sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Mulheres Símbolos da Resistência Contra a Escravidão Negra: Rainha Ginga ou Nzinga Mbandi Ngola em Angola, Teresa de Benguela no Mato Grosso, Luíza Mahim na Bahia, Dandara em Alagoas

Os negros trazidos para o Brasil  não aceitavam passivamente a escravidão e  as condições impostas pelo cativeiro, a exemplo da desgastante rotina de trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar. Os escravos articulavam meios de resistir e se colocavam contra seu opressor imediato -  os Senhores de Engenho, numa batalha que durou mais de quatro séculos. Homens e mulheres se destacaram tanto no Brasil como na África. Conheça algumas  dessas mulheres, através das quais rendemos nossas homenagens a todos os afrodescendentes da Diáspora Africana  na América e no mundo: 

A Rainha Ginga

Seu nome original era Nzinga Mbandi Ngola, mas ficou conhecida  como Rainha Ginga. Os portugueses chamavam-na de D. Ana de Souza. Pertencia ao grupo étnico Mbundu e filha dos reis mbundus no território Ndongo.  Era a soberana do povo do reino de Matamba e Ndongono, que se estabeleceu no sudoeste da África no século XVII.

Viveu no período do tráfico negreiro  e lutou contra os portugueses, reunindo vários povos para  resistir contra a escravização dos povos dessas tribos na África.  Seu título real na língua quimbundo Ngola foi usado pelos portugueses para denominar a região que passou a ser chamada Angola.

A Rainha Ginga conseguiu fazer tratados com os portugueses para que seu povo não fosse escravizado e transportado para a América. Para tanto, aceitou converter-se ao catolicismo,  recebendo o nome de Dona Ana de Sousa. Guerreou e ganhou respeito por liderar pessoalmente suas tropas onde preferia ser chamada de Rei, ao invés de Rainha.

Formou aliança com os reinos do Congo, Kassanje, Dembos e Kissama. Como soberana rompeu seu tratado com Portugal e abandonou a religião católica, vindo a praticar  uma série de violências contra portugueses  e populações ligadas a  Portugal na região.  Na  guerra contra o governador de Angola, Fernão de Sousa,  muitas pessoas sobre o comando de Nzinga morreram,  e duas de suas  irmãs foram capturadas,  levadas para Luanda e batizadas com nomes católicos.

Cultura angolana
Viveu em paz por duas décadas, mas  foi traída pelo povo Jaga. “Jagas” foi o nome que os Portugueses deram, no final do Sec. XVI e durante o sec. XVII, a grupos de nativos africanos, predominantemente nômadas, que se caracterizavam por não trabalhar, dedicando-se à rapina e à violência sobre as populações.

A rainha Ginga fez aliança com os holandeses,  que invadiram Luanda, a capital de Angola. Após várias batalhas, em 1659, Dona Ana assinou um tratado de paz com Portugal.  Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que não dependia do tráfico de escravos, ao contrário de outras no continente africanoFoi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), heroi da resistência negra no Brasil Colônia. Nzinga morreu aos oitenta anos de idade, admirada e respeitada por Portugal. 

Após sua morte, sete mil soldados de seu reino foram trazidos para o Brasil e vendidos como escravos. O nome da Rainha Ginga é citado em vários folguedos da Festa de Reis dos negros do Rosário. Nesta manifestação que acontece geralmente no Rio Grande do Norte, reis do congo católicos lutam contra reis que não aceitam o cristianismo.
                                              TERESA DE BENGUELA

Teresa de Benguela foi uma líder do quilombo de Quariterê  ou Quilombo do Piolhoem Guaporé, próximo a Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, Região Centro-Oeste do Brasil, perto da fronteira com a atual Bolívia,  o qual sobreviveu até 1770  (século XVIII).  Era mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo. 
Quando seu marido morreu, Teresa de Benguela assumiu o comando. Revela-se uma líder ainda mais implacável e obstinada.  Valente e guerreira ela comandou uma comunidade de três mil pessoas. Uniu negros, brancos e indígenas para defender o território  onde viviam. Liderou o desenvolvimento do quilombo, implantando  o uso do ferro na agricultura.  Sob  seu comando o quilombo cresceu tanto que agregou índios bolivianos e brasileiros. 

