O
robô de telepresença R1T1 não consegue passar despercebido pelo
Pavilhão de Exposição da 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em
Brasília. Guiado por controle remoto, ele atrai as crianças por sua
autonomia e pelas interações por meio de câmera e tela acopladas ao
“pescoço”.
Revestido de fibra de vidro e com,
aproximadamente, 1,6 metro de altura, o robô teve seu nome inspirado no
R2D2, personagem do filme Star Wars. Assim como seu colega do
cinema, o R1T1 pode interagir com aqueles ao seu redor. Conforme o
engenheiro Antônio Henrique Dianin, coordenador do Project Robot, da startup brasileira DMS Company, e idealizador do robô, o principal foco é a área hospitalar.
A
primeira instituição a receber o projeto foi o Hospital Universitário
Regional de Maringá (HUM). Com estrutura arredondada, o R1T1não acumula
resíduos e é fácil de ser esterilizado. Por isso, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária permite que ele circule em todas as alas do
hospital, inclusive nas UTIs.
“Também
pensamos nas pessoas que ficam muito tempo em um hospital. Nas
pediatrias, as crianças adoram. O robô consegue tirá-las desse ambiente.
Elas podem se conectar e passear em exposições como essa ou visitar
outras salas de aula. O melhor é que o robô pode substituir as famílias
nos casos de dificuldades de contato com os pacientes”, ressaltou o
engenheiro.
Segundo Dianin, o R1T1 também pode se conectar ao
sistema do hospital, permitindo ao médico consultar dados do paciente. A
próxima etapa será instalar equipamentos de ultrassom no robô. “Estamos
idealizando uma cirurgia odontológica, com a utilização de câmeras na
boca do paciente. O procedimento será feito pela tela do robô”,
adiantou.
Lançado em 2013, após um ano de desenvolvimento, esta é
a terceira versão do R1T1. A primeira custou R$ 100 mil ao grupo.
“Consideramos o HUM nosso grande parceiro. Eles aceitaram o projeto na
fase inicial, quando ainda era um protótipo bem rústico, cheio de fios e
placas aparentes”, assinalou.
Para o idealizador, o R1T1 é o
primeiro robô de telepresença da América Latina e um dos mais avançados
do mundo, pois tem autonomia (a bateria funciona 24 horas) e
movimentação. O projeto já ganhou prêmios e tem parcerias com
universidades nacionais e internacionais. “É muito difícil desenvolver
um projeto desse no Brasil. Além da burocracia, a visão e a cultura é
muito diferente do exterior. Infelizmente, o apoio para pesquisa é maior
fora do nosso país”, lamentou o técncico.
Antônio Dianin
acredita que os robôs farão parte do dia a dia da sociedade em futuro
bem próximo. “Ano que vem, lançaremos um robô de limpeza. Todos
precisarão de um em casa. O custo ainda será alto, mas tende a baratear.
Teremos robôs na educação, marketing e em games. Vislumbramos
um horizonte que o cinema muitas vezes apresenta em estágio avançado.
Inicialmente, eles auxiliarão nas pequenas atividades", explicou.
De
acordo com o engenheiro, haverá uma migração de áreas de especialidade.
“Os seres humanos precisarão estar cada vez mais preparados, com mais
estudo, de modo que transitem de atividade corriqueiras para as de
desenvolvimento. Para fazer tecnologia avançada, é preciso pessoas
preparadas e isso requer muito estudo. Os robôs forçarão essa migração,
ao mesmo tempo que engrandecerão o ser humano”, observou.
A
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia será encerrada hoje(19) em
todo país. Em Brasília, as exposições, palestras e oficinas ocorrem no
Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2014-10/robo-de-telepresenca-faz-sucesso-na-semana-de-ciencia-e
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