quinta-feira, 31 de maio de 2012

30 dicas para ajudar seu filho a lidar com o Bullying

Saiba o que fazer para ajudar o seu filho a superar situações de Bullying na escola


21/11/2011 11:40
Texto Marion Frank
 
Fala-se muito hoje em Bullying. A palavra, originária da língua inglesa, é empregada boa parte das vezes de modo errado, espécie de caldeirão onde se joga tudo de ruim que pode acontecer em sala de aula. Há crianças que sofrem, no dia a dia escolar, situações que lhes causam mal, mas que não podem ser chamadas de Bullying. Há quem veja apenas como ‘brincadeira’ o que é percebido, no outro, como agressão e razão de infortúnio. Há crianças, vítimas de Bullying, que também são entendidas como as responsáveis por esse tipo de situação - nem sempre o agressor é quem dá início a esse tipo de violência, algo que os pais não conseguem admitir, particularmente, os da criança ‘agredida’. Nove fora, a falta de informação sobre o tema é enorme, tornando o Bullying uma violência que atinge a todos, os pais incluídos. 
- Teste para pais: como você vê seu filho em relação ao Bullying?
"O Bullying acontece, quando existe um movimento real contra uma determinada criança", esclarece a psicóloga e psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabrício, diretora do Colégio Graphein, em São Paulo. "É uma campanha, uma perseguição contra um alvo muito bem definido." Com mais de 38 anos de experiência no trato com alunos das mais variadas personalidades e histórias familiares, Nivea já viu de tudo um pouco. Tem, portanto, expertise de sobra para colocar os pingos nos iis em relação a um tema tão atual e afeito a provocar dúvidas. Em sua opinião, são nas escolas maiores, onde as relações ocorrem de modo impessoal e a capacidade de controle é menor em face do número de alunos, que as possibilidades de acontecer Bullying crescem e causam apreensão. "Nessas escolas, existem hoje três grupos de alunos, os nerds, os populares e os bobos - já ouvi muita criança dizer que não pode ser nerd ou "CDF", caso contrário, não será querida da classe", Nivea descreve. "Os bobos? Não se misturam com o resto dos alunos".

Começa, então, a funcionar uma divisão social dentro de uma grande escola típica do universo paulistano, por exemplo. O Bullying? Ele acontece, quando um desses grupos implica com um determinado aluno, a ‘crítica’ se propaga ferozmente pelas redes sociais e o caos se instala. Em especial, em casa. Porque os pais pouco ou nada conseguem fazer para ajudar os filhos, sejam eles os agredidos ou agressores, a sobreviverem ao contato com o Bullying - na opinião de Eric Debarbieux, diretor do Observatório Internacional das Violências nas Escolas, "uma das violências mais graves que o ser humano pode sofrer."

Apesar da gravidade do problema, Birgit Möbus, psicopedagoga da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, faz questão de alertar que o Bullying é muito sensível à intervenção das autoridades - no caso da escola, dos professores, supervisores e mesmo diretores. "Mas é preciso que a comunidade escolar se envolva como um todo para combater essa violência de modo a reduzir efetivamente o número e a gravidade dos casos", adianta.

Ou ainda: a situação é grave, mas há solução à vista. Faz parte dela a adoção de atitudes no ambiente escolar, caso do respeito e da generosidade, entre outras. "São palavras aparentemente vagas, mas bastante sérias... a criança hoje fica brava por muito pouco!", aponta Nivea. E isso não pode continuar assim, certo? "É desde pequeno que se aprende ser possível vencer, ao lado do outro, os obstáculos que a vida impõe", lembra Gisela Sartori Franco, psicóloga e especialista em Convivência Cooperativa. "A gentileza, o consenso e o diálogo, infelizmente, não são hoje ‘treinados’ em sala de aula, daí a necessidade dos pais estarem atentos à rotina escolar e exigirem, nas reuniões com professores, mudanças no currículo escolar."

Eis uma sugestão de como os pais devem se comportar para ajudar seus filhos a sobreviverem - com saúde! - ao contato com o Bullying. Com a ajuda das especialistas Nivea Maria de Carvalho Fabrício, Birgit Möbus e Gisela Sartori Franco, destacamos outras de igual importância a seguir.

1.O envolvimento dos pais no dia a dia escolar é importante - eles precisam mais do que nunca entender a necessidade da educação e, em conseqüência, jamais se afastar da rotina dos filhos em sala de aula

2. Pais precisam ser ajudados a serem pais. Porque a sociedade anda permissiva demais e eles se sentem perdidos ante essa realidade

3. Não tire seu filho de imediato da escola onde sofreu Bullying: primeiro, é importante trabalhar com os professores e a direção dessa escola de modo a resolver o problema. Porque será muito importante para ele vencer o Bullying no ambiente onde foi vítima

4. Se não der certo - e é preciso atenção para a evolução do problema, não deixar passar o tempo em demasia... -, recomenda-se a transferência, se possível, para uma escola preparada para dar suporte a essa criança

5. Vale a pena insistir aqui no ponto ‘nevrálgico’: nem sempre o agressor é quem deu início ao Bullying, mas sim quem se faz de vítima. Ou ainda: tudo pode se resumir a uma forma (desesperada) de chamar a atenção de quem se sente excluído, marginalizado, pelos colegas de classe

6. Porque a violência existe e assusta, mas o Bullying não acontece por acaso. Aliás, por ser um assunto de sala de aula, ele precisa ser tratado com ela por inteiro. Em outras palavras: os pais não devem se preocupar em proteger apenas o próprio filho, seja ele o agredido ou o agressor ou apenas testemunha desse tipo de violência

7. Na reunião de pais e professores, esse assunto deve ser tratado de modo a que todos participem - e não isoladamente, atingindo apenas os envolvidos com o caso de Bullying
8. Pais devem exigir imediatamente da escola uma estratégia de trabalho que envolva o agressor, o agredido e o grupo por inteiro 
9. Em casa, pai e mãe precisam conversar diariamente com o filho sobre as aulas, mesmo que ele tenha uma reação negativa, do tipo "ah! que conversa chata!" etc. Claro, existe a medida adequada e ela varia de criança para criança. Mas o importante, neste caso, é criar o hábito da conversa entre pais e filhos

10. Essa conversa pode se tornar um ritual a ser integrado na refeição do domingo, por exemplo. Um momento de aproveitar a reunião familiar para que cada um fale de si mesmo.

11. Porque não dá para usar o pretexto de trabalhar muito e permanecer fora de casa o tempo inteiro - e assim não ajudar o filho em um momento tão difícil da vida dele!

12. Às vezes, basta dizer para o seu filho, "você gostaria que alguém falasse dessa forma com você? Pois, eu não gosto, fico triste..." É importante se colocar no lugar do outro, sentir na pele que a ‘brincadeira’ feita não tem a menor graça... Brincadeira só vale quando todos se divertem - e nunca quando acontece à custa de outro. Isso é fundamental e os pais devem trabalhar essa questão, conversando com seus filhos desde a infância

13. Sem essa troca de informações entre pais e filhos, uma situação de Bullying pode já estar ameaçando o cotidiano escolar - e nenhum adulto se deu conta dos sintomas dessa violência no comportamento da criança e/ou do jovem. Que se mostra mais irritadiço e angustiado, inventando desculpas para não ir à escola etc.

14. É na conversa com o filho que os pais vão perceber o porquê da agressividade e da insatisfação, orientando a buscar outras formas de se expressar. Se os pais não souberem fazê-lo, não há razão de constrangimento - ao contrário, devem pedir ajuda a quem foi treinado para isso, na escola

15. Se os pais perceberem que o filho está de fato sofrendo algum tipo de ‘pressão psicológica’ no ambiente escolar, precisam informar professores e direção da escola para que a questão seja tratada de modo cuidadoso o quanto antes!

16. Muitas vezes a escola não sabe que está ocorrendo uma situação de Bullying até porque ela acontece fora da sala de aula e, portanto, longe do olhar do professor. Mesmo sem provas, é importante intervir. Atenção: a escola é a autoridade na relação entre alunos - e não os pais!