A rainha Teresa de Benguela chegou a ser comparada a Zumbi dos Palmares, um dos símbolos da resistência negra no Brasil. É considerada uma heroína por ter combatido a escravidão e a opressão.   Foi presa e  suicidou-se. 

Em 1994, sua história virou  samba enredo da Unidos do Viradouro,  por obra do carnavalesco Joãozinho Trinta, sob o título:   "Teresa de Benguela - Uma Rainha Negra no Pantanal".   O dia 25 de julho,  que comemorado o Dia da Mulher Negra, é também considerado o Dia de Teresa de Benguela.


DANDARA

Dandara, a guerreira do quilombo de Palmares, na Serra da Barriga em Alagoas,  estado da Regiáo Nordeste do Brasil, mulher negra, viveu no século XVII, 
período  do Brasil Colônia Dandara  significa  “a mais bela”.
Foi uma das lideranças femininas na luta contra o sistema escravocrata no século XVIIEra mulher de Zumbi e mãe de seus três filhos: 
Motumbo, Harmódio e Aristogíton
Dandara
Ajudou seu marido nas  táticas e estratégias de guerra. 
Suicidou-se depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava. Não existem dados sobre sua vida e quase todos os relatos são lendas.
                                   O QUE  ERAM OS QUILOMBOS ?

Os quilombos eram  espaços de resistência, habitados por  milhares de  negros, indígenas e brancos pobres.  Estes habitantes eram denominados de quilombolas ou mocambeiros, surgidos no período colonial e pós-colonial no Brasil.
O quilombo de Palmares localizado na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, região nordeste do Brasil,  tornou-se o maior centro de resistência negra no período colonial. A nação erguida por africanos de diferentes etnias, que viviam como escravos no Brasil,  foi batizada por eles de Angola Janga, que significa "pequena Angola". 

É o quilombo  mais conhecido, sendo considerado um “estado africano no Brasil”, devido a sua  grande área territorial,  tendo  alcançado, no seu auge, cerca de 50 mil pessoas, contando-se todos os mocambos ali situados.

Seu líder mais conhecido é  Zumbi dos Palmares, que morreu  no dia 20 de novembro de 1695 (final do século XVII). Por isso, o dia da Consciência Negra é comemorado nessa data, com a finalidade de homenagear a todos os  negros que lutaram bravamente  contra a escravidão no Brasil.
                                                        
                                                          LUÍSA MAHIN
Luísa Maheu ou Luísa Mahin pertencia à tribo Mahi, povo habitante dos atuais  Benin,  Togo, Gana e regiões vizinhas, praticantes da religião islâmica ou muçulmana.  No Brasil ficaram conhecidos como malês, que no Iorubá significa islâmico, termo que designava os  negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em língua árabe,  e muitas vezes mais instruídos que seus senhores. 

Luíza Mahin afirmava ter sido princesa na África. Sua mãe trabalhava no comércio de Salvador como quitandeira, onde era muito conhecida. Conforme texto autobiográfico do seu filho Luís Gama, Luíza foi detida em várias ocasiões, por se envolver em planos de revoltas de escravos. Ela esteve envolvida na articulação de revoltas e levantes de escravos, que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX, como a Revolta dos Malês (1835, século XIX) e a Sabinada (1837), quando foi deportada para o Rio de Janeiro, onde desapareceu.


O QUE FOI A REVOLTA DOS MALÊS? 


