sábado, 29 de setembro de 2012

Era Chávez colocou Venezuela no mapa da política internacional

A Venezuela de Chávez merece ser investigada para além da batalha de ideias. Os resultados desses quase 14 anos não são desprezíveis. Apesar dos problemas, como as dificuldades para diversificar a indústria e a alta criminalidade nas grandes cidades, o país realizou feitos notáveis. Não é pouca coisa ter sido declarada nação livre do analfabetismo pela Unesco. Ou ser o país sul-americano com a melhor distribuição de renda. Ou apresentar o maior salário mínimo da região.

(*) Reportagem publicada originalmente no site Opera Mundi.

A mais de mil metros de altitude, na costa venezuelana do Caribe, uma cidade brota do zero. Ocupa uma área de 1,2 mil hectares, no estado de Vargas, encravada entre Caracas, a capital, e o principal aeroporto do país. O loteamento foi planejado para ser uma das grandes vitrines do governo de Hugo Chávez Frias, presidente da República desde fevereiro de 1999.

O projeto leva o nome em espanhol de Ciudad Caribia. Sob responsabilidade de uma empresa mista cubano-venezuelana, a Construtora Alba Bolivariana, a empreitada já abriga quase sete mil pessoas em 1,1 mil apartamentos. Quando estiver concluída, em 2018, será uma urbanização com mais de 20 mil unidades habitacionais, moradias de 100 mil venezuelanos.

Apenas gente muito pobre já recebeu e continuará recebendo o direito de propriedade sobre esses apartamentos com 72 metros quadrados, distribuídos em três quartos, dois banheiros, área de serviço, sala de jantar, de estar e cozinha. Totalmente mobiliados e equipados.

Mas não é apenas um conjunto residencial. Abriga escolas, parques infantis, creches, biblioteca, delegacia, radio comunitária, clube esportivo, centro comercial, áreas para reuniões e eventos. Não podem circular automóveis em seu interior. A mobilidade será garantida por um sistema de transporte público que prevê até teleférico para levar seus moradores à costa e à capital.

O condomínio público é dirigido por conselhos comunais eleitos, que têm poder para criar empresas comerciais e industriais. Um dos projetos que já está de pé é a coleta de lixo e sua reciclagem. O funcionamento obedece a um modelo de autogestão, que conta com apoio do governo nacional e subverte o tradicional verticalismo estatal.

“Ouço muita gente dizer que Ciudad Caribia não existe, que é mais uma mentira do governo”, relata Carlos Marques, 45 anos, do primeiro grupo de famílias a chegar e porta-voz de um dos quatro conselhos comunais. “Somos parte de uma experiência. Não sou chavista, daqueles que acatam tudo o que fala o presidente, mas votarei nele em outubro. Ele mudou a minha vida.”

Essa sensação redentora, aparentemente generalizada entre os mais pobres, tem sua contrapartida na rejeição por vezes furiosa dos mais abastados. Quando Chávez foi eleito a primeira vez, em 1998, imaginava-se que ele seria um revolucionário na política e um suave reformador na economia. Parte do empresariado chegou mesmo a apoiá-lo, porque o sistema carcomido da chamada IV República (1958-1999) havia se tornado uma chaga insuportável. Tão corrupta que atrapalhava até os negócios.

O mecanismo que imperava era um duopólio de poder, repartido entre a Ação Democrática (AD), de centro-esquerda, e o Comitê de Organização Político Eleitoral Independente (COPEI), social-cristão, de centro-direita. Depois da queda do ditador Perez Jimenez, em 1958, essas duas agremiações fizeram um acordo (conhecido como Pacto de Punto Fijo, nome da localidade na qual foi assinado) e criaram regras implacáveis para quem quisesse atrapalhar a festa. Durante quarenta anos ficaram por cima da carne seca.

Petróleo

No caso venezuelano, a roda da fortuna é girada pelo petróleo. O país é o quinto maior exportador e possui as maiores reservas comprovadas. Até 1976, a exploração era privada e controlada principalmente por empresas norte-americanas. Os empresários locais acumulavam riquezas como sócios menores ou prestadores de serviço de grandes companhias.

No reino do capitalismo predatório, a Venezuela usava os dividendos do óleo da pedra para importar quase tudo o que consumia e tinha baixíssimo padrão de desenvolvimento industrial ou agrícola. Os que tinham acesso aos negócios com o ouro negro viviam como nababos. A maioria da população, sem emprego fixo ou renda estável, amontoava-se nas cidades e vivia de trabalhos precários.

A elite política também se refastelava. Os dois partidos, que se alternavam no governo, viviam das gordas comissões que eram pagas pelas licenças de exploração e outras concessões públicas. De alto a baixo, o país foi sendo enlaçado por um dos maiores propinodutos do planeta.

A alta dos preços petroleiros, a partir da crise mundial de 1973, inspirou o presidente Carlos Andrés Perez, da AD, a passar essa atividade para direção estatal e a criar, em 1976, a PDVSA - Petróleos de Venezuela SA. Sem atrapalhar os interesses multinacionais, pois as atividades de refino e comércio internacional continuavam em mãos privadas, o novo paradigma alimentou a roubalheira, apresentando como álibi um nacionalismo de fancaria.

Os ganhos com os hidrocarbonetos, geridos diretamente pelos políticos de Punto Fijo, engordaram uma plutocracia paraestatal beneficiada por contratos dos mais diversos tipos com a PDVSA. Esses barões do petróleo fortaleceram suas posições como banqueiros, controladores de cadeias televisivas, proprietários de companhias importadoras, entre outros ramos de baixo risco. O fato é que o estamento político fundiu-se de vez com os donos do dinheiro.

Durante os dez anos de bonança, nacos de felicidade chegavam ao andar de baixo. Afinal, mesmo com as bolsos cheios, políticos precisam de votos e isso demanda agradar a clientela. A Venezuela petroleira era um país saudita, mas em regime de democracia eleitoral.

Quando a cotação do petróleo despencou, a partir dos anos 80, o modelo foi à bancarrota. A inflação deu um pinote de 7,4% anuais em 1978 para 103% em 1996. Os juros da dívida passaram a representar 30% do orçamento nacional. O PIB per capita, descontada a inflação, caiu quase 19% entre 1978 e 1998. No mesmo período, o salário real perdeu 48% de seu valor, provocando uma queda de 25% no consumo familiar, enquanto o desemprego pulou de 4,3% para 14,5%.

A ruína, porém, não foi para todos. O setor privado, antes vivendo à tripa forra graças a escalada da renda petroleira, passou a compensar eventuais perdas com ganhos financeiros auferidos através dos juros que o Estado passou a oferecer para colocar no mercado títulos da dívida pública. A prova dessa fartura está nos mais de US$ 30 bilhões de dólares enviados para o exterior entre 1984 e 1998, quando o país sucumbia.

A transferência acelerada de recursos públicos para os grupos empresariais, nos governos pré-Chavez, foi acompanhada por uma das versões mais radicais do programa de ajustes recomendado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional): reajuste das tarifas de serviços públicos, corte das verbas sociais, privatização de empresas estatais.

O fato é que, quando o atual presidente começou sua gestão, tinha diante de si um país com a economia quebrada e a sociedade esgarçada. Dez por cento da população de então, 23 milhões, estavam incluídos na pátria do petróleo e das finanças. Os demais 90% assistiam seu padrão de vida despencar, corroído pelo desemprego, o arrocho salarial e a eliminação de direitos. A maioria dessa gente deu a Chávez seu aval para enterrar a IV República e iniciar um impetuoso processo de mudanças.

Início

O primeiro passo do novo regime, denominado V República a partir da Constituição de 1999, foi explodir o sistema político que havia herdado. Amparado por maioria parlamentar, os partidários de Chávez puderam adotar uma série de mecanismos plebiscitários e de participação política que detonaram o controle institucional antes exercido pelo bipartidarismo. As forças derrotadas pelo chavismo perderam hegemonia sobre a assembléia nacional, o poder judiciário e as forças armadas.