17. O Bullying é muito sensível à intervenção das ‘autoridades’, ou seja, dos professores, supervisores e até mesmo diretores. Em especial, quando desperta o envolvimento da comunidade escolar como um todo no combate a essa violência

18. O Bullying é resultado de uma relação interpessoal em desequilíbrio. Há, portanto, de se cuidar dos dois lados envolvidos - existe um problema de autoestima a ser trabalhado, tanto em relação ao agressor quanto ao agredido

19. Cada escola tem a sua maneira de agir, mas o que se espera é que ela seja parceira dos pais do aluno que é vítima de Bullying - e também daquele que é entendido como agressor. O ideal: aproximar as duas famílias de modo a envolvê-las na solução do problema. Porque todas elas são perdedoras em uma situação de Bullying

20. Pais e professores precisam se unir para ensinar às crianças e aos jovens a serem assertivos - ou seja, saberem se expressar de modo positivo quando algo os incomoda, fazendo o outro entender que há limites que não podem ser ultrapassados

21. O respeito às diferenças precisa ser exercitado diariamente no ambiente escolar. Os pais devem exigir que os professores de seus filhos trabalhem nessa direção em sala de aula de modo a que uma situação de Bullying não volte a acontecer entre os alunos. Que não precisam ser amigos, mas sim precisam se respeitar um ao outro

22. É recomendado que se faça uma dinâmica de grupo com os alunos da classe onde ocorreu um caso de Bullying, conversar individualmente sobre o problema, verificar em que estágio a campanha de Bullying se encontra disseminada na rede social e, se necessário, coibir o uso da rede por um tempo determinado

23. Com ou sem Bullying, os pais precisam ter controle sobre o uso da internet por seus filhos, eles não podem ter liberdade total no exercício dessa atividade - os pais devem ter acesso às redes sociais do filho como espectadores, jamais devem participar!

24. Pais não são amigos dos filhos, mas sim pais. E, nesse papel, precisam orientar. Não podem confundir o papel, até porque a criança precisa ter no pai e na mãe uma figura de autoridade, pessoas que inspiram confiança e representam um porto firme para ela

25. Pais não devem vitimizar seus filhos, muito menos tratá-los como se fossem reis ou rainhas. Quem pensa só em defender, se esquece que ninguém é santo, muito menos o próprio filho

26. Tentar despertar coragem no filho com a frase "não leve desaforo para casa!", impondo respeito na base da agressão, é o pior que se pode fazer a uma criança indefesa. Não é com esse ‘troco’ que se constrói um ambiente de solidariedade entre os colegas

27. Quando os pais percebem que seus filhos são autores de Bullying ou mesmo testemunhas desse problema no ambiente escolar, devem conversar abertamente com eles a respeito e, ao mesmo tempo, pedir ajudar à escola. Porque quem é autor ou testemunha desse tipo de violência também está sofrendo e precisa ser cuidado!

28. Os pais se consideram responsáveis pelas vidas dos seus filhos, quando são, na verdade, responsáveis até a página 50 - daí pra frente ou mesmo antes disso, os filhos vão fazer o que lhes dão na veneta... O sucesso não depende mais dos pais, mas sim deles próprios

29. Cabe aos pais darem o maior número de instrumentos necessários para os filhos terem sucesso. Entretanto, como eles vão usá-los, bem, isso já não é mais responsabilidade paterna. E o problema está aí: os pais se sentem culpados de verem os filhos fazerem tudo errado e, com a pressão da culpa, não conseguem mais ajudar

30. Atenção: o Bullying pode acontecer não apenas no ambiente escolar, mas também no bairro. É quando o seu filho pode não ser aceito pela turma por se recusar a beber ou fumar. Seja qual for a situação lembrem-se: uma das estratégias fundamentais na luta contra essa forma de violência é a aliança entre pais e escola. Sempre

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/30-dicas-como-ajudar-seu-filho-lidar-bullying-647014.shtml?utm_source=redesabril_educar&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_educar
 

A vida é um desafio, enfrente-o.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Bom Dia Nação Nordestina!

Bom Dia Nação Nordestina! Que nossa Quinta-feira seja tão linda quanto essa vista perfeita da encantadora Natal, no querido Rio Grande do Norte!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Uma singela reflexão

Uma singela reflexão, mas que guarda por trás um problema sobre que modelo de agricultura estamos desenvolvendo no Brasil: A pequena e média, que fixa as famílias no campo e diversifica a produção; ou a do grande latifúndio, que enriquece alguns coronéis, despeja litros de agrotóxicos na nossa comida e devastas as reservas mundiais de florestas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Fruto do grupo de trabalho Cultura e Desenvolvimento

Fruto do grupo de trabalho Cultura e Desenvolvimento, que aconteceu durante o XIV Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste (CISO), realizado pela Fundação Joaquim Nabuco em Recife, o livro “Cultura e desenvolvimento: perspectivas políticas e econômicas” reflete sobre as políticas públicas e seu papel no desenvolvimento das sociedades contemporâneas. As discussões envolvem a presença do Estado na execução e formulação das políticas públicas culturais, assim como a sociedade civil e os movimentos sociais.
Organizado por Alexandre Barbalho, Lia Calabre, Paulo Miguez e Renata Rocha, o livro pode ser acessado gratuitamente no site do Repositório Institucional da UFBA: http://migre.me/91P2I

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Por um Brasil livre de energia nuclear. Entrevista especial com Francisco Whitaker

“Os defensores da energia nuclear conseguem pintar uma imagem de que ela é sinônimo de alta tecnologia, de que os países que investem nesse modelo de energia são avançados, e que o Brasil não pode ficar para trás”, afirma o arquiteto.
Confira a entrevista.
O acidente nuclear de Fukushima reacendeu o debate da energia nuclear no Brasil. Enquanto o governo defende a conclusão de Angra III, engenheiros, pesquisadores, ambientalistas e integrantes da sociedade civil se organizam no sentido contrário, na tentativa de banir a energia nuclear do país. Hoje, a campanha “Por um Brasil livre de energia nuclear” é promovida por duas frentes de discussão: a Coalizão por um País Livre de Usinas Nucleares, e a Articulação Anti-Nuclear Brasileira, que divulgam informações sobre os riscos desse modelo energético e promovem ações para repensar a composição da matriz energética brasileira. O arquiteto e ativista brasileiro Francisco Whitaker participa da Coalizão e diz que as duas frentes atuam no sentido de convencer o governo federal a desistir da ampliação da energia nuclear no país.
Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, Whitaker avalia que a Coalizão e a Articulação já conquistaram duas vitórias. A primeira foi o adiamento da conclusão de Angra III, que depende de um financiamento externo. “Pressionamos a Alemanha para que não libere esse dinheiro, pois se o governo alemão decide que não irá mais investir em energia nuclear, não pode financiar usinas nucleares em outros países. Diante da pressão brasileira, o governo alemão resolveu postergar a decisão de dar a garantia para a construção de Angra III”, explica. A segunda conquista diz respeito a iniciativa do governo federal de adiar a construção de novas usinas nucleares.
O Instituto Humanitas Unisinos – IHU também participa deste debate, e em breve publicará uma entrevista com Dom Jaime Chemello, que recentemente visitou Chernobyl. A edição número 355 da revista IHU On-Line, de 28-03-2011, intitulada A energia nuclear em debate, publica uma série de entrevistas sobre as implicações da energia nuclear.
Francisco Whitaker (foto) foi presidente da Juventude Universitária Católica JUC em 1953-1954, assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNBB no 1° Plano Pastoral de Conjunto em 1965-1966, e assessor da Arquidiocese de São Paulo e da CNBB de 1982 a 1988. Foi vereador de São Paulo, SP. É sócio-fundador da Associação Transparência Brasil e foi professor no Instituto de Formação para o Desenvolvimento de Paris e no Instituto Latino-Americano de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ilpes/ONU).
Confira a entrevista.