A  Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu em Salvador, capital da Bahia, Região Nordeste do Brasil, entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835, quando cerca de 1500 negros malês, saíram do bairro da Vitória em Salvador, indo até Água de Meninos, na Cidade Baixa, liderados por Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio e outros. Eles pretendiam: acabar com a escravidão, o confisco dos bens dos brancos e mulatos pelo governo português, a obrigatoriedade de praticar a religião católica e implantar uma República Islâmica na Bahia. Não tiveram sucesso,  e a Revolta acabou com o castigo de seus líderes, entre eles Luiza Mahin.  
Referências (sites pesquisados)
 Instituto Bambarê. Disponível em: 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

25 de Maio Dia da África. História da Independência da África: a conferência de Berlim, o mapa da partilha e de Independência. Leopoldo II da Bélgica e o holocausto negro no Congo Belga. A descolonização e a União Africana

5 de Maio é o Dia da Áfricadata foi instituída pela “Organização da Unidade Africana” (OUA) em 1963, na cidade de Addis-Abeba, capital da Etiópia,  país situado a nordeste do continente. O objetivo é  comemorar  o Dia da  Libertação da África.  Naquele   25 de Maio, reuniram-se em Adddis-Abeba líderes de 32 países africanos, que assinaram a carta  que   declara a  Libertação  da África  contra a subordinação  imposta pelos europeus. A Partilha ou divisão da  África entre os europeus foi   definida pela Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, e  significou a apropriação pelos europeus  das  riquezas humanas e naturais do continente.
  

A Organização das Nações Unidas (ONU) vendo a importância daquele  encontro de 1963, instituiu em 1972  o 25 de Maio  Dia da Libertação da África.

O 25 de Maio  tem profundo significado na memória coletiva dos povos do continente africano, pois simboliza a luta  por sua  independência e emancipação política.   A criação do Dia da África configurou-se no maior compromisso político de seus líderes, para  acelerar o fim da colonização européia no  continente e do regime segregacionista do Apartheid, na República Sul Africana, país situado no extremo sul do continente. O Dia da África é a manifestação do desejo de aproximadamente 800 milhões de africanos de organizar uma África  com seus governos,  sonhos e desenvolvimento com democracia e progresso, mas   respeitando o meio ambiente. Os negros do Brasil e do mundo celebram a oportunidade de avaliar as dificuldades e  os progressos do continente berço da humanidade. Salve 25 de Maio ! Viva a Mãe África.
O que foi a Conferência de Berlim?

Foi uma reunião  política  que aconteceu entre entre  19 de Novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885 (final do século XIX),  na cidade de Berlim, capital da Alemanha,   com a participação de 14  países, para  dividir o continente africano entre  eles.  Essa divisão recebeu o nome de Partilha da África. Os países que participaram dessa divisão  foram:   Portugal, Espanha, Inglaterra,  França, Holanda, Bélgica,  Alemanha, Itália,  Dinamarca,  Suécia,  Rússia, Império Otomano (atual Turquia),   Império Austro- Húngaro (atuais Áustria e Hungria) e até os Estados Unidos da América.  
O objetivo da Conferência foi  organizar  e definir as  regras de ocupação da África pelas potências coloniais europeias, ou seja,  quais territórios   caberiam a cada um desses países.   Os povos africanos não foram convidados  para a festa, claro, e esse novo  processo de exploração durou quase 100 anos.  
A Conferência de Berlim foi proposta por Portugal e organizada pelo Chanceler alemão Otto von Bismarck.  O Império Alemão não possuía colônias na África mas, tinha esse desejo. Passou então, a administrar o  "Sudoeste  Africano” (atual Namíbia) e o Tanganica. Os Estados Unidos possuíam uma colônia na África, a  Libéria, comandada por ex-escravos.  Os países europeus que não foram “contemplados” na divisão da África, se sentiram agraciados, pois  eram potências comerciais ou industriais, com interesses indiretos no continente.

A primeira invasão dos europeus à Africa, foi no século 15, com a chegada dos portugueses  aos arquipélagos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Posteriormente, ocuparam  Angola e Moçambique, estabelecendo feitorias, portos e enclaves. Nessa primeira invasão, várias sociedades africanas foram dizimadas; pessoas foram mortas ou  escravizadas e milhões  foram enviadas  à força para as Américas, para trabalhar como escravos, inclusive no Brasil;  grande parte morreu durante as viagens transatlânticas.  A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos.

