as medidas necessárias" na luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico, responsável pela decapitação do trabalhador humanitário escocês David Haines.
Cameron, que acabava de presidir a uma reunião com altas patentes militares e serviços de informações, não precisou que novas medidas serão adotadas, mas prometeu que os "responsáveis serão levados à Justiça, qualquer que seja o tempo necessário para isso", dizendo ainda sobre os autores do crime: "Não são muçulmanos, mas monstros". Ele prometeu ainda ações que levem ao "desmantelamento e destruição do Estado Islâmico e do que ele representa".
Cameron sublinhou que os Estados Unidos anunciaram uma ação militar direta contra os jihadistas e que dois aviões de combate Tornado britânicos e dois aparelhos de reconhecimento integram esse esforço militar, mas afastou o envio de militares britânicos para o terreno.
"Agiremos de maneira calma e resoluta, mas com determinação inflexível. Não agiremos isoladamente, trabalharemos em conjunto com os nossos aliados, não apenas os Estados Unidos e a Europa, na região", disse.
Na última semana, o governo liderado por Cameron enviou sinais discordantes, com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, quanto a uma intervenção conjunta com os norte-americanos, antes de Downing Street dizer que "nada estava excluído".
A reação de Cameron surge depois de a decapitação de David Haines pelos jihadistas ter sido confirmada por um vídeo considerado genuíno pelas autoridades britânicas, tendo o chefe do Governo britânico aludido à vítima como sendo um "herói britânico".
O vídeo, com a duração de dois minutos e 27 segundos, intitulado Uma Mensagem aos Aliados da América, mostra um militante do Estado Islâmico, de rosto tapado, decapitando David Haines, que trabalhava em uma instituição humanitária na região.
"Vocês entraram voluntariamente em uma coligação com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, como o vosso predecessor Tony Blair fez, na tendência seguida pelos primeiros-ministros britânicos de nunca encontrarem coragem para dizer não aos norte-americanos", diz a mensagem.
A voz parece ser as mesmas do homem que surge a falar nos vídeos das execuções dos dois jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Stloff, indicaram os especialistas.
Londres anunciou esta semana ajuda em material de guerra às forças curdas no Iraque para lutar contra os jihadistas, tendo também enviado ajuda humanitária ao Iraque.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-09/cameron-vai-adotar-medidas-contra-estado-islamico-apos-decapitacao-de

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dilma pretende ampliar programa de combate à violência contra negros

A candidata à reeleição Dilma Rousseff afirmou hoje (13) que pretende ampliar o programa de combate à violência contra jovens negros. Dilma reuniu-se neste sábado (13) com integrantes do Movimento Negro, em Nova Lima (MG).
Durante o encontro, a candidata afirmou que a promessa será cumprida por meio da ampliação do atual Programa Juventude Viva. Segundo Dilma, além da política pública, a construção de valores também fará parte da proposta.
"O Brasil precisa de valores, se não tivermos a cultura de valores criamos a cultura do confronto e da violência. Nesse caso em que a pessoa que falou um imenso preconceito contra o negro teve sua casa queimada, isso também não é correto. Isso é a perda de valores civilizatórios", declarou a candidata.
Além da proteção aos jovens negros, Dilma voltou a defender a criminalizarão da homofobia e garantiu que vai continuar o combate à violência contra as mulheres. "Não se pode matar, praticar violência e dano físico ou agressão por conta da orientação sexual de uma pessoa”, disse.
Dilma também lembrou de outras ações afirmativas, como a Lei das Cotas nas universidades e a norma que reserva 20% das vagas em concursos públicos para candidatos negros. "Me orgulho muito da Lei de Cotas nas universidades, que garante que as universidades que eram eminentemente brancas tenham agora, progressivamente, a cor do Brasil, que é essa miscigenação que nós representamos e essa diversidade racial. Da mesma forma eu me orgulho também da lei que garantiu para o serviço público federal que 20% têm de começar a ser preenchido por população afrodescendente", disse.
Segundo Dilma, a Lei dos Royalties, que destina parte dos ganhos para a educação, também vai trazer benefícios ao movimento negro. "Pois vocês fiquem sabendo que ela é estratégica, sim, porque ela vai mudar esse país nós próximos dez anos, porque foi o movimento social, o movimento dos negros, das mulheres, dos sindicatos, dos jovens, que construíram essa possibilidade fantástica que é transformar petróleo em educação", concluiu.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-09/dilma-pretende-ampliar-programa-de-combate-violencia-contra-negros

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Especialista diz que racismo na internet também é crime