IHU On-Line Em que consiste a campanha por um Brasil livre de usinas nucleares?
Francisco Whitaker – Essa campanha iniciou após o desastre de Fukushima, quando assistimos ao sofrimento do povo japonês. Esse desastre acordou as pessoas em relação à periculosidade da energia nuclear.
O Japão é conhecido por dominar a tecnologia nuclear, então, era o último lugar que se poderia esperar um acidente desse tipo e magnitude. Mas mesmo lá, a natureza se encarregou de destruir as previsões. Eles construiriam um dique de contensão de cinco metros de altura para prevenir de eventuais ondas do mar, mas veio uma onda  de quinze metros. Esse acidente nos mostrou que não é possível haver uma usina nuclear 100% segura.
Os que defendem a energia nuclear argumentam que ela é mais barata, argumento que é extremamente contestado, principalmente se agregarmos ao custo da usina os gastos oriundos de um desastre. Independentemente do custo econômico, a usina em si é um atentado ao bom senso por causa dos riscos.
Quando acontece um desastre como o de Chernobyl ou Fukushima, muitas pessoas morrem por causa da explosão, e outras são atingidas pela nuvem de radiatividade que se forma e contamina a água, o solo, o ar, porque tal radiação não desaparece rapidamente. A radiatividade permanece por dezenas, centenas ou milhares de anos no local, contaminando as pessoas e o meio ambiente.
Outro risco diz respeito ao lixo atômico. As varetas de urânio produzem elementos e materiais que são extremamente radiativos. Além do mais, o lixo radiativo precisa de 100 mil anos para perder a radiatividade. Ainda não há solução para tratar esse tipo de lixo. Na França eles têm quase cinquenta mil toneladas de lixo atômico acumuladas e não sabem o que fazer com esse material. Cinco anos depois de Chernobyl ter explodido, foi feito um sarcófago sobre a usina, e ele começou a vazar. Precisaram construir um segundo sarcófago para impedir que a radiatividade saísse da usina.

IHU On-Line No Brasil, dois fóruns discutem as questões referentes à energia nuclear: a "Coalizão por um País Livre de Usinas Nucleares" e a "Articulação Anti-Nuclear Brasileira". Quais as diferenças e aproximações entre essas duas frentes?
Francisco Whitaker – A diferença diz respeito à forma como foram criadas. A Coalizão trabalha intimamente relacionada com a Articulação. Coincidentemente, no mesmo dia que nós realizamos a primeira reunião da Coalizão em São Paulo, foi criada, no Rio de Janeiro, Articulação.
A Coalizão se definiu como um grupo de pessoas e organizações que irão atuar no sentido de esclarecer a população sobre a energia nuclear, e precisamente batalhar para que o governo brasileiro não adote essa opção. Nossa proposta é de que o governo federal volte atrás e desista das obras de Angra III, desmantele as usinas de Angra I e II, e não invista nesse projeto.
A Articulação reúne organizações do Brasil todo vinculadas ao tema. Reúne também as pessoas que foram vítimas do acidente do Césio-137 em Goiás [1], ativistas que batalham contra a mineração de Urânio etc. Ela amplia mais o debate do que a Coalizão, mas as duas estão trabalhando em estreita relação. As duas lançaram juntas uma iniciativa popular de emenda constitucional para proibir a construção das usinas nucleares no Brasil.
As duas frentes também participarão juntas na Rio+20 com uma tenda antinuclear. Nossa proposta é divulgar ao máximo as informações que temos para que as pessoas saibam o risco que estamos correndo caso o Brasil insista em expandir a energia nuclear. Infelizmente, ainda há falta de informações em relação ao tema.
IHU On-Line – Pode nos dar mais detalhes sobre essa proposta de emenda à Constituição, proibindo a construção de usinas nucleares no Brasil? Como está esse debate?
Francisco Whitaker – Nós estamos coletando assinaturas. Precisamos coletar 1.500.000 assinaturas para que o tema seja discutido no Congresso, e depois conseguir que um número suficiente de deputados assine uma emenda profissional, para que ela possa ser discutida no Congresso. Então, tem todo um trabalho a ser feito.
Recentemente, uma delegação de parlamentares brasileiros queria ter participado da visita a Chernobyl junto com Dom Jayme Chemello. Mas os parlamentares não puderam ir, porque a data da viagem coincidiu com a votação do Código Florestal. Eles queriam criar uma frente parlamentar contra a energia nuclear e preparar a luta dentro do Congresso.
Ainda sobre as nossas articulações, vamos lançar um livro no dia 21 de maio, em São Paulo, com um texto que escrevi quando apresentei a questão da energia nuclear ao Conselho Episcopal de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNBB, em fevereiro deste ano, e com artigos de professores. Um capítulo desse livro é intitulado de "Por um Brasil livre de Usinas Nucleares. Por que e como resistir ao lobby nuclear”.
IHU On-Line – Essa campanha tem causado algum efeito na posição do governo federal?
Francisco Whitaker – Já tivemos duas boas repercussões. Uma delas é que a construção da Angra III depende do financiamento alemão. Pressionamos a Alemanha para que não libere esse dinheiro, pois se o governo alemão decide que não irá mais investir em energia nuclear, não pode financiar usinas nucleares em outros países. A decisão do governo alemão de postergar a decisão sobre a Garantia Hermes foi fruto, mais do que da pressão "brasileira", da ação solidária de organizações alemãs, muito especialmente da Urgewald, e de personalidades internacionais, todas mostrando que o governo alemão estaria praticando uma dupla moral se assegurasse o financiamento de Angra III.
A segunda vitória é o fato de o governo brasileiro ter decidido adiar a construção das usinas nucleares no Nordeste. Não sabemos se essa decisão tem a ver com a pressão que começamos a fazer. A previsão é de que sejam construídas quatro usinas no Nordeste a partir de 2020. Percebe-se que o governo adiou a construção, mas ainda não desistiu, porque tem uma visão muito “pequena” do assunto. Ele considera que o crescimento econômico do Brasil depende da energia nuclear.
IHU On-Line A quem interessa a construção de usinas nucleares? Que setores fomentam o lobby?
Francisco Whitaker – Tem muito dinheiro envolvido nesse debate. A construção de uma usina nuclear custa aproximadamente 10 bilhões de reais. Muitas empresas estrangeiras estão interessadas na construção de Angra III, pois exportam reatores, desenvolvem pesquisas, fabricam peças, maquinários. Esses capitais conseguem criar uma aura de que a usina não é problemática. Por exemplo, logo depois do desastre de Fukushima, um dos principais assessores da empresa brasileira de energia nuclear teve a insensatez de escrever um artigo dizendo que Fukushima provou que usina nuclear é segura. É inacreditável.
Os defensores da energia nuclear conseguem pintar uma imagem de que ela é sinônimo de alta tecnologia, de que os países que investem nesse modelo de energia são avançados, e que o Brasil não pode ficar para trás. É inacreditável ver como os franceses têm o maior orgulho de terem a tecnologia avançada. Hoje eles têm dificuldades enorme de abandonar esse modelo, porque 77% da energia é nuclear.
IHU On-Line A campanha mundial contra a energia nuclear é promovida pela Fundação Gorbachev. Pode nos falar sobre essa fundação? Como o senhor vê a atuação de Gorbachev nas discussões ambientais?
Francisco Whitaker – Essa fundação foi criada por Mikhail Gorbachev em 1993, logo depois da Rio-92, onde a problemática das armas nucleares, das usinas nucleares e da contaminação por radiatividade foi discutida. Surgiu então, a ideia de criar uma instituição como a Cruz Vermelha, que fosse voltada especificamente para atender às vítimas da energia nuclear. Então, criaram a Cruz Verde, uma fundação que está sediada na Suíça. Quando ocorreu o desastre de Chernobyl, Gorbachev era presidente da União Soviética e passou a desenvolver um trabalho mundial de combate às armas e usinas nucleares. Ele desenvolve um grande trabalho em Chernobyl, de assistência às famílias vítimas do desastre.
Outras organizações atuam nesse sentido. No dia 12 de março desse ano, em ocasião do primeiro ano do acidente de Fukushima, um grupo francês protestou contra as usinas da França. Essa organização lançou um apelo para que no mundo todo se fizesse alguma coisa. Em mais de 110 países houve mobilizações nesta data. No Brasil as manifestações foram pequenas, restritas a dez cidades, conduzidas e introduzidas pela Coalizão e pela Articulação.
Nota:
[1] O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radiatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado, na zona central de Goiânia, no estado de Goiás. Foi classificado como nível cinco na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
O instrumento deixado no hospital foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radiativo ocorrido fora das usinas nucleares.