Na segunda metade do século XIX a história se repete e os europeus invadem  pela segunda  vez a África,  que passaria a atender aos interesses dos seus  países industrializados, que viam no continente africano a possibilidade de ampliar o capital financeiro, disputar mercado consumidor, matérias-primas e mão-de-obra barataAo fim  do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da  colonização africana.  Os Holandeses se estabelecem na parte  litorânea da Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1652 (século XVII).  Durante a Conferência de Berlim, outros países da Europa se apoderam da África.Foto: menina da Libéria dançando  com seus trajes típicos. 

O Mapa da Partilha da África

Ao encerrar a Conferência de Berlim em 26 de fevereiro de 1885, o chanceler alemão Otto von Bismarck selou a partilha da África.  Menos de três décadas após esse  encontro, ingleses, franceses, alemães, belgas, italianos, espanhóis e portugueses já haviam conquistado e repartido entre eles  90% do território africano. Com  exceção da Etiópia e da Libéria, todo o continente ficou sob o domínio europeu. A Libéria formada por escravos libertos enviados de volta pelos Estados Unidos, havia se tornado independente em 1847. 
No início da Primeira  Guerra Mundial (1914-1918), 90% das terras da África  já estavam sob o domínio da Europa.  A  criação das  fronteiras entre os novos países foi feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, baseando-se  apenas  nos interesses dos europeus, contribuindo  para muitos dos conflitos atuais no continente.  Fronteiras ou limites são linhas que separam o território de cada país, como você pode observar no mapa. 
Para estabelecer essas fronteiras, os europeus recorriam a noções arbitrárias de latitude e longitude ou acidentes  geográficos (rios, lagos, montanhas...)  Essas fronteiras ainda sobrevivem até hoje. Cerca de 90% das atuais fronteiras na África foram herdadas desse período. Apenas 15% delas  respeitaram as questões étnicas.  O Saara Ocidental é o único caso de território africano que ainda não conseguiu a independência. Em 1975, depois de décadas explorando o fosfato da região, a Espanha o abandonou. No mesmo ano, o Marrocos o invadiu. Houve resistência, e  a guerra durou até 1991. Desde então, a Organização das Nações Unidas (ONU) tenta organizar um referendo para que a população decida se quer a independência ou a anexação pelo Marrocos. Por sua vez, os britânicos ocuparam partes da atual África do Sul, do Egito, do Sudão e da Somália no século 19. No mesmo período, os franceses se apoderaram de parte do Senegal e da Tunísia, enquanto os italianos marcavam presença na Eritreia desde 1870. Em 1902, França e Inglaterra já detinham mais da  metade do continente africano.

O  Rei Leopoldo II da Bélgica e o Holocausto Negro no Congo Belga 


As perversidades do colonialismo europeu na África podem ser traduzidas nas maldades do rei Leopoldo II da Bélgica, um pequeno país da Europa, vizinho à Holanda.  Ele nunca pisou os pés no continente, mas entre 1890 e 1910, matou milhares de congoleses. Suas  atrocidades estão relatadas em dois livros: 1) O Coração das Trevas, de Joseph Conrad 2)  O Fantasma do Rei Leopoldo. Uma história de voracidade, terror e heroísmo na África colonial, de Edmund Morel.  Os livros relatam o Holocausto Negro no Congo Belga, cujas  perversidades  fariam Hitler e Stálin parecerem dois anjinhos.  O antigo Congo Belga  foi uma das grandes fontes de riqueza para a minúscula Bélgica, que se enriqueceu com a venda de marfim extraído ao custo da morte de centenas de milhares de elefantes africanos, hoje ameaçados de extinção, e da  extração da borracha, que eliminou espécies de árvores nativas da região e milhares de seres humanos. No seu livro Coração das Trevas, o britânico de origem polonesa, joseph Conrad, relata o que presenciou na segunda metade do século XIX, no Congo. 

