"Pouco mais da metade do
país amanheceu de alma lavada, outra metade, frustrada", escreve Tereza
Cruvinel, colunista do 247; segundo sua avaliação, "a maioria eleitoral
escassa não lhe tira a legitimidade, nem o cenário brasileiro é tão
difícil como apregoado no calor da campanha, mas impõe à presidente o
desafio de combinar continuidade com mudanças"; para a jornalista,
"Dilma respondeu corretamente no discurso de posse ao pronunciar cinco
vezes a palavra diálogo", assim como "mudança", reconhecendo que é
preciso atender a este anseio
O resultado revelado nas urnas neste domingo
26, com diferença de apenas 3,4 milhões de votos entre Dilma Rousseff e
Aécio Neves (PSDB), "exigirá da presidente uma fina sintonia com estes
dois desejos que se enfrentaram na campanha", avalia Tereza Cruvinel, em
nova coluna em seu blog no 247. Leia um trecho:
Ainda que Dilma tenha perdido cerca de três milhões de votos com a
investida de Veja e a boataria sobre o assassinato do doleiro Yousef
nos dois dias finais da campanha (uma sangria que jamais saberemos em
que proporções ocorreu), a cisão já estava esboçada, embora menos aguda:
ela tinha 53% no Datafolha de quinta-feira e Aécio Neves, 47%. A
diferença de seis pontos caiu para três.
A jornalista analisa como positivo o discurso da petista ter trazido,
por diversas vezes, a palavra "diálogo", assim como "mudança",
reconhecendo que é preciso atender a este anseio. A colunista ressalta
que "o que a maioria dos eleitores optou por manter, dando a Dilma o
segundo mandato, é bastante claro: as conquistas dos mais pobres nos
governos petistas". Já o desejo de mudança, diz ela, "é mais difuso".
Tereza Cruvinel acredita que, "no enfrentamento da corrupção, não
bastará aprovar as medidas que ela anunciou na campanha". E ainda que
"não basta a reforma política. Será preciso dar demonstrações cabais de
intolerância, doa a quem doer, como ela disse". "Afora estes e outros
desafios na fina sintonia a ser buscada entre mudar e conservar",
acrescenta a colunista, "existe a questão subjetiva. Dilma tem que
enfrentar Dilma. Ela também parece ter reconhecido o peso de sua
personalidade na criação das dificuldades que quase lhe custaram a
reeleição".
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/158442/%E2%80%98Resultado-exige-de-Dilma-sintonia-com-dois-desejos%E2%80%99.htm
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