Principal
conselheiro, confidente e amigo da presidente Dilma Rousseff durante os
dias mais tensos da corrida eleitoral, Jaques Wagner desponta como um
coringa; já foi cotado para os ministérios da Fazenda, da Casa Civil e
das Relações Institucionais; agora, a aposta é que ele assumirá a
Petrobras, para criar uma agenda positiva para a empresa; conciliador e
apto para o diálogo, palavra chave do segundo mandato, Wagner será um
dos homens fortes do novo governo Dilma; leia reportagem especial de
Romulo Faro, editor do Bahia 247
É
na praia de Inema, na base de naval de Aratu, que começa a nascer o
segundo governo Dilma. E este fim de semana será crucial. Reeleita,
Dilma estará face a face com aquele que foi seu melhor amigo, confidente
e aliado quando tudo parecia perdido. Ele mesmo, Jaques Wagner, o
governador da Bahia, que sai do processo eleitoral de 2014 como um dos
maiores vitoriosos. Além de eleger Rui Costa como seu sucessor,
contrariando mais uma vez os institutos de pesquisa, Wagner dedicou os
dias tensos entre o primeiro e o segundo turnos para confortar a
presidente Dilma. Quando muitos exigiam uma postura mais dura, Wagner
era a voz serena que indicava o caminho a seguir. E dessa relação de
intimidade e extrema confiança, o político baiano emerge como um dos
homens fortes do segundo governo Dilma. Já foi cotado para assumir os
ministérios da Fazenda, da Casa Civil e das Relações Institucionais. A
nova aposta é que, agora, com a benção do Partido dos Trabalhadores, ele
será presidente da Petrobras, a maior empresa brasileira, que esteve no
centro da campanha eleitoral.
“A Petrobras precisa de alguém com
autoridade política para reerguer sua imagem”, disse ao 247 um dos mais
próximos interlocutores da presidente Dilma e também do ex-presidente
Lula. “Além disso, o segundo governo Dilma vai colher tudo o que foi
plantado no primeiro. E nos próximos anos, o Brasil se tornará um dos
grandes produtores de petróleo do mundo. A Petrobras precisa de uma cara
nova, com credibilidade, para sair das páginas policiais”, afirma.
Sindicalista, Wagner fez sua
carreira ao lado dos petroleiros do polo petroquímico de Camaçari, na
Bahia. Foi nessa condição de líder sindical que ele desenvolveu uma de
suas maiores habilidades: a capacidade de dialogar. Não por acaso, a
presidente Dilma Rousseff, em seu discurso da vitória, pontuou em
diversas ocasiões que a marca do seu segundo mandato será o diálogo. E
não há nenhum político, nos quadros do PT, que se enquadre tão bem nesse
perfil quanto o governador da Bahia.
Pelo Facebook, ele levou mensagem de
paz a quem pregou ódio e divisão do País na eleição que encerrou no
domingo (5). “A eleição acabou. Vamos descer do palanque e começar a
trabalhar para unir o país. É importante que haja críticas e
questionamentos, mas sem ódio, sem dividir a população”.
O petista avaliou que é exatamente a
vitória apertada da presidente Dilma Rousseff sobre o tucano Aécio
Neves (PSDB) a principal motivação da chefe da nação para seu próximo
mandato e mais uma vez pôs em prática seu estilo conciliador.
“A vitória apertada tem um lado bom.
Ela nos obriga a entender que temos que trabalhar ainda mais para
satisfazer as demandas daqueles que não acreditaram no nosso projeto.
Não medirei esforços para realizar essa tarefa. Estou disposto a
continuar ajudando a Bahia e o Brasil”.
Conciliador
Em entrevista ao Bahia 247 às
vésperas do 1º turno, Wagner criticou o tratamento de choque do PT
contra a então Marina Silva (PSB) e fez a mesma declaração no 2º turno,
contra o tucano Aécio Neves. O governador da Bahia defende campanha
propositiva. Foi assim também a de Rui Costa, eleito no primeiro turno
com 54,5% dos votos válidos, quando as pesquisas apontavam vitória de
Paulo Souto, do DEM.
Papel importante no PT e amizade com Lula e Dilma
Jaques Wagner teve no processo
pré-eleitoral deste ano a missão de ser interlocutor de Lula e Dilma com
o ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República
Eduardo Campos (PSB), que faleceu no dia 13 de agosto último num
acidente aéreo em São Paulo. Wagner também era amigo de Eduardo e foram
várias conversas até o socialista decidir mesmo oficializar sua
candidatura. O governador da Bahia chegou a declarar, em nome do PT, que
se Eduardo desistisse do pleito deste ano, ele seria o candidato do
governo em 2018.
Ele foi líder do PT na Câmara dos
Deputados em 1995, foi articulador de gerenciamento da crise quando
estourou o 'mensalão', em 2005, quando era ministro das relações
institucionais do então presidente Lula. Foi nesta época que se tornou
amigo da presidente Dilma, então chefe da Casa Civil da presidência da
República. Ele foi o primeiro ministro do Trabalho e Emprego de Lula.
Antes foi deputado federal por três mandatos consecutivos.
Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/159086/A-hora-e-a-vez-de-Wagner.htm
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