As novas regras do jogo permitiam que consultas impositivas, através de referendos, fossem convocadas pelo presidente, o parlamento ou até por iniciativas populares com um mínimo de apoio. Mandatos legislativos ou administrativos poderiam ser revogados por voto popular. Leis poderiam ser aprovadas a despeito do parlamento, se fossem chanceladas pelas urnas.

Essa ofensiva política enfraqueceu os setores mais conservadores. No final de 2001, Chávez sentiu-se forte para deslanchar suas primeiras reformas estruturais na economia. As principais foram a Lei de Terras (que fixou os parâmetros de reforma agrária) e dos Hidrocarbonetos (que aumentou impostos sobre as companhias privadas e o controle governamental sobre a atividade petroleira).

A reação da oposição e dos grandes grupos econômicos foi imediata, convocando às ruas a classe média e açulando os militares para que se rebelassem contra o governo. Aproveitando-se de seu amplo domínio sobre os meios de comunicação, esses círculos criaram um clima de caos e lançaram-se na empreitada do golpe de Estado, em abril de 2002. A aventura durou menos de 48 horas. Militares legalistas, impulsionados por centenas de milhares que se manifestavam nas ruas, restituíram a Chavez o mandato constitucional.

Nova intentona viria a ocorrer no final de 2002, dessa vez através de uma greve patronal que paralisaria a economia do país, centrada na PDVSA, ainda controlada por diretores e gerentes que se recusavam a obedecer ao governo. Novamente o presidente venceu a queda de braço, após uma batalha de 60 dias. Na sequência do golpe de abril, tinha desbaratado os grupos adversários dentro das forças armadas. Derrotada a paralisação petroleira, Chávez finalmente conseguiu colocar a estatal sob seu comando, ainda que às custas da demissão de 32 mil funcionários que aderiram ao locaute.

A oposição ainda teve energias para convocar, em 2004, um referendo revogatório, para destituir o presidente pela via constitucional. Aliás, na Venezuela de Chávez, tisnado por seus inimigos como déspota, a assinatura de 20% dos eleitores pode levar a um plebiscito para demitir o chefe de Estado. Apesar de ter conseguido essa subscrição mínima, os oposicionistas foram batidos na consulta popular. O presidente manteve seu mandato e foi reeleito, em 2006, com mais de 60% dos votos.

Teste para Chávez

Essa gestão se encerra em janeiro de 2013. Terá sido a terceira do líder bolivariano (a primeira durou apenas um ano e meio, entre 1999-2000, encerrada após a promulgação da nova Constituição). Depois de cinco anos nos quais sua principal preocupação foi levar a cabo uma revolução política que afastasse as velhas elites do poder e derrotasse suas empreitadas anticonstitucionais, Chávez dedicou os últimos seis anos à construção de um novo projeto econômico-social, que em outubro será julgado nas urnas.

O presidente abriu várias frentes. Sua primeira invenção foram as missões sociais, destinadas a enfrentar principalmente as carências na saúde e na educação. Ao mesmo tempo, acelerou um amplo processo de nacionalizações, a começar pela ramo petroleiro, mas atingindo também outras áreas estratégicas como sistema financeiro, siderurgia e comunicações, às vezes resvalando para segmentos menos importantes como a distribuição varejista e serviços. Parte dos lucros da PDVSA, do aumento dos impostos e da dívida pública foi destinada a pagar pela aquisição dessas companhias.

A estratégia chavista, desde 2006 batizada de “socialismo do século XXI”, tem como centro um Estado forte, provedor de direitos e regulador da economia, com expressiva participação direta na propriedade dos meios de produção. Não está no horizonte a eliminação dos capitalistas, como ocorreu em outras experiências socialistas. Seus oponentes, por sinal, costumam criticá-lo por ter criado uma “boliburguesia”, empresários atrelados ao governo e ao projeto bolivariano. De toda forma, não há dúvidas que, ao nadar contra a corrente das idéias liberais triunfantes após o colapso da União Soviética, Chávez despertou a atenção mundial para seu país.

Esse destaque atualmente é movido mais pela polarização político-ideológica com os Estados Unidos e demais potências ocidentais, além dos conflitos com a oposição interna. Defensor da integração latino-americana e de uma geopolítica sem o predomínio exercido pela Casa Branca, o presidente venezuelano virou ator importante no cenário internacional. A recente filiação de seu país ao Mercosul, celebrada dia 31 de julho, ressalta esse protagonismo.

Mas a Venezuela de Chávez merece ser investigada para além da batalha de ideias. Os resultados desses quase 14 anos não são desprezíveis. Apesar dos problemas, como as dificuldades para diversificar a indústria e a alta criminalidade nas grandes cidades, o país realizou feitos notáveis. Não é pouca coisa ter sido declarada nação livre do analfabetismo pela Unesco. Ou ser o país sul-americano com a melhor distribuição de renda, segundo o índice Gini. Ou apresentar o maior salário mínimo da região, conforme dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Ou comemorar o mais acelerado padrão de crescimento do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no continente durante a última década, fato informado por relatório recente das Nações Unidas.

A pátria fundada por Simón Bolívar passou a jorrar mais do que petróleo. Suas experiências e mudanças, goste-se ou não, são assuntos relevantes para quem quiser discutir com seriedade os desafios contemporâneos.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20757

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá

E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. (Apocalipse 5.5) - http://www.recados.etc.br/recado-orkut-jesus-e-o-leao-da-tribo-de-juda-2.html

Município socialista na Espanha resiste à crise

Desde que conseguiu a desapropriação de terras improdutivas a partir da pressão dos moradores, Marinaleda implementou um modelo cooperativista de produção que envolve rodízio na lavoura e na indústria e hoje sustenta índices de emprego mais elevados do que os da Espanha. Segundo a prefeitura, o desemprego não passa de 4%, enquanto a oposição diz que chega a 14%. Seja como for, são números muito inferiores aos 25% do país.

Marinaleda - Quando em 2008 a crise do sistema financeiro dos Estados Unidos chegou à Europa, causando também recessão nos países do Velho Mundo, cerca de 200 jovens migraram a Marinaleda, um pequeno povoado espanhol no coração da Andaluzia.

Parte deles voltava para casa depois de ter perdido o trabalho na construção civil, que era então o grande setor em expansão no país ibérico e cuja bolha explodiu com a falta de crédito na economia a partir da quebra de bancos norte-americanos. Outros vinham em busca do El Dorado espanhol: a festejada terra do pleno emprego propagandeada pela administração municipal.

A fama da cidade, entretanto, não tem nada de milagroso ou mítico. É fruto de três décadas de uma briga comprada por toda a população e liderada pelo líder sindical Juan Manuel Sánchez Gordillo: a reforma agrária.

Marinaleda perdeu a metade de seus habitantes durante a ditadura do general Francisco Franco. A pobreza a que estavam condicionados os que ficaram fez com que se gestasse no íntimo dessa sociedade um desejo de mudança que não foi saciado com o retorno da democracia no final dos anos 70.

Organizados em torno do Sindicato de Obreros del Campo, criado em 1977, os trabalhadores rurais iniciaram uma sistemática ocupação de terras improdutivas nos arredores da cidade, exigindo que fossem repartidas para que todos pudessem trabalhar. A luta mais conhecida de todas é a origem da boa reputação de Marinaleda: a fazenda de El Humoso.

“Todas as manhãs caminhávamos 8 quilômetros entre o centro urbano e a estância. Logo que nos instalávamos, vinha a guarda civil nos correr de lá. Em alguns casos eram bem violentos; chegaram a cortar as árvores para que não tivéssemos sombra para descansar”, lembra o agricultor Joaquin Juan Diaz, hoje um dos sócios de uma das cooperativas responsáveis pela produção em El Humoso.

“Mas não nos assuntavam: na manhã seguinte, marchávamos até lá novamente e a polícia nos mandava embora, mas voltávamos no dia seguinte, e no outro, e no outro, e no outro”, recorda, admirando o horizonte de oliveiras que hoje é (também) sua propriedade.

El Humoso pertencia ao Duque do Infantado, que assim como essa, possuía outras tantas terras no sul da Espanha. A maior parte delas improdutiva. “Era muito comum durante a guerra da Reconquista, no século XV, que os reis dessem terras como pagamento aos que lutavam por eles contra os mouros, no sul”, explica o deputado e porta-voz do grupo parlamentário da Esquerda Unida da Andaluzia, José Antonio Castro.

