Mais uma vez, o Brasil se vê diante
de um escândalo ligado ao financiamento privado de campanhas eleitorais.
Um tema que a presidente Dilma pretende enfrentar já no início do seu
segundo mandato. "A minha
disposição mais profunda é liderar da forma mais pacífica e democrática
esse momento transformador. Estou disposta a abrir um grande espaço de
diálogo com todos os setores da sociedade para encontrarmos as soluções
mais rápidas para os nossos problemas", disse ela, em seu discurso de
vitória. "Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a
reforma política."
A prioridade do segundo governo
Dilma é lutar pelo fim das doações privadas, que vêm de grandes
empresas, como as empreiteiras. Esse tema, já discutido no Supremo
Tribunal Federal, teve seis votos favoráveis ao fim das contribuições
empresariais, mas só não foi sacramentado em razão de um pedido de
vistas do ministro Gilmar Mendes – favorável às doações, ele diz não ter
prazo para devolver o caso ao plenário.
No discurso de vitória, Dilma explicitou sua posição. "Meu
compromisso, como ficou claro durante toda a campanha, é deflagrar essa
reforma, que é responsabilidade constitucional do Congresso, e que deve
mobilizar a sociedade por um plebiscito, por meio de uma consulta
popular. Como instrumento desta consulta, nós vamos encontrar a força e a
legitimidade exigida neste momento de transformação para levarmos à
frente a reforma política", disse. "Quero discutir esse tema
profundamente com o novo Congresso Nacional e com toda a população
brasileira, e tenho convicção de que haverá interesse dos setores do
Congresso, dos setores da sociedade, de todas as forças ativas na nossa
sociedade para abrir uma discussão e encaminhar as medidas concretas.
Quero discutir igualmente com todos os movimentos sociais e as forças da
sociedade civil."
A agenda da oposição, no entanto,
será outra. Como o escândalo da vez atinge partidos da base aliada, como
PT, PMDB e PP, muito embora as empreiterias doem para todas as
legendas, a estratégia foi anunciada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG),
que pretende recolher assinaturas para uma nova CPI no início de 2015.
Além disso, como Gilmar Mendes será o relator das contas da campanha da
presidente Dilma em 2014, o PT já dá como certo que ele votará por sua
reprovação.
Isso significa que haverá, nos
próximos meses, o embate entre duas forças. De um lado, os que defendem a
reforma política e o fim das doações de empresas. De outro, os que
usarão o escândalo atual para criar instabilidade política e,
eventualmente, inviabilizar o segundo governo Dilma.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/160588/Big-bang-da-corrup%C3%A7%C3%A3o-fortalece-agenda-de-Dilma.htm
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