Para ler mais:


  • 12/03/2012 - Fukushima: um alerta ignorado pelo Brasil. Entrevista especial com Heitor Scalambrini Costa
  • 27/03/2011 - Energia nuclear é ambientalmente sustentável? Entrevista especial com David Fig
  • 26/01/2012 - Entre a paz e a defesa: os dilemas internacionais da indústria bélica e do armamento nuclear. Entrevista especial com Marcelo Suano
  • 11/07/2011 - Política nuclear brasileira é insuficiente e contraditória. Entrevista com Luis Carlos de Meneses
  • 29/10/2010 - Radiação nuclear. Caetité pede atenção. Entrevista especial com Zoraide Vilas Boas
  • 02/07/2009 - Incidente em Angra 2. "Fiscalizar somente a indústria nuclear é um ato preconceituoso e discriminatório". Entrevista especial com Guilherme Camargo
  • 02/04/2012 - Dados revelam que danos do acidente nuclear de Fukushima são piores do que se imaginava
  • 13/03/2012 - Fotos do dia. A central nuclear de Fukushima. Um ano depois
  • 18/12/2011 - ''Os reatores de Fukushima estão em segurança" Para desmontá-los, serão necessários 40 anos
  • 19/11/2011 - Césio de Fukushima é encontrado a 500 km da central
  • 21/12/2011 - Chernobyl +25
  • 28/04/2011 - Conferência pela paz avaliará conseqüências de Chernobyl e Fukushima
  • 26/04/2011 - A OCDE quer mudar a escala nuclear para distinguir Fukushima e Chernobyl
  • 26/04/2011 - Suicídios traumatizam vila perto de Chernobyl
  • 13/04/2011 - Após nivelar crise à de Chernobyl, líder japonês tenta tranquilizar população
  • 14/03/2011 - De Chernobyl até hoje, a tecnologia melhorou, mas os riscos continuam
  • 24/08/2010 - Efeitos de Chernobyl podem durar séculos
  • Veja também:


  • A energia nuclear em debate
  • Energia para quê e para quem? A matriz energética do Brasil em debate 

  •  Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/509583-por-um-brasil-livre-de-energia-nuclear-entrevista-especial-com-francisco-whitaker


    X Semana de História

    Sobre as inscrições.

    INSCRIÇÕES PRORROGADAS - as inscrições para Sessões Coordenadas e Comunicações foram prorrogadas até o dia 23/05 (segunda-feira).

    As inscrições serão divididas em três fichas: Ouvinte/Comunicador, Sessão Coordenada e Minicursos. Para os que não puderem realizar o pagamento conosco, na Universidade Federal de Goiás (Goiânia) - Faculdade de História, disponibilizaremos uma conta para que seja realizado o depósito dos valores solicitados para cada modalidade de inscrição:

    Caixa Econômica Federal
    Cristiane Pereira de Melo 
    Agência: 2256
    Conta: 00009571-0
    Operação: 013 
    Ouvinte/Comunicador:

    As inscrições na modalidade Ouvinte serão no valor de R$ 20,00. A ficha deverá ser preenchida (Ficha de Ouvinte, clique aqui) e encaminhada para o e-mail semanadehistoria.ufg@gmail.com , juntamente com o comprovante de pagamento, caso tenha sido realizado o depósito. Estaremos realizando as inscrições para esta modalidade na Universidade Federal de Goiás (Goiânia) – Faculdade de História. As inscrições ocorrerão do dia 30 de março ao dia 07 de junho (primeiro dia de evento).
    Para comunicadores, a ficha (Ficha para Comunicador, clique aqui) deverá ser preenchida e enviada para o e-mail semanadehistoria.ufg@gmail.com , juntamente com o comprovante de pagamento. O valor para apresentador será de R$ 30,00. Também estaremos recebendo o pagamento na UFG (Goiânia) – FH, porém será necessário que o comunicador nos apresente o formulário de inscrição impresso (sendo também imprescindível o envio do mesmo para o e-mail). Inscrições prorrogadas até o dia 23/05 (segunda-feira)
    Obs: Os textos completos deverão ser enviados para o mesmo e-mail até o dia 24 de junho, para serem efetivadas as publicações nos Anais Eletrônicos. 
            No valor de R$ 30,00, o comunicador tem direito a apresentar duas comunicações.

    Sessões Coordenadas:

    As inscrições para Sessões Coordenadas devem ser feitas apenas via e-mail com o envio da ficha (Ficha para Sessão Coordenada, clique aqui). As Sessões poderão ter apenas quatro participantes (fora o coordenador), podendo ser remanejadas se necessário. Juntamente com a ficha de inscrição para a Sessão Coordenada deverão ser enviadas as fichas de cada comunicador, contendo resumo e título do trabalho proposto, e os comprovantes de pagamento – caso seja feito em depósito bancário. Inscrições prorrogadas até o dia 23/05 (segunda-feira)
    Obs: O coordenador da Sessão deve ser mais graduado que todos os outros componentes. Caso o contrário, será substituído automaticamente por alguém de maior titulação. Ainda informamos que alunos da graduação NÃO PODERÃO coordenar sessões.

    Minicursos:

    As inscrições para Minicursos serão efetivadas a partir do preenchimento da ficha de inscrição (Ficha para Minicursos, clique aqui) que podem ser enviadas para o e-mail semanadehistoria.ufg@gmail.com , ou feitas com os monitores na UFG (Goiânia) – Faculdade de História. O valor será de R$ 5,00 e o pagamento será realizado por depósito bancário, ou no primeiro dia do evento. As inscrições para esta categoria serão realizadas do dia 30 de março ao dia 03 de junho (primeiro dia do evento).
    Obs: Confira aqui a relação dos minicursos que serão ministrados no evento.
     
     
     Fonte:http://semanadehistoriaufg.blogspot.com.br/2011/03/sobre-as-inscricoes_24.html?spref=fb
     specificações para o preenchimento de cada ficha de inscrição. 
    Obs: Clique nos links e faça o download das fichas.
    P.S.: Abaixo, exatamente as imagens que aparecerão ao você ser direcionado ao Mediafire  para download das fichas.

    Uma vida inteira de sofrimento


    Sucatas de carros da polícia são usadas para legalizar veículos roubados

    Entenda como funciona o mais novo golpe das quadrilhas de ladrões de automóveis em todo o Brasil.

     O Fantástico comprou uma sucata – que um dia foi um carro da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul – legalmente, em um leilão oficial, com o conhecimento da polícia.
    Fizemos isso para você entender como funciona o mais novo golpe das quadrilhas de ladrões de automóveis em todo o Brasil. Elas compram carros da polícia em leilões oficiais para aproveitar o chassi com a numeração original e, assim, legalizar carros roubados.

    Em 2010, o aposentado Carlos Roberto Santos da Silva perdeu o carro em um assalto. Oito meses depois, a polícia apreendeu um veículo que tinha uma peça com a numeração do carro dele. Só que o chassi, e também os documentos e o número das placas, eram de um carro da Polícia Rodoviária Federal de Florianópolis, comprado há cinco anos em um leilão oficial em Porto Alegre.

    “Esquentaram a minha caminhonete com o documento daquele carro”, diz seu Carlos.

    Segundo os policiais que investigam o caso, o veículo não poderia ter sido leiloado porque era sucata. A superintendência da Polícia Rodoviária Federal alega que o carro podia ser recuperado, mas isso ficaria caro porque a frota da polícia não tem seguro.

    “O problema foi o mau uso de quem adquiriu. Infelizmente, a polícia não tinha como evitar isso aí”, afirma Lindomar Cristani dos Santos, superintendente da Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul.

    Segundo o Conselho Nacional de Trânsito, o carro que teve perda total em um acidente deve ser classificado como irrecuperável. É preciso dar baixa nos arquivos do Detran. A licença e a placa devem ser canceladas, e o que sobrou do carro só pode ser vendido como sucata.

    Quem determina a liberação de carros e sucatas para a venda é o órgão proprietário do veículo, e cada estado tem uma regra diferente. Mas, na prática, o que se vê são automóveis totalmente destruídos, negociados e vendidos sem nenhuma restrição.

    A denúncia vem do delegado Glaydson Carvalho, responsável pelas investigações de roubos e furtos de veículos em Goiânia.

    “A quadrilha geralmente arremata este tipo de veículo em leilão. Leva para alguma oficina clandestina, automaticamente já se encomenda o roubo de um veículo similar a este, que também é levado ao mesmo local. Ali as pessoas fazem o transplante daquele veículo roubado similar para o chassi deste veículo avariado aqui. Ou seja, ele vai ter um veículo totalmente remontado, com documentação legalizada”, explica o delegado.