As caminhadas diárias – e os confrontos contra a guarda civil – duraram seis anos até que a Junta da Andaluzia decidiu desapropriar parte da terra e deixar que os moradores a explorassem. O primeiro que fizeram foi pintar no muro externo da propriedade a frase que retocam ano a ano com denodo. “Essa fazenda é para os trabalhadores desempregados de Marinaleda”.

Em seguida dividiram-se em oito cooperativas e com os subsídios estatais compraram máquinas, ferramentas e sementes para a produção. Oito anos depois deram um novo passo e fundaram a primeira agroindústria de propriedade coletiva na cidade, a Humar Alimentos, cujo nome foi criado a partir das iniciais de Humoso e Marinaleda.

“É fundamental colocar os meios de produção nas mãos do agricultor e do operário: assim eles recebem o que é justo pelo seu trabalho e o consumidor paga menos pelo alimento”, costuma discursar Sánchez Gordillo.

Jornada igual para todos
As duas iniciativas associativistas de Marinaleda são o que garantem que em 2012 o município sustente taxas de desemprego bastante menores que os nacionais. Segundo a prefeitura, os parados na cidade não passam de 4%, enquanto a oposição defende que chegam a 14%.

De uma maneira ou outra, são números muito inferiores aos 25% da população espanhola que não consegue trabalho em plena crise. “O campo se caracteriza por não ter índices estáveis de ocupação. É verdade que há meses em que o desemprego é nulo na cidade. Mas há épocas de menor atividade tanto na fazenda como na agroindústria”, pondera Joaquin Diaz.

Entre 70 e 120 cooperativados trabalham de maneira fixa o ano todo na lavoura e na agroindústria. Em períodos de entressafra, eles aproveitam para fazer a manutenção de equipamentos, limpeza dos campos, a contabilidade.

Por este serviço recebem 1.200 euros mensais, o mesmo salário dos funcionários públicos e do próprio Sánchez Gordillo, eleito nove vezes prefeito entre 1979 e 2011 – ele nunca recebeu pelo cargo eletivo municipal, era remunerado como professor de História e nos últimos anos como deputado da Andaluzia.

Quando há carga extra, se contrata por jornada homens e mulheres na cidade. O cenário laboral de Marinaleda se complicou a partir de 2008 não apenas pela retração da economia, que reduz os preços pagos pelos grandes distribuidores – as multinacionais, que são o alvo do momento dos protestos na cidade – e a demanda dos consumidores. Com o retorno dos jovens que haviam ido para a cidade e a chegada de migrantes de outras regiões, há mais competição na hora de conseguir um trabalho.

O que não significa que haverá mais desempregados, senão que cada um trabalhará menos horas, conforme explica a vice-prefeita de Marinaleda, Esperanza Saavedra Martín: “Se há necessidade de 100 agricultores para 20 dias de trabalho e são 100 candidatos, cada um vai trabalhar 20 dias. Mas se 200 pessoas se apresentarem, cada uma vai ir para o campo durante 10 dias”.

Outra diferença com relação aos plantios tradicionais é que tanto El Humoso como a Humar Alimentos pagam uma diária única para todos os seus trabalhadores: 47 euros por jornada, sem fazer distinção entre a função e até mesmo a produtividade de cada um.

É folclórica, aliás, uma fala de Sánchez Gordillo durante uma assembleia na qual queixavam-se alguns trabalhadores da falta de comprometimento e de efetividade de outros colegas. “Se há quem trabalha menos, os que podem produzir mais devem fazer o dobro de esforço a que estão costumados para ajudar a estes companheiros”.

O trabalho se reparte através de sorteios nas assembleias públicas do município. Embora o vereador Hipólito Aires, do Partido Socialista Espanhol (PSOE) – que em Marinaleda faz oposição à sigla no poder, a Esquerda Unida – acrescente que só são incluídos na loteria laboral aqueles que participam das marchas e protestos convocados pelo prefeito. “Cada tipo de atividade política conta um número específico de pontos e só pode apresentar-se para uma vaga aqueles que atingem um mínimo”, denuncia.

Exportação para Venezuela começou neste ano
A aposta das cooperativas para que haja ocupação plena durante a maior parte do ano é diversificar a produção. Setembro é o mês da colheita dos pimentões – há três variedades cultivadas em El Humoso, que em seguida são beneficiadas na Humar Alimentos –, e a previsão de Esperanza era que se incorporassem ao contingente fixo das cooperativas entre 300 e 500 trabalhadores durante dois meses. Em seguida será o turno das beterrabas, dos girassóis, do trigo, da alcachofra.

Três vezes ao ano eles recolhem azeitonas do plantio de oliveiras. “Em 2011 colhemos 3,8 milhões de quilos: 3 milhões para a fabricação de azeite e o restante de azeitonas de mesa”, contabiliza Manuel Martín Fernández, que em um domingo se dedicava a limpar os tanques de estocagem do líquido, que em breve receberia a parte da produção de setembro.

A colheita, entretanto, ficou pequena com o início das relações comerciais com a Venezuela, depois que o presidente Hugo Chávez conheceu a história de Marinaleda e de seu prefeito através de uma reportagem na TeleSur. Em 2012 pela primeira vez El Humoso entregou ao país cerca de 70 milhões de litros de azeite, um volume 20 vezes superior ao que a fazenda produz.

A saída foi se associar com cooperativas de municípios vizinhos que seguissem parâmetros de produção e de trabalho semelhantes aos de Marinaleda. “Tem que pagar bem o agricultor que recolhe azeitona e o empregado da fábrica, e possuir uma qualidade como a nossa, pois não misturamos 'orujo' no nosso azeite”, completa Joaquin Díaz.

“É muito importante que haja solidariedade prática entre os países, entre as cooperativas, entre os distintos grupos. Ainda mais num momento difícil como esse”, reflete Gordillo, referindo-se ao momento de crise. Ele planeja estabelecer relações semelhantes com Nigarágua, Equador e Bolívia. “Seria uma boa ideia que o projeto Alba se estendesse pelo sul da Europa”, conclui.

Apesar da ajuda bem-vinda de Chávez, o prefeito defende um modelo misto de sustentabilidade da produção, em que o mercado interno também seja atendido, numa relação direta entre produtor, pequeno comércio e consumidor.

Leia também:
Povoado espanhol de 2 mil habitantes está no mapa-mundi da esquerda 

 Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20967

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Juiz expede alvará de soltura para presidente do Google no Brasil

O juiz da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande (MS), Flávio Saad Peron, expediu alvará de soltura nesta quarta-feira (26) para o diretor-geral do Google no Brasil, Fabio José Silva Coelho, detido pela Polícia Federal em São Paulo por suspeita de crime de desobediência. O executivo foi levado à sede da PF na capital paulista por não cumprir ordem judicial que determinava a exclusão do YouTube de dois vídeos com ataques ao candidato a prefeito de Campo Grande pelo PP, Alcides Bernal. O magistrado entendeu que, como o presidente do Google já irá responder a processo e, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, caberia a assinatura de Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), uma espécie de boletim de ocorrência para crimes menos graves. De acordo com a assessoria do Google, Coelho já havia sido liberado por volta das 21h. 

(Folha de São Paulo)

País menos desigual da América do Sul, Venezuela é cenário de forte confrontação política

A politização de todas as classes sociais, radicalizada desde a eleição do presidente Chávez, conduz a um posicionamento que vai além de interesses imediatos dos diversos setores”, analisa Jesse Chacon, diretor da GIS XXI (Grupo de Investigação Social Século XXI). “Aqui esquerda e direita, governo e oposição, vão às ruas para disputar projetos nacionais, que ultrapassam reivindicações pontuais, benefícios econômicos ou avanços sociais.”

(*) Reportagem publicada originalmente no Opera Mundi.

Um dos paradigmas mais aceitos na ciência política, ao estudar comportamentos eleitorais, está na constatação que a diminuição dos abismos sociais e o fortalecimento da classe média tendem a enfraquecer o embate político-ideológico. Quem for aplicar essa lógica na Venezuela, porém, dará com os burros n'água. A disputa entre os campos chavista e antichavista se acirra na mesma proporção em que o país se torna socialmente mais homogêneo, alcançando o topo do ranking sul-americano de distribuição da renda.