Localizado no centro-sul do continente, oficialmente apresentado ao mundo pelo perverso rei, como um Estado Livre que se beneficiaria com seu projeto "filantrópico-humanitário-científico-civilizatório", dizia ele.  Os relatos históricos mostram  seus métodos perversos executados por seus agentes contra a população local, que incluíam  corte das mãos, dedos, narizes e assassinatos sem motivos, pelo não cumprimento de cotas determinadas de extração de borracha e marfim.   O Congo Belga ficou independente em 1960 e adotou o nome de Zaire. Em 1997 passou a ser chamado de  República Democrática do Congo ou  RDC, RD Congo, Congo-Kinshasa, Congo-Quinxasa  ou Congo-Quinxassa para diferenciá-la do país vizinho chamado  Congo  ou  Congo-Brazzaville. Veja no mapa de Independência da África.

        A  Descolonização  e   Independência da  África 

A África  foi colônia de potências  da Europa  até a segunda metade do século XX. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) contribuiu para dar início ao seu  processo de descolonização e  Independência, pois   envolveu  países europeus  que detinham territórios de exploração no continente africano.  Após o conflito, a Europa ficou bastante  empobrecida e politicamente fraca.  Movimentos de luta pela independência explodiram  em todas as colônias africanas. No decorrer da década de 1960, os protestos se multiplicaram e muitos países europeus concederam pacificamente independência às suas  colônias, que  se transformaram em países livres. Em  25 de Maio de 1963, reuniram-se em Adddis-Abeba,  líderes de 32 países africanos que assinaram a carta  que   declara  a  Libertação  da África. Hoje,  53 países livres formam a União Africana.

Mapa com as Datas de  Independência dos Países da África  - A União Africana (UA)  e Seus Objetivos


Naquela  reunião de 25 de Maio de 1963, em Addis-Abeba, os líderes africanos criaram a Organização  da Unidade Africana (OUA). O então Presidente da Líbia, país situado no Norte da África,  Mohamed Kadafi, liderou um movimento  que substituiu a  OUA pela União Africana (UA), em  09 de Julho de 2002. O objetivo de Kadafi era  a criação de um Governo da África, proposta  rejeitada pela maioria dos líderes africanos,  destacando-se  os Presidentes da África do Sul e  de Cabo Verde. 
                 
                              Países Membros da  União Africana


A África, ao contrário do que muitos pensam, não é um continente homogêneo nem muito menos exótico.  Ali,  podem ser identificadas  as diversidades geográfica, econômica e  étnico-cultural do continente, ou seja,  as  " Várias Áfricas", com o  norte muçulmano, a África subsahariana, o Sul da África e assim por diante. Veja os membros da UA e leia sobre eles para perceber essas diferenças.  Atualmente ,   53 países formam a União Africana,  cobrindo quase todo o continente.  São eles: 
África do Sul, Argélia,  Angola, Benim, Botswana, Burkina Faso,  Burundi, Cabo Verde,  Camarões, Chade,  Congo Brazaville, Costa do Marfim,  Djibouti, Egito,  Eritreia, Etiópia,  Gabão, Gâmbia,  Gana, Guiné, Guiné-Bissau,  Guiné Equatorial, Lesoto,  Libéria, Líbia, Malawi,  Mali, Maurícias, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Quênia, Rep. Centro-Africana, Rep. Dem. do Congo, Ruanda, Saara Ocidental, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Seychelles, Somália, Suazilândia,  Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe.
Acima, foto da sede da União Africana com vinte andares construída em Addis-Abeba, capital etíope. O edifício é considerado o mais alto da cidade e  ocupa uma área de mais de cem mil metros quadrados. Comporta um moderno centro de conferências com  capacidade para  duas mil pessoas.  A nova sede da União Africana  é uma oferta da República Popular da China, que desembolsou 200 milhões de dólares  na sua construção e equipamentos. Na foto mulhereas comemoram a Inauguração da sede da União Africana (UA), em Addis-Abeba, capital da  Etiópia.
Estamos no século XXI.  Agora são os chineses que estão chegando à África. Por que será ? Estamos de olho ! 