    A administradora Márcia Velloso Silva também foi vítima do golpe. Dez meses depois do assalto em que perdeu o carro, ela foi chamada para identificar um veículo encontrado pela delegacia de roubos de veículos de Porto Alegre.

    “É o painel do meu carro aqui. Esses são os comandos. Os assentos são os mesmos. Até a chave ainda funciona”, mostra Márcia. “Sim, é o kit gás que eu tinha nela”, acrescenta.

    O repórter Giovani Grizotti mostra a Márcia imagens do veículo da Polícia Militar gaúcha usado para legalizar o carro, explicando que foi o chassi daquela viatura que foi arrematado em um leilão por bandidos que acabou esquentando o veículo.

    “É inacreditável a que ponto chega a criminalidade, isso já é um abuso, isso é quase um deboche”, diz Márcia.

    Ramirez da Costa, conhecido como Alemão Ramirez, foi preso no início de março, em Porto Alegre. Ele é acusado de chefiar uma quadrilha que teria roubado mais de 300 veículos.

    Segundo a polícia, foi Ramirez quem mandou roubar e esquentar a caminhonete do seu Carlos, aquela citada no início desta reportagem. Uma semana antes de a polícia gaúcha chegar até ele, e já com prisão decretada, o bandido foi flagrado por um repórter do Fantástico em um leilão do governo gaúcho.

    No Rio Grande do Sul, a polícia pediu aos leiloeiros os nomes de todos os compradores dos veículos sucateados. Na lista dos carros negociados que foi mostrada para a delegada, dá para ver que o próprio documento admite que muitos dos carros estão sem o motor, mas foram negociados com documentos.

    “Não podiam ter sido negociados em leilão como veículos, somente como sucata. Deveria ter sido dado baixa na documentação e o veículo vendido somente como sucata”, afirma a delegada da Polícia Civil do Rio Grande do Sul Vivian Nascimento.

    Com o golpe, os bandidos podem ganhar até cinco vezes mais do que pagam pelas sucatas. Por exemplo, um veículo montado em cima do chassi de outro, que pertencia à Secretaria de Defesa Social de Alagoas, foi parar em Divinópolis, Minas Gerais. O chassi custou R$ 4.500 no leilão. Depois de receber a carcaça de um carro roubado, foi vendido por R$ 20 mil. O comprador só descobriu que foi vítima desse golpe depois de a polícia apreender o carro.

    “Não é qualquer dia que você pode comprar um carro”, diz a vítima.

    Mas como fica um cidadão que teve o carro roubado e descobriu que ele foi montado ilegalmente em cima de outro? Dá para ter o automóvel de volta?

    Dá, mas é difícil. Como o resultado da montagem criminosa é um veículo com partes de diferentes carros, ele não pode ser devolvido à vítima do roubo, nem ser legalizado no Detran. Segundo a polícia, é como se ele não pertencesse a ninguém. A única saída para a vítima é entrar na Justiça e tentar vender as peças que têm numeração original. E só.

    O Departamento Nacional de Trânsito afirmou que vai abrir sindicância para investigar o descumprimento das regras do Contran envolvendo leilões de sucatas que são vendidas como carros que podem rodar. Alguns estados começam a se mobilizar para acabar com o problema.

    “Nós estamos nos estruturando no sentido de ter presença no dia anterior de realização dos leilões para realizar as vistorias prévias”, garante José Carlos Siqueira, presidente do Detran de Goiás.

    O governo gaúcho também estuda a possibilidade de transformar os veículos antigos ou com perda total em ferro velho.

    “O carro a ser definido pelo Departamento de Patrimônio do Estado como um carro que não serve mais para a administração pública, vai ser então levado para ser triturado na siderurgia”, explica Stela Farias, secretária de Administração do Rio Grande do Sul.

    A pena prevista para esse crime pode chegar a dez anos de prisão.

    “A pessoa que comete um ato deste não tem noção do impacto que ela causa na vida da vítima”, diz Márcia Velloso Silva.

    De volta à oficina citada no início desta reportagem, o carro comprado pelo Fantástico está pronto para rodar. Aqui, não houve uso de veículo roubado ou furtado. Mas, para outros casos, fica o alerta. 

    Fonte: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1680438-15605,00-SUCATAS+DE+CARROS+DA+POLICIA+SAO+USADAS+PARA+LEGALIZAR+VEICULOS+ROUBADOS.html







    Temos formado conformistas...


    domingo, 20 de maio de 2012

    "Imagina um lugar lindo todo colorido, pintado na mais bela tela pelo criador,

    "Imagina um lugar lindo todo colorido, pintado na mais bela tela pelo criador,
    Imagina o meu lugar dos sonhos o meu paraíso,
    As cores da felicidade sorrindo pra você!
    Imagina meu porto seguro minha alegria,
    Eu agradeço todo dia eu tenho amor e paz,
    Daqui o mundo é tão bonito pode ter certeza,
    Tanta beleza, não troco por nada
    Eu sou feliz demais" (Ítalo e Renno)

    sábado, 19 de maio de 2012

    UM MUNDO NOVO É POSSIVÉL

    ENQUANTO MUNDO DISCUTE. ONDE VAI SER A COPA, E QUANTOS MILHÕES VÃO CUSTAR OS ESTADIOS DESSE POVO, BEM COMO O NOSSO AINDA SONHA QUE UM MUNDO NOVO É POSSIVÉL ...

    sexta-feira, 18 de maio de 2012

    Como a vida das mulheres está mudando no Brasil

    A desigualdade de renda entre mulheres e homens começa a ficar menor no Brasil. Entre 2004 e 2008 houve crescimento de 14,5% nos rendimentos reais femininos e de 12,4% dos masculinos. Mudança decorre principalmente de dois fatores: a política de valorização do salário mínimo e as políticas sociais de transferência de renda. Bolsa Família, o principal programa de transferência de renda para combate à miséria e à pobreza no país tem 53% de mulheres entre os atendidos e 93% das responsáveis preferenciais pelo recebimento do benefício. O artigo é de Fernanda Estima.

    No Brasil, a luta política pelos direitos das mulheres e pela igualdade nas relações de gênero impulsionou a adoção de políticas públicas e leis em campos como saúde sexual e reprodutiva, trabalho, direitos políticos e civis e violência sexista. Os direitos de cidadania das mulheres e as condições para seu exercício são questões centrais da democracia, e não apenas questões das mulheres. Há avanços significativos na construção dos direitos civis e políticos das mulheres brasileiras.

    O papel dos movimentos feministas foi fundamental nesse percurso. Com sua articulação e mobilização, eles foram decisivos para a elaboração de leis e políticas públicas voltadas a eliminar as desigualdades entre homens e mulheres, no espaço público e privado.

    Os primeiros governos eleitos no Brasil após a ditadura e as diretrizes neoliberais impostas nacionalmente atingiram de forma drástica a vida das mulheres brasileiras: desemprego com níveis alarmantes, violência doméstica sem ação governamental, políticas de privatização de serviços que prejudicaram especialmente as mulheres (creches, sistemas de água e luz, saúde).

    Em 2003, o presidente Lula criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres para desenvolver ações conjuntas com todos os Ministérios e Secretarias Especiais, tendo como desafio a incorporação das especificidades das mulheres nas políticas públicas e o estabelecimento das condições necessárias para a sua plena cidadania. O governo federal se empenhou para promover mais autonomia e mais cidadania para as brasileiras, transformando demandas históricas dos movimentos feministas e de mulheres em políticas públicas, e para mudar o vergonhoso panorama da violência sexista em nosso país

    Uma das mais importantes ações foi o destaque dado à promoção da igualdade de gênero, raça e etnia no Plano Plurianual 2008-2011, através do enunciado do seu quarto objetivo estratégico: “Fortalecer a democracia, com igualdade de gênero, raça e etnia, e a cidadania com transparência, diálogo social e garantia dos direitos humanos”.

    Implementar políticas que se chocam, cotidianamente, com a cultura dominante não é tarefa fácil e muito menos para ser enfrentada de maneira exclusiva por qualquer das esferas governamentais e de poder. É necessária participação articulada e permanente de todos os atores sociais envolvidos.

