Com uma população de 80,3 milhões de pessoas, a região Sudeste é ao
mesmo tempo a maior produtora e consumidora de energia do Brasil.
Concentra mais de 60% da geração de eletricidade e sempre gerou
excedente para o Nordeste, onde a produção é abaixo do consumo. Mas a
escassez derrubou o nível dos reservatórios do Sudeste a 18%, uma
situação crítica e que desde julho derrubou em mais de 10% a geração
hidrelétrica. No mesmo período, a produção térmica na região subiu mais
de 30%, batendo 42% só no mês passado.
No Nordeste, o recuo médio das hidrelétricas também ficou acima de
10% no ano. A questão é que, para segurar a queda na região e ainda
enviar para o Sudeste, as térmicas dispararam tanto que em agosto a alta
foi de 142%, um aumento que no mês passado ficou em 62%.
Apesar da ironia, esse novo padrão na troca de energia, com a ajuda
nordestina sempre programada para os domingos, não é benéfica para o
sistema elétrico nacional. Ele veio por causa do Estado crítico dos
reservatórios em Estados como São Paulo, pela falta de água, e tanto o
Sudeste quanto o Nordeste compensam a escassez de chuvas com usinas
térmicas, uma eletricidade cara e poluente. O custo é mais alto para o
Brasil inteiro, não importa onde você mora.
As térmicas geram eletricidade com a queima de gás ou óleo e podem
ser ligadas a qualquer momento. Elas se multiplicaram após o
racionamento de 2001, causado justamente pela falta de chuvas, para dar
segurança ao País. Desde setembro de 2012, contudo, a seca que afeta o
Nordeste e o Sudeste motivou o uso regular das usinas.
“A situação hídrica difícil não é do Sudeste ou Nordeste. É do Brasil
inteiro”, afirma José Antônio Feijó, do Instituto Ilumina. Ele diz não
lembrar de o Nordeste já ter exportado energia. “É um fato bastante
inusitado”, comentou ao Jornal do Commercio.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/pernambuco247/159166/Al%C3%B4-paulistas-Nordeste-envia-energia-ao-Sudeste.htm
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