A politização de todas as classes sociais, radicalizada desde a eleição do presidente Chávez, conduz a um posicionamento que vai além de interesses imediatos dos diversos setores”, analisa Jesse Chacon, diretor da GIS XXI (Grupo de Investigação Social Século XXI). “Aqui esquerda e direita, governo e oposição, vão às ruas para disputar projetos nacionais, que ultrapassam reivindicações pontuais, benefícios econômicos ou avanços sociais.”

Participante da rebelião militar de 1992, quando o atual presidente lançou-se na tentativa de derrubar a IV República, Chacón era então um jovem tenente que acabou atrás das grades junto com seu chefe. Engenheiro de sistemas e mestre em telemática, já foi ministro das Comunicações, do Interior e de Ciência e Tecnologia no atual governo. Com 46 anos, dedica-se a estudar a dinâmica político-social da Venezuela.

“O ponto central de tensão é que os proprietários dos meios de produção estão deixando rapidamente de ser os donos do poder político, o que provoca forte reação dos extratos mais altos e seu entorno”, ressalta. “A renda média dos 20% mais ricos não foi afetada, tampouco seu estilo de vida, mas percebem que não detém mais o comando sobre o Estado e a sociedade, o que lhes provoca medo e raiva.”

Nos setores mais pobres, atendidos por amplo repertório de políticas sociais e distributivistas, o comportamento é igualmente ditado por motivações que extrapolam conquistas ou expectativas econômicas. A combustão dessas camadas, tendo na melhoria de vida seu pano de fundo, determina-se também pelo esforço do presidente em travar permanentemente batalhas por ideias e valores.

Desde o início de seu governo, mas de forma mais ampla depois do golpe de Estado em 2002, Chávez trata de ocupar o máximo de espaço nos meios de comunicação. Seu discurso é voltado, quase sempre, para identificar cada movimento de seu governo como parte de um processo revolucionário, ao mesmo tempo em que fermenta entre seus seguidores um sentimento de repulsa aos adversários das mudanças em curso.

Avesso à lógica da conciliação, o presidente fez uma aposta pedagógica que aparentemente tem sido bem-sucedida: quanto maior a polarização, quanto mais cristalino o confronto entre pontos de vista, mais fácil seria criar uma forte e mobilizada base de sustentação. Para os bons e os maus momentos.

A princípio, o fio condutor da pedagogia chavista foi o resgate da história e do pensamento de Simón Bolívar, o patriarca da independência venezuelana, chefe político-militar da guerra anticolonial contra os espanhóis no século XIX. Por esse caminho, Chávez imprimiu ao seu projeto forte marca nacionalista, que contrapôs aos novos senhores coloniais (os Estados Unidos) e seus aliados internos (a elite local).

Aos poucos, juntou-se ao bolivarianismo original a sintaxe do socialismo histórico. Esse amálgama entre nacionalismo de raiz e valores da esquerda passou a ser difundido amplamente como código cultural que dá cara e cor às realizações do governo. O presidente foge, assim, da receita na moda, mesmo entre correntes progressistas, de carimbar a política como uma questão de eficácia. Para usar o velho jargão, Chávez é um político da luta de classes, na qual aposta para isolar e derrotar seus inimigos.

A oposição, animada pela predominância nos meios de comunicação, também colocou suas fichas no enfrentamento aberto. Além das reservas midiáticas, sempre contabilizou a seu favor forças econômicas e relações internacionais para mobilizar as camadas médias contra o governo. Mesmo após o golpe e o locaute de 2002, no auge da polarização, os partidos antichavistas deram continuidade à estratégia da colisão.

Classe C
Mas ambos os lados atualmente têm que levar em conta um novo fenômeno. Mais de 30% da população trocou de extrato social. Migraram dos segmentos mais pobres para o que a sociologia das pesquisas chama de classe C – mais propriamente, viraram classe média.

O campo opositor se vê obrigado a reconhecer certos avanços no terreno social, ao contrário do rechaço absoluto anterior. A campanha de Capriles promete preservar as missões sociais, apesar de propor em seu plano de governo a eliminação do Fonden, fundo de financiamento dos programas abastecido com dinheiro do petróleo. Além disso, modera relativamente sua mensagem, para poder dialogar com os setores beneficiados pela V República.

Para os governistas também surgem novas questões. “O problema do processo é disputar corações e mentes desse novo contingente de classe média”, afirma Chacón. “Muitos dos que ascenderam socialmente graças às iniciativas governamentais abraçaram os valores morais e culturais das elites, cujo modo de vida é sua referência”. O ex-militar focaliza especialmente a preservação das aspirações consumistas, o desapego a projetos e organizações coletivos, a negação da identidade original de classe e, às vezes, até de raça.

As pesquisas diversas, tantos as do GISXXI quanto dos institutos próximos à oposição, apontam que emergiu, nos últimos anos, um grupo de eleitores informalmente referidos como os ni-ni . Ou seja, sem alinhamento automático com Chávez ou com seus inimigos. A maioria de seus integrantes é parte dessas camadas ascendentes.

Os ni-ni chegam a representar ao redor de 40% dos eleitores, contra igual montante de adeptos firmes do chavismo e 20% de oposicionistas fiéis. A esquerda, contudo, tem colhido resultados que ultrapassam suas fronteiras, graças à combinação entre satisfação popular com programas governamentais (especialmente o da habitação) e o clima afetivo de solidariedade provocado pelo cãncer de Chávez. O presidente vem beirando, nas pesquisas mais confiáveis, os 60% de intenção eleitoral para o pleito de outubro, abrindo vantagem de 15% a 30% contra Capriles.

Esses números indicam que os ni-ni estão se repartindo entre os dois polos. Apesar de essa tendência ser favorável à reeleição do presidente, até com certa folga, a busca dos apoios nessa fatia do eleitorado continua frenética. “Se a campanha de Chávez reconquista uma parte maior desse setor, poderá ser construída uma vantagem ainda mais expressiva”, destaca Chacón.

Estratégias
Um dos aspectos da estratégia para vencer resistências entre esses setores híbridos, ao que parece, é desmontar a ideia, em grande medida forjada pelos veículos de comunicação vinculados à oposição, de que Chávez pretende liquidar com a propriedade privada e colocar toda a atividade econômica nas mãos do Estado.

“O processo aumentou o número de proprietários no país, especialmente depois que começou a reforma agrária”, afirma o diretor da GISXXI. “O programa da revolução se volta contra os monopólios, fortalece o Estado, mas abre espaço para vários tipos de propriedade, de caráter privado, cooperativo ou social. O governo precisa definir melhor o papel de cada uma dessas modalidades para enterrar a imagem de fundamentalismo estatista que a oposição tenta vender.”

O candidato oposicionista, por sua vez, tem problema inverso. Representante de uma aliança formada por grandes empresários (como a cervejaria Polar, o grupo agroindustrial Mavesa e companhia alimentícia Alfonzo Rivas, entre outros), Capriles precisa convencer que é capaz de absorver ao menos parte das medidas que, desde 1999, favoreceram os 80% de eleitores que não estão nas classes A e B.

Seu programa de governo não ajuda muito. Mesmo tendo abrandado suas críticas às políticas sociais do presidente, o ímpeto privatista está presente e com força. Não apenas fala em reduzir o Estado, reverter nacionalizações ou tirar a PDVSA do controle estatal, mas defende explicitamente que as terras desapropriadas dos grandes latifundiários voltem às mãos dos antigos donos. “Primeiro, precisamos acabar com as expropriações, devemos trazer a segurança ao campo, dar confiança a partir do governo”, afirmou Capriles em recente coletiva de imprensa.

Qualquer que seja o resultado, no entanto, a administração de Hugo Chávez terá conseguido um feito que merece análise apurada de cientistas políticos. Ao contrário do que acontece na maioria dos países, nos quais o marketing domesticou a política e oculta a disputa de ideias para atender o gosto do eleitor. Na Venezuela sequer as necessidades eleitorais diluem a batalha frontal entre programas.