    O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), que se encontra em sua segunda versão, é um poderoso instrumento no processo de incorporação da agenda de gênero no âmbito das políticas públicas do governo federal. Através dele, ações relativas ao avanço dos direitos das mulheres foram incorporadas nas políticas e programas desenvolvidos nos diferentes ministérios.

    Em 2004, através de um processo inédito de diálogo entre governo e sociedade civil, realizou-se a I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. As suas etapas municipais e estaduais envolveram diretamente mais de 120 mil mulheres em todas as regiões do país. Em 2007, envolvendo 200 mil mulheres em todo o Brasil, realizou-se a II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. O II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres é hoje um instrumento orientador para o enfrentamento às desigualdades entre homens e mulheres no Brasil.

    A diversidade que caracteriza as mulheres brasileiras demanda intervenções que considerem as especificidades e necessidades de cada grupo social. Historicamente, a intersecção de características como sexo, raça/etnia, região de origem, orientação sexual, entre outras, contribui para criar situações de maior ou menor vulnerabilidade no acesso aos serviços ofertados pelo Estado e no usufruto dos direitos constitucionalmente assegurados.

    Oito anos de mudanças e conquistas para as brasileiras

    - Desigualdade de renda entre mulheres e homens começa a ficar menor no Brasil. Entre 2004 e 2008 houve crescimento de 14,5% nos rendimentos reais femininos e de 12,4% dos masculinos. Mudança decorre principalmente de dois fatores: a política de valorização do salário mínimo e as políticas sociais de transferência de renda.

    - Bolsa Família, o principal programa de transferência de renda para combate à miséria e à pobreza no país tem 53% de mulheres entre os atendidos e 93% das responsáveis preferenciais pelo recebimento do benefício. Mais poder de decisão na hora de comprar reforça a segurança alimentar das famílias e também a autoestima das mulheres.

    - Pedreiras, ceramistas, pintoras, encanadoras, azulejistas, eletricistas são algumas das formações obtidas nos cursos de capacitação do Programa Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil. Desenvolvido pela SPM em parceria com governos municipais e estaduais, tem como meta inicial a formação de 2.670 mulheres em quatro estados (BA, RS, SP e RJ) até 2011. As atividades já começaram. Em junho de 2009, no Rio de Janeiro, 150 mulheres das comunidades do Morro da Formiga, Vila Paciência e Kelson se inscreveram para participar da iniciativa.

    - Investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura realizados no país nos últimos anos tem impacto direto na melhoria da vida de toda a população do país e beneficia, em particular, as mulheres, que passam a dispor de melhores condições para o desempenho de suas tarefas cotidianas e de mais tempo para cuidar de si mesmas. Na avaliação da SPM, destacam-se neste aspecto os programas de eletrificação, construção de cisternas e de habitação.

    - Outras iniciativas com impacto na inclusão social e também na melhoria da qualidade de vida das brasileiras são o Programa Minha Casa, Minha Vida e a expansão do crédito para pessoas que nunca tiveram conta bancária ou acesso aos caixas eletrônicos. Hoje, mais de um terço dos financiamentos habitacionais são destinados às mulheres e elas passam a ser também signatárias de 40% dos contratos de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal.

    - O programa Brasil Alfabetizado tem entre seus inscritos, desde 2005, 57% de mulheres. Outra ação importante foi a sanção do Programa Empresa Cidadã, que amplia a licença maternidade para seis meses. Benefício implantado para todas as servidoras federais.

    - A violência contra a mulher foi enfrentado pelo governo Lula e encarado como problema de Estado: aprovação da Lei Maria da Penha (13.340/2006), criação do Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) e implantação do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher Neste ano, o investimento será de mais de um bilhão de reais na Rede Nacional de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência.

    - Mais de um milhão de documentos emitidos, em 2.091 mutirões de documentação realizados até 2009. Com documentos, mais de 550 mil mulheres do meio rural passaram a ter acesso às políticas públicas do governo.

    - 35.697 contratos de financiamento, representando mais de R$ 247 milhões para mulheres agricultoras de unidades familiares (Pronaf Mulher), entre 2003 e 2008. Avanço de 24,1% para 55,8% no índice de mulheres titulares de lotes da reforma agrária, entre 2003 e 2007. Aumento de 13,6% em 2003 para 23% em 2007 do total de mulheres chefes de família em relação ao total de beneficiários da reforma agrária.


    Um governo bom é aquele que se volta para os principais interesses de sua população, globalmente. No caso das mulheres será fundamental manter a continuidade da evolução das conquistas que alcançamos com o governo Lula. E ainda podemos ter o gostinho delicioso de superação do preconceito elegendo uma mulher, Dilma Rousseff, como nossa presidenta.

    (*) Jornalista e militante feminista.

    (**) Texto preparado a partir da publicação “Com Todas as Mulheres, Por Todos os Seus Direitos”, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 

    Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17098http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17098

    A Europa (mais uma vez) na encruzilhada

    A profundidade da crise atual deixa em evidência não apenas as dificuldades relacionadas à questão econômica, mas também aquelas associadas ao projeto de construção de um novo espaço na geopolítica internacional. Tudo se passa como se não fosse possível o desenho de uma outra Europa.

    A dimensão da crise econômica e financeira que vem assolando o continente europeu é, sem dúvida alguma, parte integrante da desestruturação mais ampla que o sistema capitalista vem enfrentando em escala internacional ao longo dos últimos anos. Porém, a forma como ela se manifesta entre os países da zona do euro guarda algumas particularidades, que podem colocar em risco o sonho da própria unificação européia.

    A profundidade da crise atual deixa em evidência não apenas as dificuldades relacionadas à questão econômica, mas também aquelas associadas ao projeto de construção de um novo espaço na geopolítica internacional. Assim, cada vez mais fica identificado no imaginário popular o processo que levou ao quadro crítico que atravessam os países europeus com o processo de unificação. Tudo se passa como se não fosse possível um outro modelo de construção comunitária, o desenho de uma outra Europa. Ou seja, um reducionismo exagerado, levando a que a única alternativa seja retornar ao desenho da situação pós Segunda Guerra. E daí para o discurso catastrofista é um pulo: “se não for do jeito que estamos fazendo, será o retrocesso e o caos!”.

    União Européia: entre a utopia e a realidade
    Isso porque é importante não confundirmos o projeto de constituição do espaço europeu com a realidade objetiva promovida pela implementação de uma unificação nos marcos da política neoliberal, hegemônica por todos os cantos do mundo desde o início dos anos 1980. Quem mais batalhou pela afirmação de um processo unificador foram as forças políticas progressistas européias, ainda que houvesse também um interesse estratégico das nações capitalistas em criar uma barreira face às fronteiras do então chamado bloco dos países do socialismo real. Mas, de qualquer forma, a construção européia significava a busca da paz entre nações com histórico rico em beligerância. E ainda a afirmação da liberdade, da igualdade, da fraternidade e da solidariedade. O sonho europeu estava baseado na experiência dos horrores das 2 Grandes Guerras do século passado, no terror provocado pela intolerância e pelo chauvinismo face aos vizinhos, na necessidade de colocar a convivência harmônica e o respeito ao outro na ordem do dia da reconstrução do continente.

    Porém, aquilo que estava programado para ser a Europa dos povos, a Europa das nações foi, pouco a pouco, cedendo espaço para a Europa das grandes empresas, a Europa do capital. O processo de consolidação das idéias do liberalismo mais exacerbado, a partir da hegemonia da dupla Margaret Thatcher e Ronald Reagan no cenário mundial, encontrou espaço também no âmbito das instituições do continente europeu e de seus governos, assim como ocorria com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM). Aproveitando o suporte político, e mesmo de natureza ideológica, conferido pelos próprios partidos de orientação socialista nos países europeus, a construção da unidade européia manteve sua continuidade, mas por outros caminhos bem diversos da utopia inicial.