A sociedade brasileira vem acompanhando diversos casos de ofensas racistas contra jogadores de futebol. O mais recente episódio ocorreu no fim do mês passado, quando o goleiro Aranha, do Santos, foi chamado de macaco durante partida contra o Grêmio. Mas não é só dentro dos campos que esse crime é praticado. Muita gente usa as redes sociais e a internet. Recentemente, ao postar uma foto ao lado do namorado, uma jovem negra foi ofendida por usuários de uma rede social.
O coordenador do Plano Juventude Viva da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Felipe Freitas, explica que a rede mundial de computadores reflete o comportamento da população. “Se o racismo é um fenômeno social, a internet é um espaço onde esse fenômeno também se manifesta. Não é a internet que os cria. Apenas dá mais visibilidade”, salienta. Segundo ele, o uso da rede dá uma falsa sensação de anonimato.
No Brasil, o racismo é considerado crime inafiançável e imprescritível. Isso significa que uma pessoa pode ser punida muito tempo depois da infração. As penas previstas variam de um a cinco anos de reclusão, dependendo do caso. Conforme o coordenador, o fato da ofensa ser presencial ou pela internet não altera a denúncia. Qualquer espaço pode ser usado. “Na Seppir, temos a ouvidoria, que pode ser acionada por telefone ou internet. As delegacias precisam estar prontas para receber essas denúncias, assim como o Ministério Público e as defensorias públicas”, cobra Freitas.
Especialista em direito digital, Fabrício Alves observa que algumas providências podem ser tomadas para auxiliar a polícia na investigação. Além de não incentivar o debate, a pessoa ofendida deve registrar as ofensas. “Registrar, por meio de impressão, anotar o endereço da página para identificá-la posteriormente e, imediatamente, procurar a policia. "Se, antes de comunicar à autoridade policial e à Justiça, ela pedir para remover o conteúdo, estará dificultando a produção de provas”, comenta o advogado.
O Marco Civil da Internet, que entrou em vigor em junho deste ano, traz regras sobre direitos e deveres de usuários e provedores. Conforme Fabrício Alves, alguns aspectos que podem auxiliar na investigação de crimes cometidos na rede precisam ser regulamentados. É o caso dos artigos 13 e 15, que tratam do armazenamento obrigatório de informações. “Para efeito de investigação, isso é extraordinariamente positivo, porque representa uma forma inovadora de se produzir provas contra o cidadão que usa a internet indevidamente. Só que esses pontos ainda não foram regulamentados. O marco civil prescreveu a obrigatoriedade do Poder Executivo regulamentar por decreto”, assinala Alves.
Para que um provedor retire do ar conteúdo ofensivo a um usuário, é preciso recorrer à Justiça. Com a notificação judicial, a empresa passa a ser responsabilizada pela manutenção do material. O próprio marco civil estabelece que, caso não remova o conteúdo, a empresa responderá por eventuais danos.
A maioria das redes sociais já disponibiliza canais para denúncias. Segundo o advogado, geralmente as empresas atendem aos pedidos. Ele afirma que, apesar da legislação não estabelecer prazos para retirada de materiais ofensivos da rede, a jurisprudência fixa um período de 24 horas a partir da notificação.
Felipe Freitas acredita que a população brasileira vem amadurecendo com relação ao racismo. Entretando, alerta para a necessidade de capacitação dos profissionais que tratam dos casos. “Temos parcerias com os ministérios públicos e com o Conselho Nacional do Ministério Público (Cnmp) para capacitar operadores da área. Falta apenas mais diálogo com o judiciário, com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com as defensorias públicas", conclui.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-09/racismo-na-internet-tambem-e-crime