Fotos: Chávez inaugura unidade de supermercado popular em Caracas. Evento foi transmitido ao vivo pela televisão (Opera Mundi)


Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20765 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ditadura matou 1.196 camponeses, mas Estado só reconhece 29

Financiada pelo latifúndio, a ditadura “terceirizou” mortes e desaparecimentos forçados de camponeses. O resultado disso é uma enorme dificuldade de se comprovar a responsabilidade do Estado pelos crimes. Estudo inédito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência revela que 97,6% dos 1.196 camponeses vítimas do regime foram alijados do direito à memória, à verdade e à reparação. Os dados serão apresentados à Comissão Nacional da Verdade para embasar investigações que possam alterar este quadro de exclusão.

Brasília - Financiada pelo latifúndio, a ditadura “terceirizou” prisões, torturas, mortes e desaparecimentos forçados de camponeses que se insurgiram contra o regime e contra as péssimas condições de trabalho no campo brasileiro. O resultado disso é uma enorme dificuldade de se comprovar a responsabilidade do Estado pelos crimes: 97,6% dos camponeses mortos e desparecidos na ditadura militar foram alijados da justiça de transição. “É uma exclusão brutal”, afirma o coordenador do Projeto Memória e Verdade da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência, Gilney Viana, autor de estudo inédito sobre o tema.

O estudo revela que pelo menos 1.196 camponeses e apoiadores foram mortos ou desaparecidos do período pré-ditadura ao final da transição democrática (1961-1988). Entretanto, os familiares de apenas 51 dessas vítimas requereram reparações à Comissão de Anistia. E, destes, somente os de 29 tiveram seus direitos reconhecidos. Justamente os dos 29 que, além de camponeses, exerceram uma militância político-partidária forte, o que foi determinante para que fossem reconhecidos como anistiados. “Os camponeses também têm direito à memória, à verdade e à reparação”, defende Viana.

Segundo ele, dentre as 1.196 mortos e desaparecidos no campo, o estudo conseguiu reunir informações sobre 602 novos casos excluídos da justiça de transição, suficientes para caracterizá-los como “graves atentados aos direitos humanos”. Esta caracterização é condição primordial para que sejam investigados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV). Segundo Gilney, o objetivo é alterar o quadro atual e permitir que essas vítimas usufruam dos mesmos direitos dos militantes urbanos, estabelecidos pela Lei 9.140, de 4/12/1995, que reconheceu como mortos 136 desaparecidos e criou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), com mandato para reconhecer outros casos e promover reparações aos familiares que assim o requererem.

As novas vítimas que poderão entrar para a lista oficial de mortos e desaparecidos políticos do país são 75 sindicalistas, 14 advogados, sete religiosos, 463 lideranças de lutas coletivas e 43 trabalhadores que tombaram em conflitos individuais. “Os dados revelam a ponta de um iceberg de um conjunto bem amplo de perseguidos políticos pela ditadura militar até agora pouco estudado”, acrescenta Viana.

Terceirização dos crimes
Destes 602 casos, em apenas 25% é possível comprovar a efetivação de inquérito policial e, somente em 5%, desfecho judicial. Ainda assim, o estudo conseguiu comprovar a ação direta de agentes de estado em 131 casos, o que facilita o reconhecimento deles como vítimas da ditadura. O problema é que em 471, ou 85% dos casos, as evidências apontam para o fato de que os crimes foram cometidos por agentes privados, ainda que sob a anuência dos representantes da ditadura.

“O Estado se omitiu, encobertou e terceirizou a repressão política e social no campo, executada por jagunços, pistoleiros, capangas e capatazes, a serviço de alguns fazendeiros, madeireiros, empresas rurais, grileiros e senhores de engenhos, castanhais e seringais. Esta hipótese explicativa principal é compatível com o papel importante que a classe dos latifundiários, fazendeiros, senhores de engenho, castanhais e seringais tiveram no golpe, na sustentação da ditadura e na coligação de forças políticas que fizeram a transição”, diz o estudo.

Apesar da dificuldade, Viana avalia que a CNV tem poderes para incluí-los no escopo de investigados. Segundo ele, o Art. 1º da Resolução nº 2, de 20/8, define que caberá ao órgão “examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas (...) por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado”. “Isso incluiu os crimes realizados pelos agentes do latifúndio em concurso com os da ditadura”, observa.

Comissão Camponesa
Embora o estudo da SDH tenha sido concluído, as mortes e desaparecimentos dos demais camponeses já identificados pelo órgão continuarão sendo apuradas, agora pela Comissão Camponesa pela Anistia, Memória, Verdade e Justiça, criada durante o Encontro Unitário, que reuniu, em agosto deste ano, em Brasília, 37 entidades de camponeses, trabalhadores e militantes dos direitos humanos.

No documento final do encontro, as entidades assumiram o compromisso de “lutar pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado sobre a morte e desaparecimento forçado de camponeses, bem como os direitos de reparação aos seus familiares, com a criação de uma comissão camponesa pela anistia, memória, verdade e justiça para incidir nos trabalhos da Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, visando a inclusão de todos afetados pela repressão”.

A Comissão, que conta com o apoio da SDH, já se reuniu duas vezes para definir os eixos de luta, buscando, inclusive, conhecer a experiência na reparação de camponeses pelas comissões da verdade de outros países. “Nos encontramos, por exemplo, com o ativista Eduardo Gonzalez, que foi membro da Comissão da Verdade do Peru, onde muitos camponeses foram reconhecidos como vítimas da ditadura”, conta Viana.

A Comissão Camponesa já se reuniu também com membros da CNV, em especial a psicanalista Maria Rita Kehl, responsável pelo grupo de investigação dos crimes cometidos pela ditadura contra os camponeses.


Fotos: Concentração camponesa dirigida pelas Ligas Camponesas no Nordeste.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20975 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Procura-se

Uma viagem de férias acabou mal para a cadelinha Carmina, que desapareceu durante um voo do Rio de Janeiro a Manaus. Sua família humana está mobilizando amigos na internet para tentar reencontrar a pet. Saiba mais sobre essa história e descubra como evitar que isso aconteça com o seu bicho de estimação.

Fonte: http://entretenimento.r7.com

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Girafinha abrindo os olhos pela primeira vez

Um fotógrafo, que viajou e clicou o mundo todo com sua máquina,  juntou imagens marcantes do mundo animal para ajudar uma associação de protetores de tigres no Quênia. Um de seus cliques mostra uma girafinha abrindo os olhos pela primeira vez. 