    Déficit democrático e viés neoliberal
    Duas características foram marcantes nessa nova etapa. Em primeiro lugar, o chamado déficit democrático. As decisões e as implementações da política de unificação eram pouco submetidas à influência da decisão popular em seus países de origem. A cristalização de um verdadeiro “novo poder” em Bruxelas e demais centros de decisão político-administrativa europeus conferia autonomia a uma tecnocracia que não dependia diretamente do voto para continuar a exercer sua missão. Assim, verificou-se um processo crescente e contínuo de afastamento das decisões tomadas nos gabinetes em relação à temperatura político-social aferida nas ruas, cidades e campos dos países membros. Em segundo lugar, o período caracterizou-se pelo viés neoliberal de tais políticas, sugerindo e obrigando os integrantes de governos da comunidade européia a seguir a agenda padrão do liberalismo obnubilado. Isso significava a implementação de processos de privatização de suas empresas estatais, a desregulamentação de seus serviços públicos, a redução de despesas de natureza social em seus orçamentos nacionais, a abertura descontrolada para a internacionalização do sistema financeiro, entre outros aspectos nocivos aos países. Era a época de ouro do chamado social-liberalismo.

    A realidade da União Européia (UE) foi sendo construída, assim, por dois vetores bastante distintos. De um lado, o que poderia ser chamado de arquitetura político-institucional. De outro lado, um conjunto de regras e políticas ligadas a uma verdadeira engenharia econômico-financeira. Em alguns momentos, esses vetores se consorciam, a exemplo da constituição do Banco Central Europeu (BCE) ou na configuração política no interior do Parlamento Europeu, onde a maioria dos deputados sempre teve uma tendência a apoiar as decisões emanadas da Comissão Européia e de outros órgãos técnicos centrais. Porém, em outros momentos, a própria instância institucional abria espaço para críticas às decisões provenientes de Bruxelas, como foram os plebiscitos realizados nos países membros para confirmar os tratados mais importantes da unificação. E em alguns casos, a população optou por negar o apoio necessário.

    Arquitetura político-institucional e engenharia econômico-financeira
    A arquitetura político-institucional avançava ao seu ritmo, com a constituição e o aperfeiçoamento do funcionamento das organizações comunitárias, como o Conselho da Europa, a Comissão Européia, o Parlamento Europeu, o BCE, as diversas instâncias jurídicas européias, entre tantos exemplos. Porém era muito difícil conseguir alguma harmonização no curto prazo entre situações que envolviam realidades tão díspares no interior do continente europeu. Um dos maiores desafios é como preservar as identidades de elementos como o local, o regional, o nacional e o europeu. As línguas, as tradições culturais, os direitos e conquistas sociais, as atividades econômicas, o meio-ambiente, tudo isso compõe um mosaico de diversidade que clama por não ser destruído no processo de uniformização.

    Mas o problema central estava justamente no poder originário, na gestação mesmo da UE. Trata-se de uma utopia construída ao longo de décadas, onde os Estados nacionais mantêm sua soberania e independência, mas abrem mão de alguns elementos para a criação de uma dimensão supranacional. As políticas e as regras tributárias ainda pertencem aos países membros. Cada um tem seu sistema de impostos e elabora seu próprio orçamento nacional com base nessas fontes de receita. No entanto, quando vamos para a política monetária, dá-se o inusitado da engenharia econômico-financeira. Os países abriram mão de suas respectivas moedas nacionais e adotaram o euro como moeda comum. Com isso, abdicaram da soberania relativa à emissão monetária e passaram a depender exclusivamente das deliberações do BCE a respeito.

    Em conseqüência, deixaram de ser soberanos também sobre sua política cambial, uma vez que as relações de exportação e importação para além das fronteiras da UE passam a ser efetuadas em euro. E, por último, abriram mão das decisões a respeito da taxa básica de juros européia, tarefa que cabe também ao BCE.

    Como não há um Tesouro Europeu nem uma política de tributos de Bruxelas, o que a Comissão Européia faz é um acompanhamento das regras fixadas para os países membros quanto à evolução de suas receitas e despesas nacionais. Assim, a UE pratica uma política fiscal de forma indireta, estabelecendo limites para o endividamento público (no máximo 60% do PIB sob a forma de dívida dos governos nacionais) e limites para o déficit público anual dos países membros (3% do PIB).

    Novo quadro: Hollande na França e impasse na Grécia
    E aqui vale a máxima de que enquanto a economia vai bem, não há muito com o que se preocupar. A questão da gestão econômica ortodoxa de Bruxelas só passou a ser efetivamente um problema de fundo para a União Européia, a partir da crise econômica que eclode em 2008/9. As políticas sociais são desempenhadas pelos Estados nacionais, pois não há salário desemprego, previdência, sistema de saúde ou educacional europeu. E para desempenhar melhor suas funções com o aprofundamento da crise social, os países precisam de recursos em seus orçamentos. Mas a chamada “regra de ouro” pela qual se orienta a Comissão Européia prevê cortes e mais cortes orçamentários. O BCE só ajuda, com recursos monetários, os bancos e demais instituições do sistema financeiro. E o desenrolar da história mais atual todos acompanhamos em nosso cotidiano. Irlanda, Espanha, Portugal e Grécia são os casos mais dramáticos.

    Um dos capítulos mais recentes desse longo enredo foi a vitória do socialista François Hollande na França. Imbuído de um forte discurso oposicionista à gestão da dupla Merkel-Sarkozy, o recém empossado presidente francês pretende alterar a política econômica de “austeridade e nada mais”. Ele introduziu um novo ingrediente ao debate, propondo que a UE deva se preocupar também com o crescimento da economia da região, com o intuito de recuperar a capacidade de receita dos Estados membros, amenizar os efeitos do desemprego etc.

    O outro caso é o do complexo tabuleiro de xadrez político na Grécia. Fruto do agravamento da já crítica situação social e econômica daquele país, o recado das urnas abriu espaço para um tema espinhoso, até então considerado um verdadeiro tabu no interior da UE. Trata-se da possibilidade de um membro deixar a zona do euro e recuperar sua própria moeda nacional. Afinal, o movimento até então era no sentido contrário: pressão de outros países para entrarem na união monetária e a resistência de Bruxelas em aceitar esse tipo de ingresso. O resultado eleitoral recente não permitiu a composição de uma maioria no Parlamento de Atenas, sendo a saída da UE um dos pontos nevrálgicos da polêmica. As próximas eleições parlamentares gregas, em princípio convocadas para junho, deverão dar um contorno mais nítido a tal alternativa. Uma possibilidade colocada é o abandono do euro e a volta à antiga moeda, o dracma.

    Esse é quadro da nova encruzilhada que a Europa enfrenta. Tudo leva a crer que esteja terminada a fase do “arrocho total, custe o que custar”, comandada pela aliança conservadora entre os governos de França e Alemanha. Avizinha-se uma flexibilização na conduta econômica a partir de Bruxelas. Porém, a grande incógnita é saber como resolver as graves seqüelas sociais que as populações dos países membros sofrem e como evitar que o quadro dramático não caminhe para soluções que incluam, por exemplo, o recuo na utilização do euro como moeda para alguns desses países. Há numerosos analistas que prevêem a possibilidade de um efeito contágio, a partir de uma eventual saída da Grécia, com repercussões sobre Portugal e Espanha.

    Até o momento, Hollande busca apresentar essa terceira via: Europa sim, mas com crescimento e sem ortodoxia – esse é o seu recado. Mas seu discurso se orienta, por enquanto, apenas para a França. O que falta são verdadeiras lideranças no âmbito europeu, com propostas e capacidade de convencimento dos demais países de que as políticas públicas da Europa precisam mudar, antes que a União Européia se desintegre.

    Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

    Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5599

    Não confunda briga com luta.