domingo, 14 de setembro de 2014

País precisa aumentar investimentos em educação e ampliar matrículas

País precisa aumentar investimentos em educação e ampliar matrículasTomaz Silva/Arquivo Agência Brasil
Avançar nas metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE) é um dos principais desafios do país para os próximos anos, analisam especialistas ouvidos pela Agência Brasil. O plano, cuja lei foi sancionada em junho, contém 20 metas para serem cumpridas nos próximos dez anos. As metas, que abrangem do ensino básico ao ensino superior, tratam de questões como ampliação de matrículas, inclusão de pessoas com deficiência, melhorias na infraestrutura e valorização dos professores e trabalhadores em educação. Entre elas está a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor.
“O próximo presidente vai ter que dar o primeiro salto”, diz o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. "O próximo mandato será determinante para cumprimento das metas do plano. O PNE deverá estar dentro do novo ciclo orçamentário, que começa em 2015", diz. Em termos de investimento, terá que passar dos atuais 6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 7% no fim do mandato. Pelo PNE, a meta intermediária deverá ser cumprida até 2019.
Segundo Cara, além de garantir mais recursos, será preciso, estruturar a colaboração financeira da União a estados e municípios para assegurar o Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi), que corresponde ao valor suficiente para cumprir os padrões mínimos de qualidade do ensino básico. O coordenador destaca também o prazo até 2016 para a criação do Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do PNE.
No ensino básico, até 2016, o desafio será universalizar o ensino dos 4 aos 17 anos de idade. Isso significa incluir quase 3 milhões de crianças e jovens que estão fora da escola. “O desafio mais imediato é a criação de vagas para atender a todas as crianças na pré-escola [4 e 5 anos]. Embora não caiba a estados e União, esses entes são responsáveis por prestar assessoria técnica e recursos financeiros aos municípios”, diz a gerente da Área Técnica do movimento Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco. Na etapa, a geração de vagas deverá girar em torno de 1 milhão, segundo os dados oficiais mais recentes disponíveis no Observatório do PNE, portal coordenado pelo movimento.
De acordo com o secretário executivo da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), Vitor Alencar, continuam fora da escola “os mais violados em seus direitos, os negros, os indígenas e outros grupos”. Além de universalizar o ensino, Alencar ressalta que é preciso garantir qualidade. “Não podemos ter pessoas que, ao final de 5, 10 anos de estudo, não saibam ler e não consigam refletir sobre as próprias vidas, que é decorrência de um processo que pensa na quantidade e não na qualidade.” Para isso, será preciso valorizar os profissionais: “se não avançarmos na valorização e na melhoria das condições de trabalho dos profissionais de educação, não tem como fazer educação de qualidade no Brasil”, acrescenta.
No ensino superior, o plano também garante a expansão das vagas. “Nos últimos anos houve uma expansão bastante acelerada de universidades e institutos federais. Essa expansão é importante, mas não conseguiu ser acompanhada das questões de infraestrutura, das questões de trabalho, de dar boas condições a quem trabalha nesses locais”, diz o presidente da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação), Eduardo Rolim, apontando a qualidade como um dos desafios.
Ao contrário do ensino básico, no qual a maior parte das matrículas está em escolas públicas, no ensino superior 73% dos estudantes estão em instituições privadas. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) quer mais espaço e pede maior participação dos representantes do setor privado na tomada de decisões. “Não temos participação efetiva nos colegiados que definem as políticas públicas e as implantam”, diz o diretor executivo da Abmes, Solon Caldas. “A meta de expansão só é possível em parceria com o setor privado. É preciso entender que o privado não é concorrente do público”, acrescenta.
Para a presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira, os recursos públicos devem ser voltados à expansão nas instituições públicas. “O público está enfraquecido. Professores estão precarizados, com salários baixos, desmotivados e estão abandonando a profissão. A educação precisa urgente de investimento”. A entidade propõe ao futuro governante que eleve o investimento para 10% do PIB já nos próximos anos e não apenas no fim da década. "A educação precisa urgente de mais investimento", diz.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-09/pais-precisa-aumentar-investimentos-em-educacao-e-ampliar-matriculas

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dona da Friboi é condenada em R$ 2 milhões por expor empregados a frio excessivo

O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT) conseguiu a condenação da JBS S/A em R$ 2 milhões por descumprir legislação trabalhista na unidade de Pontes e Lacerda, a 450 quilômetros de Cuiabá. Trata-se de indenização por danos morais coletivos já que a empresa não concedia espaço adequado para o intervalo de recuperação térmica, obrigatório a empresas que expõem os contratados a ambientes artificialmente frios.
A empresa tem 60 dias para construção do espaço apropriado para conforto térmico e acústico, conforme sentença da juíza Rafaela Pantarotto. A multa é de R$ 50 mil por dia se a determinação for descumprida.
Os funcionários tem direto a recuperação térmica a cada 1h20 trabalhadas em temperaturas inferiores a 15ºC. O procurador Leomar Daroncho, que conduz a ação, diz que o trabalho em frigoríficos é insalubre. “As condições de trabalho no setor, conforme atestam os dados da Previdência, são extremamente gravosas. São atividades com excessos na cadência, com exposição a agentes insalubres e sobrejornada”, informou segundo comunicado divulgado pelo MPT.
Até a publicação desta reportagem, nenhum porta-voz da JBS havia sido localizado.
Fonte: Ig
http://www.andremansur.com.br/noticias/dona-da-friboi-e-condenada-em-r-2-milhoes-por-expor-empregados-frio-excessivo/