Fonte: http://entretenimento.r7.com/

domingo, 16 de setembro de 2012

O futuro da imprensa pode estar na fórmula Gillette







Já não há mais muitas dúvidas de que a sobrevivência de empresas jornalísticas passa ao largo da venda direta de notícias ao público e tudo indica que caminhamos para a aplicação de um modelo de negócios similar ao adotado, no início do século 20, por King Gillette, o empresário norte-americano que popularizou as lâminas de barbear ao dar barbeadores quase de graça.
Multiplicaram-se nas últimas semanas, na internet, as referências a novas estratégias de comercialização de notícias a partir da venda de aplicativos, de novas versões de softwares e até da formação de comunidades de leitores, onde o jornalismo é apenas um dos itens. Todas essas possibilidades têm em comum o fato de que a notícia será gratuita, ou quase, mas para ter acesso a ela o público terá que pagar pelo aplicativo que a disponibiliza na internet.
A crescente importância adquirida pelos aplicativos, os softwares e equipamentos de acesso à internet,  acelerou a concorrência entre as empresas do ramo e está provocando “casamentos de interesses” entre produtores de conteúdos informativos e criadores de novos programas para computadores, smartphones e tablets. É o fenômeno classificado por Nicholas Carr, do The New York Times, como appification.
O economista Hal Varian, professor da Universidade Berkeley e uma das estrelas da equipe pensante da empresa Google,  cunhou, junto com seu colega Carl Shapiro,  a expressão versionning para expressar sua tese de que a nova fórmula para arrancar dinheiro dos consumidores será o desenvolvimento e comercialização de versões sucessivas de um mesmo software ou hardware (equipamento físico), sem os quais o acesso a itens essenciais como a informação ficará muito dificultado ou inviável.
Essas alternativas ganharam relevância na medida em que a estratégia do paywall (cobrança de acesso a noticias online), apesar do seu sucesso imediato, mostra debilidades criticas no médio e no longo prazos. É que o ritmo de crescimento da receita oriunda de assinaturas de acesso às versões online não alcança a perda de faturamento publicitário e a desvalorização dos ativos de uma empresa jornalística. 
The New York Times tem a experiência mais bem sucedida de paywall, já com 500 mil assinantes, e, segundo o especialista em estratégias digitais Rex Sorgatz, precisaria de no mínimo dois milhões de assinantes da versão online para se equilibrar e conseguir sobreviver como empresa produtora de notícias. É consenso geral que esse volume de assinaturas não pode ser alcançado no curto ou médio prazo, levando-se em conta a diversidade de oferta de notícias e a fluidez do mercado jornalístico.
Sorgatz sugere que o NYT pense na formação de comunidades de leitores, que se aglutinariam em torno de uma marca, mais do que em torno de notícias. A marca seria o elemento que daria aos membros da comunidade o acesso a itens como descontos em restaurantes, ingresso de cinema, teatro, shows e por aí vai. Num  contexto como esse, a credibilidade do Times seria o motivador da aglutinação de leitores, mas a informação acabaria sendo apenas um plus gratuito.
Em todas essas alternativas, o retorno do investimento na notícia viria por meio da associação com outros negócios, já que ela, segundo o jargão dos economistas, passou a ter valor marginal zero, ou seja, quase gratuito. Esta nova mixagem entre notícia, informação e negócios, como aplicativos, versioning e marcas, passa a ser uma característica do mundo empresarial jornalístico, abalando a retórica tradicional por meio da qual os executivos da imprensa tentavam atrair a credibilidade do público para o produto-notícia ao apregoar a sua independência em relação aos interesses comerciais.  
Essa combinação inevitável entre negócios e notícia, que até agora era dissimulada, passa a ser cada vez mais aberta, por uma questão de sobrevivência. Isso cria um novo ambiente informativo e abre espaço para a produção não comercial de informações com base em iniciativas independentes — tanto por indivíduos como por grupos de indivíduos.  É o contraponto para a "fórmula Gillette", que discutiremos noutro post.

Site da imagem

atributo.com.br

sábado, 15 de setembro de 2012

Leoa salva os filhotes de predadores; veja mais imagens que marcaram a semana no mundo animal

Na semana que chega ao fim, uma imagem bastante forte atraiu a atenção dos internautas do R7: uma mamãe leoa carregava seus filhotinhos com a boca, para que eles não fossem pegos por predadores ou mesmo se perdessem. 

Fonte: http://entretenimento.r7.com/bichos/fotos/confira-os-bichinhos-que-deram-o-que-falar-esta-semana-20120914.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Adversário tenta manipular números do IDEB

A notícia veiculada na revista Veja da semana passada, que estampou Alagoinhas em suas páginas como campeã nacional em queda do IDEB, índice que mede a qualidade do ensino público pelo Ministério da Educação (MEC), repercutiu negativamente na cidade. Na tentativa de se defender, o site do candidato Paulo Cezar publicou uma notícia inverídica, dizendo que o município tinha atingido a meta do IDEB, com o índice de 3,6 quando, na verdade a meta de 2011 era de 3,8. A fonte utilizada pelo adversário não é o site oficial do MEC, onde os números podem ser acessados e confirmados.
Além dessa informação mentirosa, a campanha do atual prefeito tem afirmado que a responsabilidade da gestão das escolas do 5° ano avaliadas é do Governo do Estado, o que não é verdade. Basta fazer uma consulta ao site oficial do Ministério, onde fica claro que a rede estadual obteve uma nota e a rede municipal uma outra diferente. A meta projetada para a rede estadual era menor, de 2,9 e ficou perto de ser atingida, obtendo 2,8. Confira:
Os resultados de 2009 e 2011 ficaram abaixo do ideal e podem comprometer os avanços conquistados durante o governo Joseildo. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do Inep e em taxas de aprovação. O resultado é apresentado numa escala de zero a dez. Veja o resultado e a meta oficial do 5° ano:
O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6,0 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos. Veja o resultado do 9° ano. De 2007 a 2011, Alagoinhas teve a maior queda da qualidade de ensino do país. Observe a palavra Rede Municipal:
Mais consultorias, menos qualidade de ensino
Com mais de R$ 30 milhões anuais para a educação, o resultado do IDEB revela que a prefeitura preferiu investir mais em propaganda e em consultorias do que propriamente na qualidade do ensino. Enquanto Joseildo gastou R$ 50 mil em consultorias durante todo o ano de 2008, somente até maio deste ano, o prefeito atual retirou do orçamento da educação R$ 2,5 milhões para consultorias e R$ 1,4 milhão para propaganda.

Fonte: http://www.joseildo13.com.br/campanha/?p=1248



Há 35 anos morria o ativista do movimento anti-apartheid Steve Bantu Biko..

Há 35 anos morria o ativista do movimento anti-apartheid Steve Bantu Biko. Fundador da Organização dos Estudantes Sul-Africanos (South African Students’ Organisation) Biko se tornou presidente honorário da Convenção dos Negros (Black People’s Convention) em 1972.

Em março do ano seguinte, no ápice do regime de segregação racial (Apartheid) foi proibido de realizar discurso e de comunicar-se

com mais de uma pessoa por vez.

Em 6 de setembro de 1977 Steve Biko foi preso em bloqueio rodoviário organizado pela polícia. Sob custódia foi acorrentado às grades de uma janela da penitenciária durante um dia inteiro e sofreu um grave traumatismo craniano. Em 11 de setembro foi transportado para outra prisão.


Biko morreu durante o trajeto e a Polícia alegou que a morte teria sido consequência de prolongada greve de fome a que Steve Biko havia se submetido. Em 7 de outubro de 2003, autoridades do Ministério Público Sul-africano anunciaram que os cinco policiais envolvidos no assassinato de Biko não seriam processados, por falta de provas. Alegaram ainda que a acusação de assassinato não se sustentaria por não haver testemunhas dos atos supostamente cometidos contra Biko. Levou-se em consideração a possibilidade de acusar os envolvidos por Lesão Corporal seguida de morte, mas como os fatos ocorreram em 1977, tal crime teria prescrito (não seria mais passível de processo criminal) segundo as leis do país.
 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Documento revela segredos do 11 de setembro de 2001

Em entrevista, Condoleezza Rice fala de uma discussão com Bush e do bunker da Casa Branca

 A ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice proibiu o presidente George W.Bush de voltar a Washington depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Ela própria faz a revelação em uma entrevista que será exibida no sábado na emissora britânica Channel 4, por ocasião dos noves anos dos ataques às torres gêmeas e ao Pentágono.

De acordo com Condoleezza, que na época era assessora da Casa Branca para Segurança Nacional, ela e Bush tiveram uma pequena discussão ao telefone. O presidente estava na Flórida no momento dos atentados.

— Por telefone, ele me disse: "Estou voltando" — conta Condoleezza ao Channel 4.

Condoleezza diz ter respondido:

— O senhor não pode voltar. Os Estados Unidos da América estão sob ataque, o senhor deve permanecer em segurança. Ainda não sabemos o que está acontecendo.

Bush teria insistido:

— Estou voltando.

A assessora conta, então, ter levantado a voz, o que nunca fizera antes, e ordenado:

— Você não pode voltar.

Em seguida, desligou o telefone na cara de Bush. A ex-secretária de Estado também fala, na entrevista, sobre a situação no bunker embaixo da Casa Branca, no qual se refugiaram o então vice-presidente Dick Cheney e outros membros do governo:

— Havia tanta gente no bunker que o nível de oxigênio começou a cair. Agentes do Serviço Secreto entraram e disseram que teriam de tirar algumas pessoas. Eles deram uma volta pelo ambiente e disseram a algumas pessoas, literalmente, que elas não eram essenciais e deviam sair.