A Partilha da Ásia e da Oceania

O Imperialismo europeu do século XIX não se reduziu à  dominação da  África e América Latina,onde começaram a cegar no início do século XV. Dominaram também a  Ásia e Oceania,  onde a Inglaterra se destacou na formação de seu novo império colonial. Os ingleses dominaram a Índia, parte da China,  a Birmânia,  Ceilão, Tibete, Paquistão e o  Oriente Médio, estendendo-se até a  Oceania, nas atuais  Austrália e  Nova Zelândia, enquanto os franceses se apossaram do sudeste asiático. O comércio entre Ásia e Europa remonta ao império romano, quando os asiáticos  forneciam artigos de luxo para a Europa. Após a Revolução Industrial, essa relação se alterou. A Ásia passou de vendedora a compradora dos produtos europeus, especialmente da Inglaterra ,  primeiro passo para  a dominação europeia nessas áreas. Saiba mais e veja o mapa da Partilha da Ásia e da Oceania, ou seja como os europeus dividiram essas áreas entre eles. Clique no link :
http://www.coladaweb.com/historia/descolonizacao-da-asia-e-da-africa

Etiópia um dos países mais antigos do mundo -  Sede da União  Africana e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África

Foto:  o Rei Haile Selassie da Etiópia e o cantor jamaicano Bob Marley, adepto da religião Rastafári  que tem origem na Etiópia

Um dos países mais antigos do mundo e  a segunda nação mais populosa da África,  a Etiópia sempre existiu como  um país independente. Quando o continente africano foi dividido entre as potências europeias  durante a realização  da Conferência de Berlim, capital da Alemanha, a Etiópia  manteve sua independência. Em 1974 a dinastia liderada por  Haile Selassie foi deposta. Addis Abeba  hoje é  sede de várias organizações internacionais com objetivos voltados para as questões da África -  como  a  União Africana (UA) e a Comissão Econômica das Nações Unidas para a África. O A Etiópia é famosa por  suas igrejas talhadas em pedras e como  o lugar onde o grão de café teve  origem.  Divide com a África do Sul o posto de  detentora do maior número de  sítios históricos considerados Patrimônios Mundiais da UNESCO na África, num total de oito para cada país.  No período após  a queda  da monarquia, a Etiópia  se transformou  num dos países mais pobres do mundo. Sofreu uma série de períodos de fome na década de 1980, resultando em milhões de mortes, mas se reergueu,  e hoje sua economia  é uma das que mais cresce  na África. 
MAPA  POLÍTICO  DA  ÁFRICA  ATUAL  - Norte da África (de maioria muçulmana, na cor cinza)  e África Subsaariana (abaixo do deserto do Saara, na cor amarela)


Mpa-político da África atual 

Referências - Sites pesquisados em 10/05/2013

Conferência de Berlim:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlim
Joaquim Gomes. O Dia da África

A partilha da África

Africa Político:
Fundação Agostinho Neto
http://www.agostinhoneto.org/index.php?option=com_content&view=article&id=515:25-de-maio-dia-de-africa&catid=77:2010&Itemid=246
O Fantasma do Rei Leopoldo. Uma história de voracidade, terror e heroísmo na África colonial. Disponível em:
http://www.wook.pt/ficha/o-fantasma-do-rei-leopoldo-uma-historia-de-voracidade-terror-e-heroismo-na-africa-colonial/a/id/58223
Um pedaço de bolo no meio da África. Blog O Fascinante Universo da História. Disponível em:
http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/06/um-pedaco-de-bolo-no-meio-da-africa.html
'O rei Leopoldo II da Bélgica e o holocausto negro no Congo'
http://pcb.org.br/fdr/index.php?option=com_content&view=article&id=394:o-rei-leopoldo-ii-da-belgica-e-o-holocausto-negro-no-congo&catid=2:artigos
Todas as imagens são do Google. 
Fonte: http://serravallenaafricadosul.blogspot.com.br/2013/05/25-de-maio-dia-da-africa-um-pouco-da.html