    ..e não confunda briga com luta. briga tem hora pra acabar e luta é pra uma vida inteira..." SERGIO VAZ

    quarta-feira, 16 de maio de 2012

    Petrobras rompe acordos com construtora no RJ

    A demissão de 900 trabalhadores contratados pelos dois consórcios da Delta Construções nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)ameaça, mais uma vez, interromper os trabalhos do principal empreendimento da Petrobras. Sob alegação de ineficiência, a estatal cancelou no dia 11 os contratos com a Delta. Reunião emergencial realizada há dois dias entre representantes do sindicato dos trabalhadores, dos consórcios e da Petrobras discutiu a absorção dessa mão de obra.
    Nada de efetivo ficou acertado no encontro, a não ser a promessa empresarial de tentar manter na obra pelo menos 70% dos dispensados. Na próxima semana, haverá uma manifestação desses operários no portão principal do complexo petroquímico. Desde novembro de 2011 a construção do Comperj esteve interrompida durante 85 dias por causa de quatro greves. A última paralisação, de 28 dias, terminou na semana passada. A possibilidade de nova greve em solidariedade aos demitidos começa a ganhar força.
    O afastamento dos consórcios dos quais a Delta faz parte ocorreu há cinco dias, mas só nesta terça a Petrobras divulgou o fato formalmente. 'A Petrobras está estudando a melhor solução para evitar impactos no cronograma do Comperj', diz a nota.
    Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou na edição de domingo, a entrada em operação do Comperj, adiada já três vezes, corre o risco de sofrer nova prorrogação, por causa de atrasos nas obras, da inexistência de acessos para os megaequipamentos, de greves em sequência e de dificuldades na obtenção de licenças ambientais. O prazo oficial, que já foi 2011, 2012 e 2013, agora é o segundo semestre de 2014, com risco de novo adiamento em breve. Os contratos rescindidos somam R$ 843,5 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/petrobras-rompe-acordos-com-construtora-no-rj
      
    fatosedados.blogspetrobras.com.br

    Currículo e transição dificultam 1º ano do ensino médio

    O estudante João Pedro Borges Santos tem 15 anos e nunca teve grandes dificuldades na escola. Mas a chegada ao ensino médio cobrou-lhe uma atenção redobrada para manter o desempenho. 'É bem diferente, na questão de avaliações, da cobrança.' A colega Talita Novaes Moura, de 15 anos, tem sentido a mudança (e sofrido com ela). 'Nunca fui de tirar dúvidas na sala, por timidez, e agora está ficando difícil acompanhar.'
    Os dois são alunos do 1.º ano do ensino médio, considerado o 'vilão' para os estudantes. Em várias das grandes escolas particulares, como o Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo - onde ambos estudam -, o índice de retenção é bastante superior aos demais anos dessa fase.
    Segundo diretores e coordenadores, a explicação não é só o currículo, mas também se relaciona com mudança de comportamento dos jovens por conta da idade e da transição para uma nova fase. 'No ano passado, olhava para o pessoal do ensino médio e todo mundo tinha um jeito diferente, mais unido, falando em festas, em um nova fase', diz Talita.
    No Santa Maria, por exemplo, o índice de retenção em 2011 chegou a 10% dos alunos. Para a coordenadora dessa série no colégio, Roberta Edo, a repetência não pode ser vista como atraso. 'Refazer é positivo, porque a função da escola é estruturar. Se tivesse passado, não iria acompanhar o próximo período', diz ela. 'As mudanças curriculares coincidem com uma mudança interna, eles querem ter liberdade e autonomia.'
    A estudante Laís, de 16 anos, vive isso. Está fazendo o 1.º ano pela segunda vez, depois de ter sido retida em 2011. 'A gente acha que é mais independente. E não acompanhei, não me adaptei e comecei a ir mal em matéria que sempre gostei. Só depois que repeti percebi as mudanças, que preciso estudar todo dia, tirar as dúvidas', diz ela, que não quis dizer o sobrenome.
    Aulas. Para Alex Tabuada, de 17 anos e aluno do Mater Dei, que também repetiu o 1.º ano, a dificuldade maior foi acompanhar as disciplinas - apesar de ter sobrenome de conteúdo matemático. 'Temos muito mais matérias e, ano passado, não estudei no começo. Depois virou uma bola de neve', diz ele.
    No Mater Dei, o número de retenções também cresce na entrada para o ensino médio - é quase o dobro do registrado no 2.º ano -, assim como o de alunos que trocam de escola na reta final para evitar perder o ano. 'É uma grande transição. A carga horária a partir do primeiro ano do ensino médio é maior. As exatas são a grande dificuldade', diz a coordenadora, Regina Ratto. Na escola dela, o ensino médio possui nove aulas a mais que o último ano do fundamental.
    Os alunos do ensino médio encontram uma mudança considerável na grade de aulas. Química, Física e Biologia ganham especificidades, além de novos conceitos em Língua Portuguesa e Literatura. E a luz vermelha do vestibular começa a aparecer.
    'Normalmente, o ensino médio tem ritmo mais puxado, porque a gente tenta fazer tudo em 2 anos e meio para que haja uma espécie de cursinho nos últimos seis meses', explica a coordenadora pedagógica do Colégio Sidarta, Anna Karina Da Col. Segundo ela, é importante que a transição seja realizada de modo gradual. 'Temos que envolver a família, não da para esperar o boletim', completa.
    No Sidarta, o nível de retenção no 1.º ano é evitado com algumas ações, como uma recuperação paralela, um conselho no meio do trimestre para analisar casos específicos, além da aproximação dos professores do ensino médio com as séries do fundamental.
    Apesar das preocupações da escola, Melanie Ho, de 14 anos, notou uma mudança. 'A sala toda sentiu uma diferença em relação ao aprendizado. A responsabilidade tem de ser maior, já sabemos que precisamos de mais foco', disse.

    Fonte: http://estadao.br.msn.com/ciencia/curr%C3%ADculo-e-transi%C3%A7%C3%A3o-dificultam-1%C2%BA-ano-do-ensino-m%C3%A9dio

    cafecomunitariofeevale.blogspot.com

    Comissão da Verdade inicia trabalhos com desaparecidos como prioridade



    A Comissão Nacional da Verdade, que será oficialmente instalada hoje pela presidente Dilma Rousseff, vai iniciar seus trabalhos voltada para os casos de desaparecidos políticos. De acordo com dados publicados no documento Direito à Memória e à Verdade, do governo, são 150 casos de opositores do regime militar que, depois de presos ou sequestrados por agentes do Estado, desapareceram. A prisão deles não foi registrada em nenhum tribunal ou presídio, os advogados não foram notificados e os familiares até hoje procuram esclarecimentos.
    Um dos casos mais famosos é o do deputado Rubens Paiva. Levado de sua casa, no Rio, por agentes de segurança, na noite do dia 20 de janeiro de 1971, ele nunca mais foi visto.
    A principal preocupação da presidente, na cerimônia em que dará posse aos sete integrantes da comissão, será demonstrar que a instituição não surgiu da vontade dela, que é ex-presa política, nem de seu governo. Dilma quer evidenciar que se trata de uma iniciativa do Estado, aprovada no Congresso e apoiada por diferentes setores sociais.
    Ao lado de Dilma, no Palácio do Planalto, deverão estar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney. O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos na América Latina deve enviar uma mensagem para ser lida especialmente na cerimônia.
    Representantes de diferentes organizações de direitos humanos também participarão. Entre eles estará Margarida Genevois. Ligada à Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, ela foi uma das mais tradicionais colaboradoras do cardeal Paulo Evaristo Arns, coordenador do trabalho Brasil Nunca Mais, considerado precursor da comissão a ser instalada hoje.
    Pressão. A decisão de focalizar o trabalho inicial na questão dos desaparecidos está ligada a diferentes fatores. Um deles é a pressão das cortes internacionais sobre os chamados crimes continuados, como o desaparecimento forçado, com ocultação de cadáveres. Em 2010 o Brasil foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA em ação movida por familiares de mortos e desaparecidos na Guerrilha do Araguaia - ação armada desencadeada pelo PC do B, entre 1972 1974, na região de Marabá, no Pará.
    A corte cobrou do Estado brasileiro o cumprimento do direito que os familiares têm a informações sobre os desaparecidos. O governo já promoveu duas incursões oficiais na região, na tentativa de esclarecer os fatos, mas sem resultados. Os militares que reprimiram a ação armada até hoje se negam a fornecer os locais onde os corpos foram deixados.
    Outro motivo é a questão humanitária. Embora as famílias já tenham obtido do Estado o reconhecimento oficial, com as devidas indenizações, da morte dos opositores do regime, elas querem saber as circunstâncias em que eles morreram e o local.
    De acordo com um dos sete integrantes da comissão ouvido pelo Estado, a ideia de iniciar os trabalhos pelos desaparecidos está de acordo com a Lei 12.528, de novembro do ano passado. Ele diz que um dos objetivos da comissão é 'promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria'.
    Na Comissão de Mortos e Desaparecidos, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos, o seu presidente, Marco Antonio Barbosa, elogiou o foco da comissão. 'Já existe um longo caminho percorrido, temos relatórios consubstanciados, processos julgados, que poderão servir de base para esse trabalho inicial', afirmou.

    Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/comiss%C3%A3o-da-verdade-inicia-trabalhos-com-desaparecidos-como-prioridade-1

    mundogump.com.br