O documentário 9/11: State of Emergency (11/9: Estado de Emergência, em tradução livre) também apresentará entrevistas com líderes militares, controladores de tráfego aéreo e pessoas comuns que testemunharam os ataques. Será exibido na Grã-Bretanha às 9 p.m. do dia 11 de setembro.

Em 11 de setembro de 2001, 2.996 pessoas morreram nos atentados nos Estados Unidos, incluindo 19 terroristas da Al-Qaeda. Quatro aviões foram sequestrados: dois deles colidiram contra o World Trade Center, em Nova York, um acertou o Pentágono, perto de Washington, e o último caiu na Pensilvânia, após alguns passageiros tentarem retomar o controle da aeronave. Os ataques precipitaram a chamada "Guerra ao Terror", deflagrada pelo governo de George W. Bush contra os talibãs do Afeganistão e, mais tarde, contra o regime de Saddam Hussein no Iraque. 

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Mundo&newsID=a3030630.xml


 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Escrevo o que eu quero", por George Oliveira

Escrevo o que eu quero é o título dos panfletos escritos pelo líder negro sul-africano Bantu Steve Biko que foi brutalmente assassinado em doze de setembro de 1977 pela polícia racista do apartheid. Os cinco policiais que o torturaram só confessaram o crime vinte anos após de sua morte. Biko usava o pseudônimo de “Frank Talk” (Falando Francamente) para publicar seus escritos onde o ‘consciência negra’ destaca-se como um dos principais temas. Em um dos textos Steve Biko faz uma definição sobre a Consciência Negra:
"Procura provar que é mentira considerar o negro uma aberração do “normal”, que é ser branco. É a manifestação de uma nova percepção de que, ao procurar fugir de si mesmos e imitar o branco, os negros estão insultando a inteligência de quem os criou negros."

Bantu Stephen Biko nasceu em 18 dezembro de 1946 na África do Sul. Formado em medicina, ele foi um dos idealizadores do Movimento de Consciência Negra e desenvolvimento dos Programas de Assistência à Comunidade em seu país. Um dos grandes idealizadores e articuladores do Movimento de Consciência Negra, que tinha como objetivo o resgate da autoestima e dos valores ancestrais do seu povo.  Dessa forma, acreditava que combate ao sistema de opressão e submissão a que estavam subjugados.
Um Grito de Liberdade (sinopse): Cry Freedom  (1987 - Richard Attenborough) é um filme baseado nos livros de Donald Woods sobre a vida do ativista sul-africano Steve Biko. É um relato da amizade entre dois homens, o editor liberal de um jornal Donald Woods e o ativista negro sul-africano Steve Biko. Depois de ter conhecimento dos verdadeiros horrores do apartheid, através das descrições de Biko, Woods descobre que o seu amigo foi silenciado pela polícia. Determinado a levar a verdade ao conhecimento de todo o mundo, Woods embarca numa perigosa aventura para escapar da África do Sul e divulgar a história de coragem de Biko.
Instituto Steve Biko foi fundado em 31 de julho de 1992 em Salvador-Ba e tem como missão: “promover a ascensão social da população negra através da educação e do resgate dos valores ancestrais”. Primeiro curso preparatório para negros do país, “a Biko” é fruto da inquietação de jovens negr@s, incomodados com a “invisibilidade” dessa população nas universidades.  No auge dos seus vinte anos ousa mais: ações para captação de recursos para reforma do imóvel cedido em 2011; a criação de uma instituição de ensino superior; a continuidade das ações de formação de lideranças e de acesso ao ensino superior.
Steve Biko Foundation é uma organização fundada na Africa do Sul para contribuir com o desenvolvimento comunitário. Inspirados no legado de Bantu Stephen Biko têm como principais ações o diálogo sobre políticas públicas, a produção e difusão de conhecimento e o desenvolvimento de lideranças. Sua principal missão é criar espaços de análise crítica e de compromisso com questões vitais, sócio-econômicas e políticas para o fortalecimento da democracia. A missão consiste em torna-se uma referencia na restauração da “verdadeira humanidade” do povo sul-africano. Atualmente é presidida por um de seus filhos, Nkosinathi Biko.
“Biko Vive!”, mesmo após trinta e cinco anos da tentativa de calar sua voz e negar os seus ensinamentos. Publicação de livro, filme e instituições que levam seu nome no Brasil e em seu país natal são apenas alguns exemplos. O legado de Biko deve sempre ser lembrado como uma grande referência mundial na luta antirracista. Suas ações e as construções obtidas à partir do seus ensinamentos servem como inspiração para quem almeja o fim das desigualdades etnicorraciais e ascensão social da população negra.
Para saber mais:
*Escrevo o que eu quero (A definição de Consciência Negra - traduzido por: Ubuntu - Núcleo de Estudantes Negros e Negras da UNEB): http://futraco.wikispaces.com/file/view/definicaoConscienciaNegra.pdf
*Bantu Stephen Biko (áudio em inglês - depoimento sobre o Movimento de ConsciênciaNegra):  http://www.youtube.com/watch?v=XpMbsSUdrz8&feature=player_embed...
*Um Grito de Liberdade (trailer em inglês): http://www.cinemenu.com.br/filmes/um-grito-de-liberdade-1987
*Instituto Steve Biko (Brasil): www.stevebiko.org.br
*Steve Biko Foundation (Africa do Sul): http://www.sbf.org.za
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George Oliveira
Economista
Militante do Movimento Negro
Mestrando do CIAGS/UFBA
grbo2003@yahoo.com.br
#7
Exibições: 398

Fonte: www.blogger.com/blogger.g?blogID=2037776769590991803#editor/target=post;postID=5360819751145007052

ESSE PRODUTO SE APLICA EM QUAL CANDIDATO????

Fonte: Facebook

Novo ministro indicado por Dilma poderá votar no “mensalão”

Os ministros do STF aprovaram a indicação de Teori Albino Zavascki para a vaga aberta com a aposentadoria de Cezar Peluso. O presidente da corte, Ayres Britto, não quis adiantar se ele participará do julgamento do “mensalão”, mas o ministro Marco Aurélio Mello esclareceu que, pelo regimento da casa, a decisão só dependerá exclusivamente do novo membro.

Brasília - Por volta das 15h desta segunda (10), logo após o início da 21ª sessão de julgamento da ação penal 470, o chamado “mensalão”, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, deixou o plenário para atender a um telefonema urgente. Era o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para comunicar que a presidenta Dilma Rousseff já havia definido sua indicação para a vaga deixada pelo ex-ministro Cezar Peluso, que se apontou no último dia 3.

O escolhido é o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Teori Albino Zavascki, que aceitou o convite e, agora, aguarda a sabatina do Senado, exigência constitucional para que assuma o cargo. A sabatina não tem prazo legal definido para ocorrer.

De acordo com o presidente da corte, a presidenta Dilma fez uma boa escolha, já que o candidato atende às exigências de conduta ilibada e notável saber jurídico. “Ele é acadêmico, professor, escritor jurídico”, justificou. Outros ministros, como Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski também elogiaram a indicação. “É um nome de peso”, afirmou o primeiro. “É um excelente nome, que concilia a atividade profissional com a acadêmica”, avaliou o segundo.

Ayres Britto, entretanto, não quis dizer se o novo ministro votará no julgamento do “mensalão”, em curso no tribunal. Não comentou sequer o que diz o regimento da corte sobre a possibilidade. “Ele só vai comentar a indicação e não falará sobre a ação penal 470”, insistia sua assessoria.
Marco Aurélio, porém, antecipou que, se o novo membro da corte se declarar “esclarecido” sobre a ação em curso, ele poderá sim participar do julgamento. “Só não pode pedir vistas”, ironizou ele, crítico contundente da paralisação das demais ações em curso no tribunal por causa da prioridade dada ao “mensalão”.