Líderes da América Latina saúdam vitória de Dilma

"Grande vitória de inclusão social e da integração regional", escreveu a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no Twitter. Já o presidente do Equador, Rafael Correa, destacou: "Maravilhoso triunfo de Dilma no Brasil". O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ressaltou: "Vitória de Dilma no Brasil! Vitória do povo. Vitória de Lula e seu legado. Vitória dos povos da América Latina e do Caribe" 
Da Prensa Latina 
Líderes políticos da América Latina saudaram, hoje (27), a conquista de um segundo mandato pela presidenta Dilma Rousseff. Por meio das redes sociais, mandatários da América do Sul e da América Central felicitaram a candidata petista.
"Grande vitória de inclusão social e da integração regional", escreveu a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, em sua conta no Twitter. Já o presidente do Equador, Rafael Correa, destacou: "Maravilhoso triunfo de Dilma no Brasil. Nosso gigante segue com o Partido dos Trabalhadores. Parabéns, Dilma, Lula, Brasil".
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ressaltou: "Vitória de Dilma no Brasil! Vitória do povo. Vitória de Lula e seu legado. Vitória dos povos da América Latina e do Caribe". Já o líder de El Salvador, Salvador Sánchez, escreveu: "Dia de festa no Brasil e na América Latina. Nossos povos decidiram seguir construindo seu bem-estar e felicidade".
O mandatário uruguaio, Tabaré Vásquez, que também disputa eleições em seu país, destacou: "Chegam boas notícias do Brasil, companheiros! Vitória de Dilma". O governador da província argentina de Entre Rios, Sergio Urribari, escreveu: "Muita alegria pelo triunfo de Dilma. Parabéns a ela, a Lula, ao PT e a todo o Brasil por seguir avançando".
A embaixadora argentina na Organização dos Estados Americanos, Nilda Garré, considerou a vitória de Dilma "uma notícia muito boa para a continuidade do esforço popular latino-americano".

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/158489/L%C3%ADderes-da-Am%C3%A9rica-Latina-sa%C3%BAdam-vit%C3%B3ria-de-Dilma.htm

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É hora de comprar Brasil!