Currículo
De acordo com o site da Presidência da República, Zavascki é mestre e doutor em Direito Processual Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Juiz federal concursado desde 1989, foi presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e, desde 2003, é ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Antes da magistratura, ele foi advogado concursado do Banco Central e atuou também no Banco Mercantil do Brasil.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20857

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Boa União recebe Joseildo em primeiro comício na zona rural

O distrito de Boa União foi palco do primeiro comício da coligação “Alagoinhas Pode Mais” na zona rural. Acompanhado do seu companheiro de chapa, Hugo Leonardo, do presidente da EBDA, Elionaldo de Faro, do ex-deputado, Filadelfo Neto e do seu time de vereadores, Joseildo Ramos esteve  no distrito neste domingo (09) e recordou as principais ações realizadas ao longo do seu governo, como a revitalização das estradas vicinais, construção de praça, reforma do posto de saúde, construção de escolas, rede de abastecimento de água, além do esgotamento sanitário na sede do distrito e os incentivos à agricultura familiar. “Está em jogo dois projetos diferentes e com certeza o povo de Boa União não vai se curvar a um prefeito que não cuida das pessoas e destruiu a saúde e educação do município”.
A simplicidade e força dos trabalhadores rurais ficou evidente nas sábias palavras de Vital, que emocionou a todos, ao recordar a trajetetória do Partidos dos Trabalhadores e a luta contra os grandes fazendeiros na década de 1980. Vital desafiou ainda o atual prefeito a debater com Joseildo, elencando as ações realizadas entre 2001 e 2008. “Precisamos eleger Joseildo de novo. Ele não vai dar dinheiro, roupa, cimento, dentadura para ninguém, mas vai governar com o povo e para o povo, visando sempre o bem comum”, finalizou.
Técnico agrícola e presidente da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, Elionaldo destacou a importância dos trabalhadores rurais na construção do governo popular, liderado pelo Partido dos Trabalhadores em Alagoinhas, reforçando o compromisso de eleger Joseildo prefeito de novo. “A nossa tarefa é continuar o trabalho que iniciamos em 2001 e caminhando com homens com homens como Vital, Zé Claudino e tantos outros, tenho certeza de que vamos construir a vitória da cidadania no dia 07 de outubro”.
O próximo comício na zona rural será realizado domingo, 17, às 16h no povoado do Estevão.

Fonte: http://www.joseildo13.com.br/campanha/?p=1284

Onda Vermelha toma conta das ruas de Alagoinhas

A sexta-feira da independência foi marcada pela livre manifestação do povo de Alagoinhas. Acompanhado do seu candidato a vice-prefeito, Hugo Leonardo, de Filadelfo Neto, Joseildo foi recebido com festa na caminhada desta sexta-feira (7), pelas ruas do centro da cidade. A multidão formou um tapete vermelho e contagiou a população que assistia a passagem e acenava para Joseildo.
Mais de cinco mil pessoas foram manifestar o apoio à candidatura e protestar contra os problemas graves na saúde e na educação do município. ” As duas coisas mais importantes que um prefeito deve cuidar estão em uma situação crítica e precisamos mudar o quadro atual”, destacou o candidato da Coligação “Alagoinhas Pode Mais”.

Fonte: http://www.joseildo13.com.br/campanha/?p=1265

Indústria São Miguel é acusada de assédio moral e de beneficiar peruanos

A indústria São Miguel, produtora de refrigerantes em Alagoinhas, recém inaugurada no município, está sendo acusada por funcionários e ex funcionários que não quiseram se identificar, de assédio moral. A denúncia foi apresentada na Câmara Municipal da cidade pelo vereador Radiovaldo Costa (PT), que antes da sessão recebeu uma comissão de funcionários da fábrica.
Segundo os funcionários, o clima é de terror na fábrica de Alagoinhas, pois os peruanos, chefe de todas as sessões, utilizam de expedientes incomuns aos brasileiros, com muita pressão e palavras indelicadas.
O vereador foi solicitado pela comissão a não divulgar os nomes, pois temem por seus empregos. Alguns já foram demitidos porque a empresa transferiu o escritório central para o centro de distribuição em Salvador. Alguns funcionários de Alagoinhas foram informados de suas transferências para a capital, quando se negaram a ir foram demitidos, outros estão na lista de demissão, relatou o vereador petista.

Ainda segundo o vereador, não existe nenhum brasileiro em cargos de direção, chefia ou encarregado, todos são peruanos, que estão se beneficiando de dupla nacionalidade por causa do emprego, apesar dos salários pequenos a quem estão submetidos.
Além disso, contou o vereador, os funcionários foram avisados do corte do plano de assistência médica, o que gerou grande insatisfação por parte dos funcionários.
O vereador Radiovaldo que a postura dos peruanos no Brasil não é nenhuma novidade, pois o país vizinho carrega e pecha de ditaduras civis, falta de uma política social e de leis que amparam os trabalhadores, daí a postura deles em relação aos brasileiros, que não estão acostumados a tratamentos desiguais, disse ele.

Bancada governista sai em defesa da Secretaria de Educação de Alagoinhas

Os vereadores da bancada governista na Câmara Municipal de Alagoinhas saíram em peso na defesa da Secretaria de Educação do município, responsabilizada pelos números registrados no último IDEB, anunciados em agosto.
A oposição ataca a secretaria alegando que o desempenho foi pífio, daí a publicação em destaque na Revista Veja, de grande circulação nacional. Eles não apenas contestaram os números divulgados pela revista, como apontaram a responsabilidade do Governo do Estado pelos números, uma vez que as escolas avaliadas são de responsabilidade estadual.
“O autor do texto da Revista Veja é um economista, sem nenhuma formação na área educacional, por isso que a matéria saiu desta forma”, disse o vereador Alfredo Menezes, vice líder da bancada governista.
Além de protestar contra a matéria e sua exploração por parte da oposição na campanha eleitoral, o vereador Alfredo Menezes disse que os números dos anos anteriores à essa administração é que são comprometedores, pois são de 2,6, em 2007, contra os 3,1 pontos em 2011, um acréscimo de 27% no período.
Ele citou que os números alcançados pela educação em Alagoinhas vão de encontro à determinação do secretário Caio Castro, das reformas feitas em 50 unidades escolares e da melhoria da alimentação dos estudantes, da parceria com a agricultura familiar e do pagamento em dia dos salários dos vereadores.
Ainda se pronunciaram sobre o tema os vereadores Jorge Mendes, do PSB, e José Edésio, do PDT.

Vereador Budog disse ter sido agredido pelo presidente do PDT

O vereador José Ricardo Budog disse ontem (4) na Câmara Municipal durante horário do pequeno expediente que o presidente do Diretório do PDT de Alagoinhas, Fernando Aranha, o agrediu verbalmente.
Isso aconteceu, segundo Budog, há alguns dias atrás, num posto de combustível da cidade. Ele disse que estava tranqüilo abastecendo seu carro, quando foi inquirido pelo presidente da legenda sobre seu posicionamento político em não colocar o nome do prefeito em seu material de campanha.
Segundo Budog, ele não colocou o nome do prefeito por não apoiá-lo, e entrou num partido que dizia fazer oposição a ele. “Não tenho nenhuma obrigação de defendê-lo nem apoiá-lo”, disse Budoh.
O vereador foi à Delegacia de Polícia de Alagoinhas prestar queixas, mas, segundo ele, a delegada plantonista se negou a registrar o fato, alegando que esse tipo de entrevero entre políticos era comum, coisa que ela já havia presenciado por outras cidades onde esteve.

Vanderley Soares
Assessor de Comunicação Social
Belmiro Deusdete
Assistente de comunicação social

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Vereador Budog disse ter sido
agredido pelo presidente do PDT


Com máscara assustadora, motorista de caminhão é preso por direção perigosa na BR-324

O motorista de um caminhão-cegonha foi preso em flagrante por direção perigosa na BR-324, no município de Amélia Rodrigues, localizado a 80 km da capital baiana. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o condutor do veículo dirigia de forma agressiva, forçando os outros carros para fora da pista, além de usar uma máscara representando o personagem do diabo para aterrorizar os outros motoristas. Após denúncias de testemunhas, o veículo foi abordado na altura do km 550 da rodovia na noite da sexta-feira (7). O caminhoneiro afirmou que saiu de uma fábrica de veículo em Camaçari a caminho de São de Paulo. Ele também disse que sua intenção era apenas a de assustar os outros motoristas da rodovia. O condutor, cuja identidade não foi divulgada pela PRF, foi preso em flagrante e encaminhado à Polícia Judiciária da região.
(Correio da Bahia)