Raras vezes, na história da humanidade, um país se deixou cegar tanto pelo ódio político, pela intolerância e pela mentira, sendo tão vilipendiado por sua própria elite. Agora, que as eleições acabaram, relembre: o Brasil é exemplo global no combate à fome, tem a menor taxa de desemprego de sua história, uma nova classe média pujante, que adensa um dos maiores mercados de consumo de massa do mundo, e uma presidente revigorada pela vitória nas urnas; além disso, está prestes a se tornar um dos grandes produtores globais de petróleo, não há descontrole inflacionário e os ajustes necessários na economia são bem menos severos do que se apregoa; por último, mas não menos importante, o Brasil NÃO é bolivariano!; um bom Dilma a todos; artigo de Leonardo Attuch, editor-responsável pelo 247
O Brasil amanhece, nesta segunda-feira, não muito diferente do que foi nos últimos dias, semanas e anos de governo Dilma – uma aposta renovada pelo eleitor brasileiro para os próximos quatro anos. O desemprego continua a ser um dos mais baixos da história, a inflação não está fora de controle e transformações estruturais, como o avanço na exploração do pré-sal, continuam em curso.
No entanto, raras vezes, na história da humanidade, um país foi tão vilipendiado e rebaixado por sua própria elite. Como jamais se viu, uma sociedade se permitiu cegar pelo ódio político, pela intolerância e pela mentira. Para citar apenas um caso, o dirigente de uma consultoria financeira lançou um livro intitulado "O Fim do Brasil", profecia que se realizaria em caso de reeleição da presidente Dilma. A julgar por seu catastrofismo, que foi levado a sério por alguns agentes do mercado financeiro, esta segunda-feira seria o "dia em que a terra parou", como diria Raul Seixas.
No entanto, basta abrir os olhos – sim, abrir os olhos, após a cegueira e a histeria das últimas semanas – para enxergar uma realidade bem diferente. O Brasil fechará o ano com a inflação dentro dos limites da meta pelo décimo ano consecutivo, com uma dívida interna estável, embora a situação fiscal seja menos confortável do que no passado, e com uma população que volta a confiar no futuro – este, um dos dados mais importantes das últimas pesquisas. Quando as pessoas acreditam que irão manter seus empregos e seu poder de compra, o motor do consumo e do crédito se mantém ligado e a pleno vapor.
Se há a necessidade de ajustes na economia, eles já são reconhecidos pelas autoridades, em Brasília. Especialmente em alguns setores, como o do etanol, que foi prejudicado pela contenção dos preços dos combustíveis e será beneficiado com a volta da Cide – um importo que tornará o álcool mais competitivo na bomba. A boa notícia é que os ajustes necessários são bem menos severos do que se apregoa – 2015, ao contrário do que muitos imaginam, não será o ano da catástrofe anunciada.
Passadas as eleições, é também a hora de superar antagonismos, divisões e retomar o diálogo. Em vez de enxergar o copo meio vazio, é hora de encarar a metade cheia, repleta de avanços. O Brasil é hoje reconhecido pelas Nações Unidas como exemplo global no combate à fome e às desigualdades sociais. É também um país montado num caminhão de reservas internacionais, capazes de amortecer qualquer crise internacional. E que, com sua nova classe média, possui um dos maiores mercados de consumo do mundo, que irá continuar recebendo investimentos por muitos e muitos anos.
Se isso não bastasse, o pré-sal, de onde se extraem mais de 500 mil barris de petróleo/dia, já não é mais uma promessa. É realidade concreta e palpável. Aliás, se o Brasil foi rebaixado e vilipendiado por sua elite, que daqui extrai suas fortunas, o que dizer, então, da Petrobras? Relatórios das agências internacionais de energia, feitos por quem realmente entende do setor, a apontam como uma das empresas de maior crescimento projetado para os próximos anos. Depois dos investimentos, virá a colheita. E o Brasil, que viveu agudas crises no balanço de pagamentos no passado, em razão de sua dependência energética, tem tudo para se transformar num dos grandes exportadores globais de petróleo – como já é no setor de alimentos.
Dilma venceu as eleições porque, em algum momento, os eleitores – e não apenas os supostamente mal-informados, como diria FHC – se deram conta de que a propaganda negativa não correspondia à realidade. Será mesmo que o Brasil dos novos aeroportos, das usinas do Rio Madeira e da hidrelétrica de Belo Monte é mesmo "um cemitério de obras inacabadas"? Aliás, o que aconteceu com o apagão elétrico previsto no início de 2014? E a Copa do Mundo? Por onde andam os arautos do #naovaitercopa? Se tiverem bom senso, depois de o Brasil ter realizado a melhor de todas as Copas – fato que, infelizmente, ficou ausente da campanha eleitoral – não farão o mesmo discurso terrorista em 2016, ano dos Jogos Olímpicos.
O Brasil que emerge dessas eleições também tem uma possibilidade única de enfrentar a corrupção. Depois de tantos escândalos, todos eles associados ao financiamento privado de campanhas políticas, o País se vê diante da oportunidade histórica de aprovar a reforma política, tornando as disputas eleitorais menos dependentes do poder econômico. E a presidente Dilma, sem uma reeleição pela frente, e reconhecida como honesta por seus próprios adversários, é a pessoa ideal para levar esse desafio adiante. "Estou pronta a responder a essa convocação. Sei do poder que cada presidente tem de liderar as grandes causas populares. E eu o farei", disse ela, em seu discurso da vitória. Um discurso preciso – e de arrepiar.
Por último, mas não menos importante, há que se dizer com todas as letras. Apesar de toda a histeria e toda a estridência dos nossos neoconservadores, o Brasil não é bolivariano. Aliás, o próprio PT é um partido que, há muitos anos, fez um escolha. Optou pelo caminho democrático – e não revolucionário. O Brasil é um país capitalista, que respeita a propriedade e os contratos, e que, neste caminho, promove a inclusão social. Aliás, a aposta na radicalização interessa apenas a pequenos grupelhos, que se alimentam do discurso do ódio. A estes, basta dizer que Miami é logo ali. À verdadeira elite brasileira, comprometida com o País, o que importa é seguir adiante, com mais igualdade e liberdade.
Como diria Eduardo Campos, não vamos desistir do Brasil. Até porque, depois de tantas mentiras e ataques, o Brasil ficou barato. É hora de comprar Brasil!

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/economia/158254/%C3%89-hora-de-comprar-Brasil!.htm